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LBR entra com pedido de recuperação judicial

Joint venture criada para tentar consolidar diversas empresas do segmento de lácteos no país entrou com pedido de recuperação judicial, como antecipou EXAME

Além de pedir um fôlego para os credores financeiros, a empresa confirmou a saída do presidente-executivo Marcos Povoa, que será substituído por Rami Goldfajn (Giuseppe Cacace/Getty Images)

Além de pedir um fôlego para os credores financeiros, a empresa confirmou a saída do presidente-executivo Marcos Povoa, que será substituído por Rami Goldfajn (Giuseppe Cacace/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 13h17.

São Paulo - A Lácteos Brasil (LBR), joint venture criada há cerca de dois anos para tentar consolidar diversas empresas do segmento de lácteos no país, entrou com pedido de recuperação judicial, informou nesta sexta-feira a Monticiano, uma das principais acionistas da sociedade.

"A administração da companhia propôs um amplo plano de reestruturação, com o objetivo de ampliar a rentabilidade do negócio. Entre as iniciativas previstas está o pedido de recuperação judicial", afirmou a LBR, em comunicado.

Ao pedir um fôlego aos credores financeiros, a empresa espera implementar "as transformações necessárias para aumento da eficiência e sustentabilidade dos negócios, preservando o emprego de 5 mil colaboradores e a geração de renda de 20 mil produtores e suas famílias".

"A LBR vai honrar com os compromissos e efetuar os pagamentos em dia a funcionários e fornecedores, bem como manter os volumes de captação de leite e o fornecimento regular de seus produtos aos clientes", acrescentou.

Originada no final de 2010 a partir da fusão entre Bom Gosto e LeitBom --controlada pela Monticiano--, a LBR recebeu mais de 2 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da GP Investments e de acionistas da Laep, controladora da marca Parmalat no Brasil. Hoje, o grupo tem endividamento de 1 bilhão de reais, sendo o BNDES um dos principais credores.


A LBR tem Parmalat, Poços de Caldas e Boa Nata entre suas as marcas e possui capacidade para produzir mais de 2 bilhões de litros de leite por ano.

Também nesta sexta-feira, a companhia confirmou a saída do presidente-executivo Marcos Povoa, que será substituído por Rami Goldfajn, que tem passagem pela empresa de alimentos BRF. Um novo diretor-presidente, Nelson Bastos, será responsável pela reestruturação financeira da empresa.

Segundo a LBR, Povoa "chegou a um acordo com os acionistas e saiu". Representantes do BNDES não puderam comentar o assunto de imediato.

Problemas estruturais

No comunicado, a LBR atribuiu os problemas enfrentados a questões estruturais do setor de leite no Brasil, que levam à baixa produtividade do negócio, como pulverização de produtores e tributação ineficiente.

"A LBR acredita que a indústria de leite brasileira retomará a competitividade frente a outros países", afirmou a companhia sem dar detalhes e citando diálogos já iniciados com o setor e autoridades.

No final de janeiro, a Laep aprovou uma emissão de ações, citando a urgência em obter recursos diante da situação financeira da sociedade. Também no mês passado, a Laep havia alertado sobre a possibilidade de ficar com o patrimônio líquido negativo se o BNDES reduzisse a avaliação da LBR.

Atualizado às 14h17min

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