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Metas mais ambiciosas da COP26 ainda estão distantes

A sete dias do início da cúpula climática global em Glasgow, o ruído de anúncios e iniciativas está mais alto. Mas as chances de sucesso ainda são incertas

Amazônia; queimadas; incêndios; florestas; desmatamento (Victor Moriyama/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 25 de outubro de 2021 às 13h39.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h01.

A sete dias do início da cúpula climática global em Glasgow, o ruído de anúncios e iniciativas está mais alto. Mas as chances de sucesso ainda são incertas.

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Primeiro, as boas notícias. Negociadores indicam avanço em um dos principais objetivos das negociações: estabelecer regras para um mercado global de carbono que, se bem planejado, ajudará a reduzir as emissões globais. O acordo não deve sair antes da cúpula em Glasgow e pode não ir em frente, mas sinais de partes importantes, incluindo do Brasil, são positivos. Seria uma grande vitória para a COP26 , uma conquista que, segundo especialistas, seria o maior prêmio desta rodada de negociações.

Mas, devido à escala da emergência climática, o Reino Unido, anfitrião da cúpula, estabeleceu ambições muito maiores para a rodada. Essas metas são as mais difíceis de serem alcançadas. O presidente da COP, Alok Sharma, quer “relegar o carvão à história” e tem se esforçado para convencer as principais economias a fecharem um acordo. Líderes do G20 se reúnem esta semana em uma cúpula que dará o tom da COP, e até agora as negociações sobre o carvão têm sido difíceis, com sinais de retrocesso em comparação com o início deste ano.

A crise de energia - que obrigou a China a elevar a produção de carvão - não ajuda. Nem as dificuldades que o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta para aprovar sua agenda verde em casa.

Países desenvolvidos estabeleceram uma meta de US$ 100 bilhões em financiamento climático até 2020, objetivo que ainda não foi alcançado. Os Estados Unidos são os que mais devem e os que estão mais atrasados em contribuições. Embora a soma não seja suficiente para sustentar a transição energética necessária e zerar as emissões mundiais até 2050, a meta adquiriu um significado simbólico e o fracasso lançará uma sombra sobre as negociações.

Mesmo com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, dizendo que as negociações serão difíceis, os anfitriões focam em acordos menores paralelos para ajudar a resolver problemas específicos. Um pacto sobre o metano tem conseguido rápido apoio e poderia ajudar a ganhar tempo para que autoridades enfrentem metas de descarbonização mais rigorosas. Um acordo para combater o desmatamento está em andamento, embora o Brasil, um ator-chave em qualquer movimento para proteger florestas por causa da importância da Amazônia, ainda não tenha se comprometido.

Onde o Brasil tem mostrado disposição para agir são nas regras do mercado global de carbono, cobertas pelo Artigo 6 do Acordo de Paris. O fracasso em resolver a questão minou as negociações climáticas de Madri em 2019. Embora um acordo positivo  - que permita a países e empresas negociarem compensações de alta qualidade - ajude a financiar projetos verdes importantes, uma meta muito baixa poderia, na verdade, acelerar o aquecimento global, dando aos compradores licença para poluir sem compensar significativamente essas emissões.

“Devemos ser cautelosamente otimistas em chegar a um acordo sobre o Artigo 6 e cumprir as regras do Acordo de Paris”, disse Simon Henry, diretor de desenvolvimento do mercado de carbono da International Emissions Trading Association.

A temperatura global já está 1,1°C acima dos níveis pré-industriais, o que significa que a diferença entre o que é necessário e o que está sendo feito é maior do que nunca. Se a COP26 será considerada um sucesso ou não, dependerá de como os observadores decidirão avaliá-la.

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