Negócios

Na contramão do setor, Michael Klein aumenta aposta em aviação executiva

O ex-presidente da Casas Bahia fundou a companhia de aviação executiva, que aluga "garagens" para aviões de terceiros, em 2012

Michael Klein (Germano Lüders/EXAME.com/Exame)

Michael Klein (Germano Lüders/EXAME.com/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de agosto de 2018 às 16h20.

Em meio ao marasmo da aviação executiva, o empresário Michael Klein impulsiona seu negócio no setor: comprou dois aviões e um helicóptero neste ano, reformou a sala vip do aeroporto Santos Dumont, no Rio e, nesta semana, inaugurou um hangar em Brasília. Com a ajuda da Copa do Mundo e das eleições, a meta de Klein é que o faturamento de sua empresa Icon Aviation cresça 40% em 2018, ainda que o segmento esteja longe de sua melhor fase.

"É importante investir durante a crise para estar preparado quando o mercado melhorar", repete o ex-presidente da Casas Bahia e acionista da Via Varejo. Klein fundou sua companhia de aviação executiva, que aluga "garagens" para aviões de terceiros e freta aeronaves, em 2012, justamente quando o segmento esfriava após anos de expansão. A crise, porém, não freou o projeto. Só neste ano, os investimentos na ampliação da companhia devem somar cerca de R$ 58 milhões, considerando a cotação do dólar de sexta-feira.

Expansão

Com os aportes, Klein espera que a empresa fature R$ 140 milhões em 2018 e que, nos próximos anos, represente metade do braço imobiliário de sua holding, o Grupo CB. No ano passado, esse segmento, que tem 440 imóveis e mais de três quartos deles alugados para a Casas Bahia, teve uma receita bruta de R$ 400 milhões.

"A crise ajuda (na locação de aeronaves). Hoje, fretamos muito para ex-donos de aviões, que acabaram vendendo suas aeronaves porque o custo de manutenção era muito alto", afirma Klein

A Copa do Mundo foi outra aposta. Segundo o empresário, durante o evento, houve uma alta demanda por aeronaves para viagens até a Rússia. No acumulado do ano até julho, a demanda por fretamento na Icon cresceu 115%. 

A expectativa agora é com a corrida eleitoral, quando os partidos alavancam o mercado ao alugar aeronaves para campanhas. "Espero que isso nos ajude a manter o ritmo. A questão é que não podemos abrir mão dos clientes regulares para atender os partidos."

O empresário conta ainda que, neste ano, os políticos estão insistindo em tarifas mais baratas, dado o limite de recursos disponíveis, e abrindo mão de aeronaves exclusivas. 

Imóveis e carros

Além das ampliações na aviação executiva, a holding de Klein também está expandindo suas outras divisões. Em julho, ele anunciou a entrada do braço imobiliário do grupo CB no segmento de galpões logísticos. 

Na área de concessionárias de veículos - hoje, a companhia tem uma da Mercedes Benz em Jundiaí (SP) - a intenção é participar da concorrência para abrir uma segunda unidade na região de Araraquara (SP). "O pessoal que compra Mercedes não está sentindo tanto essa crise", afirma.

Sobre a Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, Klein afirma que vai acompanhar o controlador - o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que detém 43,2% de participação - em uma possível venda. A família Klein tem 25% e acionistas minoritários, o restante.

No fim de 2016, o GPA anunciou intenção de se desfazer da empresa. Seis meses depois, Klein quis ficar com a Via Varejo, mas o negócio não prosperou. "A empresa irá a o Novo Mercado (segmento de mais alto nível de governança da Bolsa). Aí, não haverá pressa para ela vender sua participação. E vamos ficar com o controlador." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoAviõesJatos executivosMichael Klein

Mais de Negócios

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi