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Microsoft aproveitou brechas fiscais para não pagar US$ 7 bi

A empresa dirigida por Bill Gates transferiu US$ 21 bilhões a filiais do exterior, quase a metade de todas suas vendas no varejo nos EUA entre 2009 e 2011


	O fundador da Microsoft, Bill Gates: Por sua parte, a Microsoft rejeitou as acusações ao ressaltar que são práticas frequentes em negócios de dimensão global
 (Jim Watson//AFP)

O fundador da Microsoft, Bill Gates: Por sua parte, a Microsoft rejeitou as acusações ao ressaltar que são práticas frequentes em negócios de dimensão global (Jim Watson//AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 21h06.

Washington - A Microsoft utilizou lacunas fiscais para evitar pagar cerca de US$ 7 bilhões em impostos ao governo dos Estados Unidos, segundo dados de um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Senado americano.

A empresa dirigida por Bill Gates transferiu US$ 21 bilhões a filiais do exterior, quase a metade de todas suas vendas no varejo nos EUA entre 2009 e 2011, com o que economizou cerca de US$ 7 bilhões em pagamentos ao fisco americano.

Estes dados aparecem em um relatório apresentado hoje pela Subcomissão Permanente de Investigações do Senado de EUA, no qual, no entanto, se determina que estas atividades não são ilegais.

''Estas lacunas fiscais e abusos representam um custo tremendo. O que estas estratégias fazem é transferir o peso dos impostos aos cidadãos e negócios que não contam com exércitos de advogados e contadores'', explicou o senador democrata Carl Levin, presidente da subcomissão.

Por sua parte, a Microsoft rejeitou as acusações ao ressaltar que são práticas frequentes em negócios de dimensão global.

''Os resultados fiscais da Microsoft são consequência das características de seu negócio, que é fundamentalmente global para operar nos mercados estrangeiros de modo que possamos competir e crescer. Tanto em casa como fora, acatamos as leis fiscais como estão escritas'', declarou Bill Sample, vice-presidente corporativo fiscal em seu depoimento perante os senadores.

A Microsoft teria utilizado estas brechas e estratagemas para situar seu dinheiro em paraísos fiscais como Cingapura, Ilhas Cayman e Bermudas.

''A alta tecnologia é provavelmente o principal usuário destes refúgios fiscais. Isto ocorre principalmente porque muitos de seus ativos são propriedade intelectual intangível, o que é difícil de avaliar e fácil de movimentar'', comentou Levin.

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