José Carlos Fragoso Pires (Jockey Clube/Divulgação)
Agência O Globo
Publicado em 23 de outubro de 2020 às 18h28.
Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 19h25.
Morreu na manhã desta sexta-feira, 23, aos 88 anos, o empresário José Carlos Fragoso Pires, empresário e armador, dono da Frota Oceânica, que ja foi uma das maiores companhias de navegação do país, e ex-presidente do Jockey Club Brasileiro entre 1992 e 2000. A causa da morte não foi divulgada.
Conhecido pela fortuna e pela presença em eventos da alta sociedade carioca, Fragoso Pires foi um dos participantes do evento que marcou a primeira grande disseminação da covid-19 no Rio, a festa de noivado de sua neta, Alessandra, com Pedro de Orleans e Bragança, realizada no início de março e que terminou com 37 contaminados. Dois deles vieram a falecer semanas depois: Mirna Bandeira de Mello e Rafael Fragoso Pires, filho de José Carlos e pai da noiva.
O Jockey Club Brasileiro divulgou uma nota de pesar pelo falecimento de José Carlos Fragoso Pires, apontado como um dos responsáveis pelo reerguimento do esporte no Brasil. "O turfe perdeu hoje uma de suas figuras mais expoentes e um dos grandes responsáveis por uma era de ouro da atividade no país", diz a nota. "O turfe amanheceu de luto e o céu está em festa com a chegada de uma estrela de primeira grandeza", completa.
Ex-magnata que chegou a ter 27 empresas, entre elas um banco e o Haras Santa Ana do Rio Grande, conhecido pelos cavalos premiados que criava, José Carlos viu seu império entrar em decadência na década de 1990, com a crise no setor naval brasileiro, quando começou a se desfazer de seus bens. Negociou metade do plantel de cavalos, um jatinho e uma mansão em Angra dos Reis, além de diversas de suas empresas.
Em 2013, colocou à venda uma cobertura tríplex na praia do Flamengo, que ainda está à venda por 65 milhões de reais e seria um dos maiores apartamentos do mundo, segundo o anúncio publicado na internet. A propriedade, que pertenceu a Jorginho Guinle, tem 3.900 metros quadrados, possui cinco suítes, 11 quartos de empregados, dez vagas na garagem, um jardim suspenso, salões de festas, elevador privativo e até uma miniatura do Arco do Triunfo incrustada no jardim da cobertura.
A venda do apartamento, não concretizada, seria usada para pagar os custos da remoção e do pagamento de multas pelo naufrágio parcial de um de seus navios, o Angra Star, abandonado na Baía de Guanabara. O cargueiro encalhou causando um derramamento de óleo no local.