Negócios

Novo presidente do BB defende investimento social e gestão estratégica

Em entrevista divulgada para funcionários, André Brandão diz que banco faz de tudo e deveria ter gestão mais estratégica. Privatização não está em pauta

André Brandão: novo presidente do BB sinalizou que dará continuidade à política de desinvestimento para tornar o banco mais eficiente e rentável (Divulgação/Divulgação)

André Brandão: novo presidente do BB sinalizou que dará continuidade à política de desinvestimento para tornar o banco mais eficiente e rentável (Divulgação/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 20h18.

O novo presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, disse em entrevista aos funcionários da instituição, em circulação interna, que o banco faz de tudo e precisa aprender a ter uma gestão mais estratégica, focar em algumas áreas em detrimento das demais. Ele não deu detalhes sobre quais áreas o BB deve reduzir a sua participação, disse que tem um opinião pessoal e que ainda pretende discutir essa questão com os vice-presidentes.

Na entrevista a qual o Globo teve acesso, ele afirmou que pretende ampliar a atuação do BB no exterior para atender brasileiros que estão fora do país, de olho no espaço deixado por concorrentes estrangeiros. Sobre a privatização do BB, lembrou que o presidente Jair Bolsonaro já deu declarações de que isso não está em pauta.

“Eu sinto que o Banco do Brasil, dada a sua grande escala, ele acaba querendo fazer tudo, e eu acho que a gente vai ter que, talvez, selecionar algumas áreas e focar mais. Focar e talvez investir mais nessas áreas. Tem discussões de transformação digital, evidentemente, realmente fazer um foco muito forte nessas áreas, e vão ter áreas em que a gente vai não focar tanto, e eu acho que é isso que a gente tem que aprender a fazer”, disse Brandão.

Publicada no dia da posse de Brandão, a entrevista aos funcionários teve repercussão positiva no BB. Ele destacou que fará uma gestão com foco em pessoas e clientes. O plano de expansão no exterior foi visto pelos empregados como oportunidade na carreira.

“Por que não a gente atender os clientes brasileiros no exterior? Isso já é uma coisa que o Banco já fez, eu sei que fez investimentos para seguir o nosso cliente no exterior. Eu acho que a situação tem que ser avaliada com um pouco mais de detalhe, mas eu vejo ali uma oportunidade, dado a vacância de parceiros estrangeiros “, disse o executivo.

Brandão sinalizou que dará continuidade à política de desinvestimento para tornar o banco mais eficiente e rentável, como por exemplo, fechamento de agências em localidades não rentáveis. Mas que é preciso “calibrar” porque existem clientes que ainda gostam de ir até o banco, mesmo com toda transformação digital porque passa o setor financeiro.

“Não é reduzir agências, talvez tenha que reduzir a metragem das agências ou o estilo das agências. Mas, por exemplo o Banco do Brasil, ele está em várias cidades que só tem ele. Então, o que a gente tem que discutir é: cliente ainda gosta de ir na agência”.

Segundo ele, algumas agências devem ser transformadas em escritórios para atender clientes com necessidades mais específicas, como auxílio sobre investimentos. Já a parte de transações propriamente dita deverá sofrer restrições.

Com experiência na área internacional do HSBC, Brandão afirmou que a agenda ambiental virou “coqueluche” e defendeu que o BB invista mais no tema, que está em estágio avançado nas discussões fora do país. Financiamentos ambientais e sociais deverão ter prioridade, destacou.

Sobre a falta de mulheres em cargos executivos no BB, afirmou ser a favor da diversidade: "Eu acredito muito na diversidade. Então, eu acho que isso é importante para a cultura do Banco. Quanto mais diversidade melhor.”

Na entrevista, ele se apresentou como executivo, uma pessoa simples e transparente, que gosta de cozinhar, de mato, terra e de passear com seus cachorros. Ele nasceu em São Paulo, é casado e tem um filho de 10 anos.

Acompanhe tudo sobre:BancosBB – Banco do Brasil

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024