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Orthodontic sorri após M&A e bate faturamento recorde de R$ 525 milhões

Rede de tratamentos ortodônticos viu a margem de EBITDA passar de 15,2% para 28,3% em dois anos

Claudia Consalter, da OrthoDontic: “Encerramos 2024 como um dos melhores anos da nossa história" (divulgação/Divulgação)

Claudia Consalter, da OrthoDontic: “Encerramos 2024 como um dos melhores anos da nossa história" (divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 10h30.

Vinte anos atrás, cinco amigos recém-formados em odontologia resolveram arriscar e abrir uma clínica especializada em aparelhos dentários. Sem grandes ambições, os amigos queriam trabalhar juntos com algo que gostavam. O negócio deu certo e cresceu. Hoje, a Orthodontic é a maior rede de ortodontia do Brasil, com 322 unidades e faturamento recorde de 525 milhões de reais em 2024.

Por trás desse crescimento está a intervenção estratégica da OdontoCompany, maior rede de odontologia do Brasil, controlada pelo Grupo SMZTO, de José Carlos Semenzato, e pelo dentista Paulo Zahr.

A aquisição, fechada no final de 2022, transformou a Orthodontic – criada por Claudia Consalter, Edilson e Edimilson Pelarigo, Fernando e Ana Lúcia Massi – de uma empresa familiar em uma operação com governança sólida, metas claras e um nível elevado de cobrança por resultados.

Adaptação pós M&A

O primeiro ano após o M&A foi de ajustes. Os fundadores, que operavam a empresa de forma quase intuitiva, precisaram lidar com novos processos, uma estrutura de governança mais rígida e a reorganização de departamentos. Além disso, houve desconfiança dos franqueados, que temiam mudanças drásticas no modelo de negócios.

“Tivemos que provar para eles que, apesar da entrada de um grupo maior, nossa essência não mudaria”, diz Claudia Consalter, sócia-fundadora e membro do conselho da empresa.

As mudanças, no entanto, deram resultados. A margem de EBITDA, que era de 15,2% em 2022, saltou para 28,3% em 2024 e deve chegar a 31,5% neste ano. Parte do avanço veio da profissionalização da gestão, que incluiu a reestruturação de equipes, a implementação de um sistema mais transparente de decisões e até a adoção de práticas rígidas de compliance.

“Quando você tem um parceiro que cobra resultados junto com você, as metas ganham um peso muito maior. Não tem espaço para improviso”, diz Consalter.

Atualmente, a Orthodontic se destaca por unir acessibilidade e qualidade em seus serviços. Um de seus diferenciais é a cobrança exclusivamente das mensalidades das consultas, sem incluir o valor do aparelho, o que tornou os tratamentos ortodônticos acessíveis a uma parcela maior da população. A rede foca no público B e C. Os preços começam em 120 reais por mês, com opções premium como alinhadores invisíveis também disponíveis.

Os planos de expansão

Com forte presença no Sul e Sudeste e uma expansão em andamento no Nordeste, a rede planeja inaugurar 50 novas unidades e vender outras 75 ao longo de 2025.

O modelo de crescimento foca na expansão em espiral, partindo de cidades onde já há presença consolidada. Cada nova unidade começa com capacidade para atender 2.000 pacientes e cinco profissionais, podendo ser ampliada conforme a demanda. O investimento inicial gira em torno de 700.000 reais.

A governança mais estruturada também impulsionou vantagens em escala, incluindo parcerias estratégicas. Um exemplo é o acordo com a Invisalign, renomada marca de alinhadores ortodônticos, que passou a oferecer condições exclusivas para os franqueados da rede.

“Encerramos 2024 como um dos melhores anos da nossa história, não apenas pelos números, mas pelo impacto que geramos na vida dos clientes e franqueados. Estamos prontos para continuar crescendo com responsabilidade e eficiência”, diz Consalter.

Com os números e a confiança reconquistada dos franqueados, a Orthodontic espera faturar 600 milhões de reais em 2025 e manter margens robustas. Tudo isso, enquanto os antigos sócios ajustam o foco para um novo desafio: crescer sem perder a essência que os levou até aqui.

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