Braçadeira "One Love" é contra a discriminação LGBTQIA+ no Catar, mas foi barrada pela Fifa (AFP/Reprodução)
AFP
Publicado em 22 de novembro de 2022 às 10h44.
Última atualização em 23 de novembro de 2022 às 10h29.
A marca de supermercados REWE, uma das maiores da Alemanha, renunciou à sua colaboração com a Federação Alemã de Futebol ao denunciar, nesta terça-feira (22), a proibição da Fifa de usar as braçadeiras "One love" contra a discriminação da comunidade LGBTQIA+ no Catar.
"Após (...) a decisão da Fifa sobre as braçadeiras 'One Love', a REWE encerra sua cooperação com a DFB (Federação Alemã de Futebol)", anunciou o grupo alemão em comunicado.
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A empresa já havia manifestado em outubro o desejo de não prorrogar o contrato como "parceiro alimentar oficial" da Federação, que mantém desde 2008. No entanto, essa decisão seria aplicada após a Copa do Mundo de 2022.
Agora, a REWE afirmou "ser obrigada a se distanciar claramente da Fifa e a renunciar a seus direitos de publicidade, especialmente no contexto da Copa do Mundo".
Várias seleções europeias - incluindo a Alemanha - quiseram usar, durante os jogos da Copa do Mundo de 2022, uma braçadeira colorida com a mensagem "One Love" contra a discriminação LGBTQIA+ no Catar.
Por fim, as equipes acabaram desistindo na segunda-feira perante a ameaça de "sanções esportivas" da Fifa, que pretende penalizar com cartão amarelo os jogadores que ostentarem esse lema.
Uma "posição escandalosa (...), absolutamente inaceitável", comentou o diretor-geral da REWE, Lionel Souque, citado na nota.
A decisão da Fifa gerou uma onda de críticas na Alemanha.
"Estamos convencidos de que o esporte deve ser aberto a todos", afirmou Oliver Brüggen, porta-voz do grupo de roupas esportivas Adidas, à agência de notícias especializada Sid nesta terça-feira.
"Apoiamos os nossos jogadores e equipes no seu compromisso", acrescentou Brüggen.
Por sua vez, o ex-jogador de futebol alemão Michael Ballack ficou "decepcionado" com a decisão e observou que esperava "mais caráter" da federação de seu país.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, planeja assistir ao primeiro jogo de sua seleção contra o Japão na quarta-feira (23).
Desde a nomeação para sediar o torneio em 2010, o Catar tem enfrentado fortes críticas sobre questões de direitos humanos, que se intensificaram nos últimos dias.
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