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"Não vamos liquidar a Gafisa", diz presidente da incorporadora

Compromisso é de longo prazo, diz a executiva Ana Recart, que assumiu a gestão da Gafisa

Gafisa (GFA): passando por reestruturação (Alexandre Battibugli/EXAME.com/Site Exame)

Gafisa (GFA): passando por reestruturação (Alexandre Battibugli/EXAME.com/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 17h49.

Última atualização em 17 de dezembro de 2018 às 10h51.

São Paulo - A nova gestão da Gafisa tem plano de gerar valor para a incorporadora no longo prazo, de acordo com a executiva Ana Recart, que assumiu o posto em outubro, por indicação da principal acionista, a gestora GWI, do investidor Mu Hak You. "Não vamos fechar capital nem liquidar (a Gafisa). Nosso compromisso é no longo prazo", afirmou.

A GWI, conhecida por comprar brigas ao investir em grandes empresas, como ocorreu na Saraiva, tem 48,7% na incorporadora. Na Gafisa, a estratégia não foi diferente: o grupo destituiu o conselho de administração e a direção executiva, ocupando esses postos com pessoas de confiança de Mu Hak. Recart era presidente da GWI Real Estate, braço destinado ao setor imobiliários.

Em seguida, a GWI deu início a um plano de reestruturação na Gafisa baseado em profundos cortes de custos, o que envolveu demissão de cerca de metade dos funcionários, fechamento do escritório no Rio, postergação de lançamentos, revisão de contratos e suspensão de pagamento a fornecedores. "Com a companhia mais enxuta, também estaremos prontos para crescer", disse Recart.

Nos dois anos anteriores, a companhia já havia passado por uma reestruturação. Mas, ao contrário de outras incorporadoras que já voltaram a crescer, a Gafisa permaneceu com um estoque de imóveis e endividamento elevados. A sua relação entre dívida líquida e patrimônio chegou a 87,8% no fim do terceiro trimestre, um dos mais altos do setor.

Apesar disso, a nova presidente ressaltou que está otimista. Na sua avaliação, a empresa é viável e tem ativos suficientes para cobrir seus compromissos financeiros, sem necessidade de renegociar dívidas ou passar por nova injeção de recursos.

Recart diz que a empresa tem R$ 3,4 bilhões em ativos, para uma dívida de R$ 960 milhões. "Para fazer frente a essa dívida e para que a companhia volte a crescer, nossa primeira medida foi um 'turnaround' (reestruturação dos negócios)."

A companhia também levou a cabo, mesmo com o caixa baixo, um programa de recompra de ações. A presidente da Gafisa defendeu a medida: "Mostra que confiamos na empresa." Para pagar a conta, ela disse que a companhia poderá vender cinco terrenos no Rio, cidade onde não pretende mais atuar.

Demissões

Ana Recart confirmou a informação de que a empresa cortou 50% de sua equipe - o total de funcionários caiu de 740 para 370. "Agora estamos revendo contratos. Preciso desse fornecedor? Se não preciso, vamos rescindir. E, se preciso, vamos analisar se ele é o melhor fornecedor na área." A empresa está em uma "queda de braço" com fornecedores, que reclamam de atraso em pagamentos. Recart diz esperar resolver a questão até janeiro. Ela nega que haja atraso nas obras dos 18 canteiros que a empresa tem hoje ativos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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