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Mundo ganhou um bilionário a cada 30 horas na pandemia, diz Oxfam

Fortuna do clube do bilhão cresceu, enquanto mais pessoas entraram na extrema pobreza nos últimos dois anos

Bilionários: A Oxfam recomenda a tributação de grandes fortunas e sugere a taxação temporária, em 90%, de lucros excedentes obtidos pelas grandes corporações durante a pandemia (halduns/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de maio de 2022 às 10h49.

Os dois anos de pandemia acirraram a desigualdade no mundo. Levantamento realizado pela Oxfam, ONG que atua em mais de 90 países na busca de soluções para a pobreza e a desigualdade social, dá conta que, nos últimos dois anos, o mundo ganhou um novo bilionário a cada 30 horas.

O compasso é quase o mesmo que, neste ano, deve levar um milhão de pessoas a atravessarem a linha de pobreza extrema, a cada 33 horas, nas estimativas da entidade. O estudo está sendo lançado concomitantemente à abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, como insumo para os debates.

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— Esse aumento desproporcional da riqueza de poucos não é celebrável. Ao contrário, é um sinal de alerta, de urgência para que algo seja feito a fim de recolocar a humanidade nos trilhos da inclusão — afirma a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.

Junto ao estudo, batizado como “Lucrando com a dor”, a entidade indica medidas voltadas à redistribuição de renda. A Oxfam recomenda a tributação de grandes fortunas e sugere a taxação temporária, em 90%, de lucros excedentes obtidos pelas grandes corporações durante a pandemia.

Conforme o levantamento, o mundo tem atualmente 2.668 bilionários, 573 mais que em 2020. Somente o setor farmacêutico, que lucrou mais com a venda de vacinas, fez 40 desses.

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Sozinho, o clube do bilhão detém o equivalente a 13,9% do PIB mundial, quase três vezes a fatia a que sua fortuna correspondia em 2000. Ainda conforme a Oxfam, as dez pessoas mais ricas possuem um patrimônio maior que toda a riqueza nas mãos dos 40% mais pobres combinada.

O Fórum de Davos acontece presencialmente após dois anos de versões virtuais. Os russos não participarão pela primeira vez desde o fim da União Soviética. Os ministros Paulo Guedes (Economia) e Marcelo Queiroga (Saúde) estarão no evento.

Confira alguns dados do levantamento:

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