McDonald's eliminará frango que recebeu antibiótico humano
Restaurantes norte-americanos da rede vão parar de comprar carne de frango gradualmente para combater infecções humanas
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2015 às 14h45.
Restaurantes norte-americanos da rede McDonald's vão gradualmente parar de comprar carne de frango que recebeu antibióticos para combater infecções humanas, o passo mais agressivo por parte de uma grande empresa de alimentos para forçar avicultores a mudarem as práticas na luta contra superbactérias perigosas.
A maior cadeia de restaurantes do mundo anunciou nesta quarta-feira que dentro de dois anos o McDonald's dos EUA só vai comprar frango criado sem antibióticos.
A política do McDonald's começará no centro de incubação, onde às vezes os pintinhos recebem antibióticos ainda no ovo.
"Estamos ouvindo nossos clientes", disse a vice-presidente sênior da cadeia de abastecimento norte-americana do McDonald's, Marion Gross, à Reuters.
Ela disse que a empresa está trabalhando com seus fornecedores nacionais de frango, incluindo Tyson Foods , para fazer a transição.
O uso veterinário de antibióticos é legal. No entanto, como a taxa de infecções humanas por bactérias resistentes aos antibióticos aumenta, os defensores dos consumidores e especialistas em saúde pública tornaram-se mais críticos da prática de dar rotineiramente antibióticos para frangos, bovinos e suínos.
Cientistas e especialistas em saúde pública dizem que, sempre que um antibiótico é administrado, ele mata as bactérias mais fracas e pode permitir que as mais fortes sobrevivam e se multipliquem.
O risco, eles dizem, é que as superbactérias possam desenvolver resistência cruzada a importantes antibióticos.
O uso frequente de antibióticos em baixa dosagem, uma prática utilizada por alguns produtores de carne, pode intensificar o efeito.
Bactérias resistentes estão ligadas a um número estimado de 23 mil mortes humanas e 2 milhões de doenças a cada ano nos Estados Unidos, resultando em gastos de até 20 bilhões de dólares na saúde pública, de acordo com os centros para controle e prevenção de doenças norte-americanos.
Este pode ser um "ponto de inflexão para o uso de antibióticos na indústria avícola", disse Jonathan Kaplan, diretor do programa de alimentação e agricultura do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
"McDonald's tem muito poder de compra e reconhecimento da marca, eu acho que nós estamos vendo um novo padrão industrial aqui", disse Kaplan.
"Para a saúde pública, isso é realmente uma virada de jogo", disse Gail Hansen, uma autoridade para um projeto de resistência aos antibióticos.
Há exceções para a nova política do McDonald's. A empresa vai comprar frango de agricultores que "usarem de forma responsável" ionóforos, um antibiótico animal não utilizado no tratamento médico humano, disse Gross.
A política de redução do uso de antibióticos se aplica apenas a cerca de 14 mil restaurantes norte-americanos do McDonald. Atualmente, não afeta aproximadamente 22.000 restaurantes internacionais da empresa.
A ação do McDonald's, que tem lutado para reconquistar os clientes e reforçar vendas nos Estados Unidos, está em sintonia com a demanda dos consumidores por alimentos feitos com ingredientes "limpos" e mais "naturais".
Mas fica aquém de políticas semelhantes em cadeias menores, como Chipotle Mexican Grill e Panera Bread , que proíbem a utilização de ionóforos.
A Tyson, maior processadora de carne dos EUA, disse à Reuters em comunicado que apoiou a decisão do McDonald's e que as suas operações de frango têm reduzido o uso de antibióticos que são eficazes em seres humanos em mais de 84 por cento desde 2011.
A empresa espera continuar reduções.
Uma investigação da Reuters no ano passado revelou que alguns dos maiores produtores de aves do país rotineiramente alimentam galinhas com um conjunto de antibióticos, e não apenas quando ocorre uma doença, como uma prática padrão na maior parte da vida das aves.
A Reuters também descobriu que doses baixas de antibióticos faziam parte da dieta padrão para alguns dos plantéis de Tyson, incluindo dois documentos internos da empresa que mostraram o uso de bacitracina.
Apesar de a droga não ser classificada como clinicamente importantes pelo Food and Drug Administration, a bacitracina é comumente usada para prevenir infecções de pele humana.
A Tyson disse que não concordou com as conclusões da reportagem da Reuters, mas, desde então, tomou novas medidas para reduzir ou interromper o uso de antibióticos, incluindo em seus incubatórios de frango.
Restaurantes norte-americanos da rede McDonald's vão gradualmente parar de comprar carne de frango que recebeu antibióticos para combater infecções humanas, o passo mais agressivo por parte de uma grande empresa de alimentos para forçar avicultores a mudarem as práticas na luta contra superbactérias perigosas.
A maior cadeia de restaurantes do mundo anunciou nesta quarta-feira que dentro de dois anos o McDonald's dos EUA só vai comprar frango criado sem antibióticos.
A política do McDonald's começará no centro de incubação, onde às vezes os pintinhos recebem antibióticos ainda no ovo.
"Estamos ouvindo nossos clientes", disse a vice-presidente sênior da cadeia de abastecimento norte-americana do McDonald's, Marion Gross, à Reuters.
Ela disse que a empresa está trabalhando com seus fornecedores nacionais de frango, incluindo Tyson Foods , para fazer a transição.
O uso veterinário de antibióticos é legal. No entanto, como a taxa de infecções humanas por bactérias resistentes aos antibióticos aumenta, os defensores dos consumidores e especialistas em saúde pública tornaram-se mais críticos da prática de dar rotineiramente antibióticos para frangos, bovinos e suínos.
Cientistas e especialistas em saúde pública dizem que, sempre que um antibiótico é administrado, ele mata as bactérias mais fracas e pode permitir que as mais fortes sobrevivam e se multipliquem.
O risco, eles dizem, é que as superbactérias possam desenvolver resistência cruzada a importantes antibióticos.
O uso frequente de antibióticos em baixa dosagem, uma prática utilizada por alguns produtores de carne, pode intensificar o efeito.
Bactérias resistentes estão ligadas a um número estimado de 23 mil mortes humanas e 2 milhões de doenças a cada ano nos Estados Unidos, resultando em gastos de até 20 bilhões de dólares na saúde pública, de acordo com os centros para controle e prevenção de doenças norte-americanos.
Este pode ser um "ponto de inflexão para o uso de antibióticos na indústria avícola", disse Jonathan Kaplan, diretor do programa de alimentação e agricultura do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
"McDonald's tem muito poder de compra e reconhecimento da marca, eu acho que nós estamos vendo um novo padrão industrial aqui", disse Kaplan.
"Para a saúde pública, isso é realmente uma virada de jogo", disse Gail Hansen, uma autoridade para um projeto de resistência aos antibióticos.
Há exceções para a nova política do McDonald's. A empresa vai comprar frango de agricultores que "usarem de forma responsável" ionóforos, um antibiótico animal não utilizado no tratamento médico humano, disse Gross.
A política de redução do uso de antibióticos se aplica apenas a cerca de 14 mil restaurantes norte-americanos do McDonald. Atualmente, não afeta aproximadamente 22.000 restaurantes internacionais da empresa.
A ação do McDonald's, que tem lutado para reconquistar os clientes e reforçar vendas nos Estados Unidos, está em sintonia com a demanda dos consumidores por alimentos feitos com ingredientes "limpos" e mais "naturais".
Mas fica aquém de políticas semelhantes em cadeias menores, como Chipotle Mexican Grill e Panera Bread , que proíbem a utilização de ionóforos.
A Tyson, maior processadora de carne dos EUA, disse à Reuters em comunicado que apoiou a decisão do McDonald's e que as suas operações de frango têm reduzido o uso de antibióticos que são eficazes em seres humanos em mais de 84 por cento desde 2011.
A empresa espera continuar reduções.
Uma investigação da Reuters no ano passado revelou que alguns dos maiores produtores de aves do país rotineiramente alimentam galinhas com um conjunto de antibióticos, e não apenas quando ocorre uma doença, como uma prática padrão na maior parte da vida das aves.
A Reuters também descobriu que doses baixas de antibióticos faziam parte da dieta padrão para alguns dos plantéis de Tyson, incluindo dois documentos internos da empresa que mostraram o uso de bacitracina.
Apesar de a droga não ser classificada como clinicamente importantes pelo Food and Drug Administration, a bacitracina é comumente usada para prevenir infecções de pele humana.
A Tyson disse que não concordou com as conclusões da reportagem da Reuters, mas, desde então, tomou novas medidas para reduzir ou interromper o uso de antibióticos, incluindo em seus incubatórios de frango.