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Netflix segue crescendo, e gastando, como nunca

O faturamento deve crescer mais de 1 bilhão de dólares na comparação com o segundo trimestre do ano passado, para 3,9 bilhões de dólares neste trimestre

Cena de Casa de Papel: Netflix deve investir 85% dos 13 bilhões de dólares que tem à disposição em produção própria (Netflix/Divulgação)
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EXAME Hoje

Publicado em 16 de julho de 2018 às 05h46.

Última atualização em 16 de julho de 2018 às 07h03.

Em uma ironia do destino, no mesmo dia que duas das últimas três lojas remanescentes da locadora de vídeos Blockbuster —que declarou falência em 2010— vão fechar nos Estados Unidos, uma das maiores empresas responsáveis pelo fim dos DVDs físicos e o novo domínio do streaming divulgará seus resultados.

A empresa de streaming de vídeo Netflix anuncia nesta segunda-feira seus resultados do segundo trimestre, após ter mostrado números consistentes em abril, quando reportou um aumento anual de 40% em seu faturamento, para 3,7 bilhões de dólares. O aumento das receitas foi fruto de um crescimento na base de assinantes, principalmente fora dos Estados Unidos, onde o avanço foi de 42% na comparação anual.

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Analistas estimam que, neste trimestre, a Netflix reporte ganhos de 79 centavos por ação, um aumento de 81% em relação ao mesmo período de 2017. De acordo com as projeções, o faturamento deve crescer mais de 1 bilhão de dólares na comparação com o segundo trimestre do ano passado, para 3,9 bilhões de dólares neste trimestre.

Mas o número para ficar de olho —e que responde por grande parte desses resultados— é o de novas assinaturas, principalmente fora dos Estados Unidos, já que a saturação em seu mercado doméstico é uma das preocupações dos investidores.

Em abril, a Netflix estimava 1,2 milhão novos assinantes nos Estados Unidos e 5,9 milhões ao redor do mundo. Analistas esperam números bem próximos dos da empresa: 6,2 milhões de novos assinantes —1,2 milhão americanos e 5,01 milhões internacionalmente. A companhia tem 57 milhões de assinantes nos Estados Unidos e 125 milhões no exterior.

“O debate a partir daqui está centrado na habilidade da Netflix de conduzir esse nível de taxa de adesão e retornos globais que construiu nos Estados Unidos”, diz um analista do banco Morgan Stanley em nota.

Uma pesquisa da Cowen & Co. com 2.500 consumidores mostrou que a Netflix é a plataforma mais usada pelos americanos para assistir vídeos, principalmente pelos mais jovens. Quase 40% dos entrevistados com idades entre 18 a 24 anos disseram usar com mais frequência a Netflix, 23% mais do que o YouTube, do Google, que ficou em segundo lugar.

Com números tão bons quanto esses parece haver pouco motivo para preocupação. Mas a empresa deve enfrentar cada vez mais competição de serviços similares, como o da Amazon, da Disney e Hulu, que, como a Netflix, vem investindo cada vez mais em conteúdo próprio. Canais tradicionais, como o HBO, também investem cada vez mais. Para se distanciar da concorrência, a Netflix tem que investir cada vez mais. A meta é gastar 85% dos 13 bilhões de dólares que tem à disposição em produção original.

A estratégia de apostar em suas próprias séries e filmes, como “A Casa de Papel”, “Narcos” e “House of Cards”, vem dando resultados para a Netflix. Nesta quinta, a empresa conseguiu 112 indicações para o Emmy, o prêmio mais importante da televisão americana, superando a HBO, que perdeu o trono pela primeira vez em 18 anos. O desafio é seguir equilibrando qualidade e lucro.

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