"Ninguém empresta a fundo perdido", diz presidente da Latam
Em entrevista, presidente da Latam no Brasil afirmou que a empresa ainda precisa retomar a rentabilidade, apesar do aporte da Qatar
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 08h38.
São Paulo - O aporte de US$ 613 milhões feito pela Qatar Airways na Latam dá tranquilidade e liquidez para a empresa em um momento desafiador para o setor aéreo brasileiro, afirma a presidente da Latam no Brasil, Claudia Sender.
Ela ressalta, no entanto, que o reforço financeiro não reduz a necessidade de a companhia seguir com seu plano para recuperar a rentabilidade das operações.
Assim como suas concorrentes, a Latam está reduzindo frota e cortando voos no Brasil para se ajustar à uma demanda mais fraca em meio à crise. Leia a seguir os trechos da entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo":
Por que a Latam fez essa operação com a Qatar Airways?
Foi um aporte importante para a Latam. Primeiro, pelo prêmio oferecido. E, segundo, porque acreditamos que é o momento de reforçar o caixa. Apesar de acreditarmos que o pior da crise já passou, toda a região ainda tem um desafio macroeconômico bastante interessante pela frente. Essas incertezas impactam a nossa indústria e temos compromissos de capital com frota bastante elevados no futuro.
Esse dinheiro tem destinação?
Não. Esse capital vem mesmo para reforçar caixa em momento de incerteza na região.
O Brasil ainda tem limite de capital estrangeiro para aéreas. Como isso foi equacionado?
A Qatar entra no capital da Latam (que tem sede no Chile). A TAM SA, que reúne as operações do Brasil, fica com sua estrutura societária inalterada.
A Latam precisa de mais capital ou esse aporte é suficiente?
Esse capital nos dá uma situação de liquidez no longo prazo, mas não diminui o tamanho do desafio que temos no Brasil de retomar a rentabilidade de operações. Ninguém empresta capital a fundo perdido. Tivemos prejuízo de R$ 1,2 bilhão no ano passado no Brasil e este ano está caminhando para algo igual ou pior. Precisamos, sim, enfrentar o que torna a aviação brasileira menos competitiva para voltarmos a ter rentabilidade.
O que muda com a Qatar do ponto de vista operacional?
O acordo prevê que a Qatar terá um assento no conselho da Latam. Todo o resto, como integração de malhas e algum tipo de sinergia operacional, vamos olhar a partir de agora. Até este momento falávamos de um aporte de capital.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - O aporte de US$ 613 milhões feito pela Qatar Airways na Latam dá tranquilidade e liquidez para a empresa em um momento desafiador para o setor aéreo brasileiro, afirma a presidente da Latam no Brasil, Claudia Sender.
Ela ressalta, no entanto, que o reforço financeiro não reduz a necessidade de a companhia seguir com seu plano para recuperar a rentabilidade das operações.
Assim como suas concorrentes, a Latam está reduzindo frota e cortando voos no Brasil para se ajustar à uma demanda mais fraca em meio à crise. Leia a seguir os trechos da entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo":
Por que a Latam fez essa operação com a Qatar Airways?
Foi um aporte importante para a Latam. Primeiro, pelo prêmio oferecido. E, segundo, porque acreditamos que é o momento de reforçar o caixa. Apesar de acreditarmos que o pior da crise já passou, toda a região ainda tem um desafio macroeconômico bastante interessante pela frente. Essas incertezas impactam a nossa indústria e temos compromissos de capital com frota bastante elevados no futuro.
Esse dinheiro tem destinação?
Não. Esse capital vem mesmo para reforçar caixa em momento de incerteza na região.
O Brasil ainda tem limite de capital estrangeiro para aéreas. Como isso foi equacionado?
A Qatar entra no capital da Latam (que tem sede no Chile). A TAM SA, que reúne as operações do Brasil, fica com sua estrutura societária inalterada.
A Latam precisa de mais capital ou esse aporte é suficiente?
Esse capital nos dá uma situação de liquidez no longo prazo, mas não diminui o tamanho do desafio que temos no Brasil de retomar a rentabilidade de operações. Ninguém empresta capital a fundo perdido. Tivemos prejuízo de R$ 1,2 bilhão no ano passado no Brasil e este ano está caminhando para algo igual ou pior. Precisamos, sim, enfrentar o que torna a aviação brasileira menos competitiva para voltarmos a ter rentabilidade.
O que muda com a Qatar do ponto de vista operacional?
O acordo prevê que a Qatar terá um assento no conselho da Latam. Todo o resto, como integração de malhas e algum tipo de sinergia operacional, vamos olhar a partir de agora. Até este momento falávamos de um aporte de capital.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.