Negócios

Credores da Oi têm resistência da Aurelius à reestruturação

A Aurelius, detentora de títulos da Oi, está tentando frustrar uma nova reestruturação de US$ 19 bilhões em dívidas proposta pelos credores


	Oi: cerca de 30 credores, incluindo a Aurelius, têm discutido seu próprio plano de reestruturação
 (REUTERS/ Nacho Doce)

Oi: cerca de 30 credores, incluindo a Aurelius, têm discutido seu próprio plano de reestruturação (REUTERS/ Nacho Doce)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 21h23.

A Aurelius Capital Management, detentora de títulos da Oi, está tentando frustrar uma nova reestruturação de US$ 19 bilhões em dívidas proposta pelos maiores credores da empresa de telecomunicações.

O hedge fund se opõe a um grupo de cerca de 70 credores assessorado pelo Moelis & Co., que tenta reunir um número maior de investidores para aprovar seu plano após o fracasso de um esforço desse tipo, no início do ano. A disputa gira em torno dos títulos emitidos por subsidiárias da Oi, em particular a Telemar Norte Leste, que fornece serviços de telecomunicação em estados como Rio de Janeiro.

“O grupo Moelis tem sido um grupo obrigacionista da Telemar disfarçado para parecer um grupo obrigacionista da Oi”, disse Mark Brodsky, presidente do conselho da Aurelius, que tem sede em Nova York, por e-mail, na quinta-feira, após ser informado do novo esforço.

A Aurelius disse que o Moelis representava apenas os detentores de títulos garantidos pela Telemar. Mas pessoas informadas sobre o assunto disseram que 60 por cento dos títulos do grupo Moelis não são garantidos pela Telemar, a principal geradora de caixa da Oi.

As pessoas pediram anonimato porque o assunto é confidencial.

O hedge fund de Brodsky possui títulos garantidos por outras entidades da Oi, que ele não especificou.

“O Moelis tem promovido o mito de que as notas da Telemar são seniores às notas de subsidiárias financeiras da Oi.

Como mostraremos em breve, é o oposto”, disse Brodsky.

Representantes da Oi, que tem sede no Rio de Janeiro, e do Moelis, que tem sede em Nova York, preferiram não comentar. A empresa de assessoria não revelou detalhes sobre o patrimônio do grupo na Oi.

Batalhas de valores

Cerca de 30 credores, incluindo a Aurelius, que possuem aproximadamente US$ 2 bilhões em títulos que não são garantidos pela Telemar têm discutido seu próprio plano de reestruturação, reportou a Bloomberg na semana passada. Eles são assessorados pelo Houlihan Lokey.

O grupo Moelis, liderado por fundos como Citadel, do bilionário Ken Griffin, e Western Asset Management, mantém US$ 4 bilhões em títulos da Oi.

Representantes da Western Asset Management e da Citadel, que tem sede em Chicago, preferiram não comentar. Um representante do Houlihan Lokey não respondeu às perguntas.

A Aurelius tem um histórico de litígios contra tomadores de empréstimos com problemas, incluindo o governo da Argentina e a Energy Future Holdings.

A Oi entrou com o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil em junho, depois que alguns membros do conselho de administração da empresa discordaram de um plano de swap de dívidas proposto pelo grupo liderado por Moelis que teria concedido 95 por cento da companhia aos detentores de títulos.

A quarta maior operadora de telefonia celular do Brasil foi construída por meio de uma série de fusões e passou por várias mudanças de diretoria. A empresa opera parte do sistema de telefonia fixa do país, que tem se mostrado oneroso -- a empresa tem o compromisso legal de expandir e manter a rede obsoleta.

A operadora visa continuar atendendo a seus clientes ao longo do processo de recuperação judicial, disse a empresa em comunicado ao mercado.

Acompanhe tudo sobre:3GBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas portuguesasOiOperadoras de celularServiçosTelecomunicaçõesTelefoniaTelemar

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia