Negócios

Microsoft faz versão de Minecraft ser negócio educativo

Professores de milhares de escolas em dezenas de países usam o videogame Minecraft para ensinar matérias como matemática, inglês e até programação


	Minecraft: a Microsoft está comprando a franquia MinecraftEdu
 (Divulgação)

Minecraft: a Microsoft está comprando a franquia MinecraftEdu (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 21h36.

Professores de milhares de escolas em dezenas de países usam o videogame Minecraft para ensinar matérias como matemática, inglês e até programação por meio do MinecraftEdu.

Eles utilizam uma versão modificada do jogo criada em 2011 por um grupo independente de professores e programadores.

A Microsoft está validando o trabalho deles ao transformar o MinecraftEdu no pilar de seus planos comerciais para o Minecraft enquanto ferramenta educativa. Mas os criadores do MinecraftEdu não participarão do projeto.

Agora, a Microsoft está comprando a franquia MinecraftEdu.

A Microsoft está tão animada quanto as outras gigantes da tecnologia para ganhar espaço dentro das escolas. Como o Minecraft é um produto raro considerado ao mesmo tempo potencialmente educativo e divertido, a empresa vê nele uma grande oportunidade.

A iniciativa é também o capítulo final de uma das mais notáveis modificações feitas por usuários do Minecraft.

Os chamados mods representam uma enorme parcela do poder de atração do Minecraft e os usuários têm construído novos recursos para os jogos, como árvores, reatores nucleares e computadores quânticos dentro do jogo. A Mojang, empresa produtora do jogo, deu as boas-vindas a esse movimento de base. Desde que a Microsoft comprou a Mojang por US$ 2,5 bilhões, no final de 2014, os chamados “modders” vêm procurando sinais de que a Microsoft planeja reinar nessa cultura despreocupada em nome de mais controle e lucros mais elevados.

‘Trabalho incrível’

As pessoas produziram mods do Minecraft continuamente sem serem perturbadas pela Microsoft desde a aquisição e Dierdre Quarnstrom, chefe da Minecraft Education na Microsoft, tinha apenas coisas positivas para dizer a respeito da TeacherGaming, a startup que criou o MinecraftEdu.

“Eles fizeram um trabalho incrível”, disse ela. Mas sempre foi baixa a probabilidade de a MinecraftEdu continuar existindo de forma independente.

Joel Levin, professor de computação em uma escola particular da cidade de Nova York, começou a trabalhar em uma versão modificada do jogo em 2011 para usá-lo em suas próprias aulas (e o mais impressionante é que nenhuma das 120 crianças de 7 e 8 anos que frequentavam suas aulas tinha ouvido falar do jogo naquela época).

Foi então que ele se uniu a Santeri Koivisto, um empreendedor finlandês, para criar uma empresa chamada TeacherGaming, que desenvolveu uma versão personalizada do jogo. Isso permitiu que os professores usassem o Minecraft nas salas de aula a partir de seus próprios servidores e deu controle a eles para que estabelecessem parâmetros para seus estudantes. Os dois homens conseguiram que a Mojang lhes concedesse um acordo de licenciamento para vender o MinecraftEdu às escolas.

A TeacherGaming cobrava US$ 41 por professor para preparar o servidor e depois cerca de US$ 15 pela licença para cada estudante. Agora, 7.000 escolas em cerca de 40 países usam o MinecraftEdu. Foi o suficiente para que uma minúscula startup como a TeacherGaming se tornasse lucrativa. A empresa começou até mesmo a desenvolver outros produtos criados para levar os videogames às escolas -- uma decisão premonitória, porque a TeacherGaming e seus fãs perceberam imediatamente que o acordo com a Microsoft mudaria as coisas.

“Obviamente quando a Microsoft entrou no páreo não estava claro o que seria permitido”, disse Levin, em entrevista. “Vínhamos trabalhando com esse estúdio de games sueco, independente e descolado, e de repente nos vimos trabalhando com uma das maiores corporações do mundo”.

A nova versão da Microsoft, chamada “Minecraft: Education Edition”, inclui recursos como mapas melhores e a possibilidade de que os professores compartilhem entre si com mais facilidade os mundos construídos por seus estudantes.

A empresa também abandonou a tarifa única que a TeacherGaming cobrava, preferindo uma assinatura anual de US$ 5 por estudante. No início, são oferecidos testes gratuitos indefinidos. A Microsoft está planejando promover o jogo imediatamente e uma nova versão estará pronta para a venda no início do novo ano escolar no país, no outono do Hemisfério Norte.

A meta principal da TeacherGaming agora é ajudar a modificar outros videogames comerciais para uso educacional, depois distribuí-los nas escolas -- uma estratégia da qual muitos produtores de videogame fogem.

O problema, diz Levin, é que as empresas que produzem os jogos famosos geralmente não querem permitir que pequenas startups mexam em seus produtos. Considerando a falta de sorte que teve trabalhando com grandes empresas, a TeacherGaming está tentando encontrar produtoras menores abertas a experimentos, diz Levin. “Mais ou menos como era a Mojang quando começamos a trabalhar com eles”.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaGamesMicrosoftTecnologia da informação

Mais de Negócios

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi