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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
A proposta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar a Varig foi formalmente aceita nesta quarta-feira (26/10) pela assembléia de credores. O banco estatal se dispôs a financiar -- no limite de dois terços do valor de compra -- investidores interessados em reunir-se numa Sociedade de Propósito Específico (SPE) para adquirir 100% das ações da VarigLog (logística) e da VEM (manutenção) por pouco mais de 60 milhões de dólares.
É o que a Varig deve a empresas de leasing sediadas nos Estados Unidos por aluguéis atrasados. Caso não pague o que deve em 15 dias (novo prazo concedido por um juiz americano), pode perder dezenas de aeronaves retidas pelos credores. Neste caso, o colapso da Varig seria praticamente certo.
Toda a operação, portanto, serve apenas para apagar um incêndio. Ainda há dúvidas sobre as regras consagradas na nova lei de falências. Há o risco, dizem especialistas que acompanham o caso, de que, por uma questão de procedimento, os compradores da VarigLog e da VEM recebam junto com as empresas todos seus passivos, ainda que a Lei de Recuperação de Empresas procure evitar isso.
Para quebrar a sucessão, é necessário que a transferência de propriedade seja feita em venda judicial, mas não está claro se haverá leilões da VarigLog e da VEM, supervisionados pelo juiz do processo. O instrumento do leilão traria outra vantagem importante: a disputa entre investidores poderia trazer mais recursos do que simplesmente os necessários para apagar um incêndio.
No final das contas, as últimas semanas foram consumidas para dar sobrevida à Varig. Mesmo que a venda de ativos valiosos -- caso das duas subsidiárias -- seja bem-sucedida, o jogo estará apenas zerado. O passivo total da Varig chega a 9,5 bilhões de reais.