Multa de Neymar com a Receita deve ser reduzida a menos da metade
O Carf anulou nesta quarta-feira duas condenações por supostas irregularidades no pagamento de impostos do jogador
AFP
Publicado em 16 de março de 2017 às 17h58.
Última atualização em 16 de março de 2017 às 17h59.
O craque brasileiro Neymar obteve um veredito parcialmente favorável a um recurso apresentado ao Ministério da Fazenda, o que aliviará consideravelmente a milionária multa à qual havia sido condenado a pagar.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda independente da Receita Federal, anulou nesta quarta-feira duas condenações por supostas irregularidades no pagamento de impostos sobre os contratos de patrocínio assinados pelo jogador do Barcelona através de empresas criadas por seu pai. O Carf manteve, contudo, a vigência de outras sentenças.
"O colegiado decidiu (...) excluir da base de cálculo do lançamento os valores relativos a rendimentos do trabalho, sem vínculo empregatício, decorrentes dos contratos de publicidade celebrados pela pessoa jurídica", explicou a entidade em comunicado enviado nesta quinta-feira à AFP.
O novo cálculo ainda não foi feito, mas estima-se que a multa poderá ser reduzida a menos da metade dos 188 milhões de reais que Neymar foi condenado a pagar em março de 2016.
"Tivemos uma grande vitória... e essa pertence a Deus! Nossa família e nossas empresas foram, por decisão do Carf, consideradas LEGÍTIMAS!", escreveu o pai de Neymar na rede social Twitter.
A NR Sports, empresa criada quando Neymar tinha apenas 14 anos, mas já era tido como uma grande promessa, possui todos os direitos de imagem do atacante. Como pessoa, jurídica, Neymar é passível de contribuições ao Fisco de 15% a 20%, contra 27,5% aplicáveis às pessoas físicas.
Vitória parcial
A defesa do jogador conseguiu a anulação de uma parte da condenação por fraude fiscal, alegando que o proprietário oficial da empresa é o pai de Neymar, e não o atleta.
O Carf, porém, negou outros recursos apresentados relacionados com os direitos de imagem pagos pelo Santos, clube que revelou Neymar, como complemento salarial e não com base em contratos de patrocínio.
O Carf também manteve uma multa pelos 10 milhões de euros desembolsados em 2011 pelo Barcelona sob forma de "empréstimo" a favor de outra empresa da família Neymar, a N&N Consultoria.
Essa soma foi considerada como um adiantamento concedido pelo clube catalão para ter prioridade na futura contratação do jogador, concretizada em 2013.
Uma transferência repleta de irregularidades, segundo a justiça espanhola, que acusou Neymar e o Barça de "fraude" e "corrupção".
Em um primeiro momento, o clube catalão declarou o valor da transferência em 57,1 milhões de euros: 40 milhões para a família do jogador e 17,1 milhões para o Santos e o fundo de investimento brasileiro DIS, que possuía 40% dos direitos do jogador. Mas, segundo a justiça espanhola, Neymar custou pelo menos 83,1 milhões de euros ao cofres do Barcelona.