O bilionário negócio olímpico

Entre uma braçada na piscina e uma passada na pista de atletismo, não vão faltar empresas querendo deixar sua marca nos Jogos Olímpicos. Cada um com a sua estratégia. O Mc’Donalds, que patrocina os jogos desde a década de 1970, distribuiu sanduíches de graça. A Coca-Cola apostou em ações durante a passagem da tocha. Mas as companhias com mais chances de faturar de verdade com as Olimpíadas sãos de infra-estrutura e tecnologia, que oferecem produtos e serviços para as instalações. A forma como o conglomerado americano GE aproveitou o evento para fechar contratos e entrar em novos mercados é emblemática.

Os jogos Olímpicos do Rio marcam o décimo ano de apoio da companhia como patrocinadora oficial das Olimpíadas – começou em Turim, na Itália, durante as competições de inverno em 2006. No Rio, o apoio foi a porta de entrada para a GE conseguir o contrato de 180 projetos de infraestrutura, que vão desde a distribuição de energia ao Centro Internacional de Transmissão até o fornecimento de equipamentos de máquinas de ultrassom da clínica para atletas das Olimpíadas. A GE afirma que os projetos nos jogos anteriores totalizaram 1 bilhão de dólares em receitas.

Em outra ação mais inusitada, a empresa se tornou patrocinadora oficial dos atletas de canoagem do Brasil. A escolha é estratégica. Os atletas treinam com sensores e equipamentos da GE incorporados às canoas e aos atletas e são capazes de analisar desde a força no remo até se a canoa está no grau de inclinação mais adequado para o esporte. A ideia, claro, é no futuro usar a tecnologia para ganhar dinheiro para além da canoagem.

A companhia ainda doou equipamentos de saúde a um hospital no Rio e reformou a iluminação do Parque do Flamengo e do bairro da Lapa. Além disso, durante os jogos, a GE calcula que receberá mais de 800 clientes em seu Centro de Pesquisas Global no Rio de Janeiro. Para a GE, o jogo já está ganho.