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Citigroup espera que a Disney não compre o Twitter

“Independentemente da forma como fatiamos os dados, não conseguimos nos entusiasmar com essa possível transação”, escreveu a equipe do Citigroup


	Disney: o Citi lista quatro motivos pelos quais a compra do Twitter não seria interessante para a Disney
 (Kiyoshi Ota/Bloomberg)

Disney: o Citi lista quatro motivos pelos quais a compra do Twitter não seria interessante para a Disney (Kiyoshi Ota/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2016 às 18h09.

Nova York - Devagar com esse andor. Alguns investidores podem estar aplaudindo a possibilidade de uma oferta da Walt Disney pelo Twitter, mas os analistas do Citigroup não parecem muito animados.

“Independentemente da forma como fatiamos os dados, não conseguimos nos entusiasmar com essa possível transação”, escreveu a equipe liderada por Jason Bazinet.

“Sendo assim, estamos mantendo a recomendação de compra para papéis da Disney. Mas isso significa que esperamos que as reportagens estejam erradas e que o Twitter seja adquirido por alguma outra empresa.”

A Bloomberg publicou que a Disney é uma das poucas empresas que demonstraram interesse recentemente em uma possível oferta pela rede social, que passa por problemas.

As especulações ganharam força na semana passada, quando circularam informações sobre o interesse da Salesforce.com.

No caso da Disney, proprietária dos canais de TV ABC e ESPN, os benefícios provavelmente seriam vinculados à chegada de um novo empreendimento online de entretenimento, esportes e notícias. Jack Dorsey, presidente do Twitter, compõe também o conselho da Disney.

Enquanto as ações do Twitter subiram com as notícias, as da Disney caíram.

O Citi lista quatro motivos pelos quais a compra do Twitter não seria interessante para a Disney.

Resumidamente:

1. Problemas com fusões e aquisições no setor de internet

As fusões e aquisições anteriores no setor de internet examinadas pelo Citi renderam poucos casamentos felizes com empresas de mídia. “Não pudemos pensar em um único ativo baseado na web que tenha sido adquirido com sucesso por uma empresa de mídia tradicional nos últimos 15 anos.” Entre os exemplos listados estão os acordos entre AOL e Time Warner e entre MySpace e News Corp.

2. O Twitter tem suas encrencas

Já se fala há algum tempo sobre o assunto, que é o motivo pelo qual as ações do Twitter vêm caindo há meses. Infelizmente, o Citi não vê essas tendências mudando para melhor tão cedo.

Diante do problemático crescimento da base de usuários e da rotatividade nos cargos de gestão, o Twitter está sendo cada vez mais vigiado.

3. Queda das ações da Disney

O Citi fez cálculos em cima de dois cenários: a Disney compra o Twitter só com dinheiro ou só com ações. O Citi acredita que, nos dois casos, as ações da Disney cairiam por causa do acordo, com baixas de US$ 5 ou US$ 9, respectivamente. Isso representa um tombo de quase 10 por cento no pior cenário.

4. Não há muito que a Disney possa fazer para ajudar o Twitter

Por último, o Citi não vê muitas formas de a Disney resolver os problemas do Twitter. A equipe disse acreditar que o Twitter e o Yahoo! perderam dinheiro no acordo de transmissão de jogos da liga de futebol americano pela internet, o que os leva a acreditar que colocar ainda mais conteúdo na plataforma da rede social não necessariamente beneficiará a empresa financeiramente.

“Se a história for usada como referência, o Twitter implica riscos significativos para o comprador”, concluem.

A recomendação para o Twitter foi rebaixada para “underperform” (desempenho abaixo da média do mercado) pelo Mizuho Financial hoje e a equipe do banco afirmou que as condições da empresa continuaram piorando “significativamente” nos últimos 12 meses.

O Twitter atualmente possui sete classificações de “compra”, 25 recomendações de “manutenção” e nove de “venda”, com preço-alvo médio em 12 meses de US$ 16,72, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Disney tem 18 “compras”, 17 “manutenções” e duas “vendas”, com preço-alvo médio de US$ 108,27.

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