Singapura/Hong Kong - Jack Ma é a pessoa mais rica da China.

Aos 49 anos, o fundador e presidente do conselho da Alibaba Group Holding tem um patrimônio líquido de US$ 21,8 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires.

Seus ativos incluem uma participação econômica de 7,3 por cento na maior empresa de comércio eletrônico da China, que está se preparando para o que poderá ser a maior oferta pública inicial da história dos EUA, e quase metade da empresa-mãe da Alipay, um serviço separado de pagamentos on-line que anteriormente não havia sido incluído no cálculo de sua fortuna líquida.

Ma é US$ 5,5 bilhões mais rico do que Ma Huateng, o fundador da Tencent Holdings, maior empresa de internet da China por valor de mercado.

Robin Li, fundador do mecanismo de busca Baidu Inc., está em terceiro lugar entre os mais ricos da segunda maior economia do mundo.

“A criação de riqueza na China tem sido bastante rápida, em particular entre empreendedores como Jack Ma, que fundaram empresas que se beneficiam do crescimento da classe média na China”, disse Tony Hsu, gerente de portfólio da Dalton Investments em Xangai.

A Alibaba, que planeja vender ações na Bolsa de Valores de Nova York no mês que vem, poderá estabelecer seu valor para o IPO em US$ 154 milhões, segundo a estimativa média de cinco analistas consultados pela Bloomberg em julho.

Ma possui 8,8 por cento da empresa. Após a subtração do 1,5 por cento controlado pela SymAsia Foundation, sua organização de caridade, a participação de Ma na companhia está avaliada em US$ 11,3 bilhões.

Os mesmos analistas disseram que a avaliação da Alibaba após a abertura de capital pode ser de até US$ 200 bilhões.

Participação diluída

Ma também possui 48,5 por cento da Zhejiang Ant Small Micro Financial, uma entidade de capital fechado que opera o serviço de pagamentos on-line Alipay.

A companhia com sede em Hangzhou, China, tem um valor de US$ 25 bilhões, com base na estimativa média de sete analistas consultados pela Bloomberg News.

A participação do bilionário na Small Micro deverá ser diluída em não mais do que 8,9 por cento em três a cinco anos por meio da venda de novas ações ou da distribuição de ações aos funcionários, disse a empresa em um documento de 12 de agosto para a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

Ma não receberá nenhum benefício econômico com essas transações, disse o documento.

A Alibaba também tem o direito de adquirir até um terço da Small Micro, segundo o documento, embora a companhia de comércio eletrônico não possa assegurar que os investidores receberão a aprovação das reguladoras chinesas para a transação.

‘Intenção futura’

A Ma é creditada uma participação plena na Small Micro. Seis entre sete analistas consultados disseram que seu patrimônio líquido deveria ser calculado com base em seu patrimônio atual e ajustado quando sua participação mudar.

Com base na diluição planejada das participações de Ma, os analistas disseram que a avaliação deveria ser reduzida em até 15 por cento, dando à sua participação um valor de US$ 10,3 bilhões.

Jim Wilkinson, porta-voz da Alibaba, contestou a justificativa para que fosse dado a Ma 48,5 por cento da Small Micro porque essa fatia eventualmente será diluída e o bilionário não receberá um benefício econômico pessoal ao longo do caminho.

Nigel Davis, professor pleno do Departamento de Direito da Universidade de Hong Kong, disse que o plano de Ma de reduzir sua participação no prospecto do IPO pode não ser juridicamente vinculante porque é “um comunicado de intenção futura, não de fato atual”.

A fortuna de Ma pode crescer ainda mais quando a maior empresa de comércio eletrônico da China começar a ter suas ações negociadas, disse Li Yujie, da RHB Research Institute Sdn.

‘Grande nome’

“A Alibaba é um grande nome, mesmo nos EUA”, disse Li.

“Alguns dos investidores no varejo e mesmo fundos menores podem não ter os recursos para adquirir ações no IPO, por isso muitos estão esperando para obter as ações depois do IPO”.

A Alibaba gerou outros bilionários, incluindo Joseph Tsai, o vice-presidente do conselho e cofundador da empresa, que controla uma fortuna de US$ 4,4 bilhões, segundo o ranking da Bloomberg.

Simon Xie, outro cofundador da Alibaba, possui 9,7 por cento da Small Micro e é seu segundo maior acionista. Sua participação está avaliada em US$ 2 bilhões.