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Oi e Sete Brasil avançam projeto de recuperação judicial

Nesta semana, a companhia telefônica inicia um acordo com credores e a fornecedora de sondas faz uma assembleia para aprovar novo plano de recuperação

Oi: a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial de 64 bilhões de reais em junho do ano passado (divul)

Oi: a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial de 64 bilhões de reais em junho do ano passado (divul)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2017 às 05h51.

Última atualização em 26 de junho de 2017 às 07h50.

Nesta semana duas companhias brasileiras que representam perfeitamente o ilusório Brasil criado durante o governo do Partido dos Trabalhadores e o fracasso de suas políticas empresariais dão mais um passo para tentar sair do buraco.

A companhia telefônica Oi e a fornecedora de sondas Sete Brasil avançam em seus bilionários projetos de recuperação judicial.

A Sete Brasil realiza nesta segunda-feira uma assembleia de credores para tentar aprovar um novo plano de recuperação judicial. Mais de um ano após entrar com o pedido no valor de 19,3 bilhões de reais, a companhia ainda não conseguiu fazer com que seus credores e acionistas, incluindo a Petrobras, cheguem a um acordo.

Um dos projetos mais ambiciosos do governo Dilma Rousseff, a Sete foi criada para construir e alugar 28 sondas de exploração de petróleo à Petrobras. A empresa começou a naufragar com a Operação Lava Jato, que fechou o acesso a novos financiamentos. A crise se aprofundou com a queda no preço do petróleo e os cortes no plano de investimentos da Petrobras.

Um dos impasses para seu acordo de recuperação está no fato de o plano prever que 20% do fluxo de caixa remanescente da operação das sondas iria para os acionistas e os outros 80% para os credores. Parte dos bancos credores não concorda com a proposta. A segunda-feira traz a esperança de que o acordo seja finalmente fechado.

O objetivo é concluir essa fase para poder finalizar quatro sondas. Com isso, os credores poderiam recuperar 20% do valor da dívida ao longo do tempo em que as sondas operarem (20 a 25 anos). Já os acionistas poderiam recuperar 10% do que investiram.

A Oi, que entrou com um pedido de recuperação judicial de 64 bilhões de reais em junho do ano passado, também ainda não conseguiu se acertar com os credores, que têm considerado sua proposta muito desvantajosa.

Nesta segunda-feira a companhia inicia um acordo com credores cujo crédito seja de até 50.000 reais — o que engloba cerca de 53.000 de seus 55.000 detentores de créditos.

O acordo prevê a antecipação de 90% do valor em até 10 dias úteis após a assinatura do acordo e os 10% restantes até 10 dias úteis após a homologação do Plano de Recuperação Judicial, que deve ser votado em assembleia geral em setembro.

Os detentores de créditos superiores que quiserem participar do programa receberão os primeiros 50.000 reais nas mesmas condições.

A situação da Oi chegou a esse ponto por uma série de decisões que a transformariam em uma supertele de controle nacional — projeto do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A empresa comprou a Brasil Telecom durante o governo Lula e depois descobriu uma dívida escondida de cerca de 1,2 bilhão de reais. Em 2014, a Oi se fundiu com a Portugal Telecom e, de novo, surgiu uma dívida escondida que elevou seu endividamento em 27 bilhões de reais.

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