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Lucro do Santander Brasil cresce 20% e fecha em R$ 3,6 bilhões no 2º tri

De acordo com Santander, crescimento da margem financeira é reflexo do aumento dos empréstimos

Santander: no semestre, resultado totalizou R$ 7,120 bilhões, expansão de 21% em 12 meses (Angel Navarrete/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de julho de 2019 às 09h02.

Última atualização em 23 de julho de 2019 às 09h50.

O Santander Brasil anunciou na manhã desta terça-feira, 23, lucro líquido gerencial, que não desconta o ágio de aquisições, de R$ 3,635 bilhões no segundo trimestre deste ano, cifra 20,16% maior que a de R$ 3,025 bilhões registrada um ano antes.

Ante os três meses anteriores, o valor cresceu 4,3%. No semestre, o resultado totalizou R$ 7,120 bilhões, expansão de 21% em 12 meses.

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O resultado do Santander no segundo trimestre foi puxado, conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, pelo crescimento da margem financeira como reflexo do aumento dos empréstimos .

Contribuíram ainda maiores ganhos com receitas e prestação de serviços a despeito do aumento do resultado com créditos de liquidação duvidosa no período.

A carteira de crédito ampliada do Santander Brasil foi a R$ 394,132 bilhões de abril a junho, aumento de 1,9% ante o primeiro trimestre. Em um ano, cresceu 7%, desacelerando o ritmo visto no início do ano, como já sinalizado pelo banco.

O maior crescimento em termos de crédito veio da pessoa física e das pequenas e médias empresas, cuja taxa de expansão foi de 3 6% em cada segmento ante o primeiro trimestre. Em contrapartida, empréstimos para grandes empresas voltaram a recuar, com diminuição de 1,1%, na mesma base de comparação.

O Santander Brasil encerrou junho com patrimônio líquido de R$ 68,713 bilhões no segundo trimestre, elevação de 9,9% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) teve melhora de 0,2 ponto porcentual em junho ante março, atingindo 21,3%. Em um ano, a melhora chega a 2,0 p.p.

"Apesar de uma recuperação gradual na atividade econômica e de estarmos inseridos em um ambiente mais competitivo, o crescimento da nossa carteira de crédito foi superior ao do sistema financeiro, aumentando nossa participação de mercado de forma rentável", destaca o Santander, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Ao término de junho, o Santander somava R$ 836,258 bilhões em ativos totais no Brasil, aumento de 13,1% em um ano. Na comparação com março, o montante cresceu 4,1%.

Estável

O lucro líquido do Santander no Brasil no primeiro semestre do ano representou 29% do desempenho de todo o grupo no período, de acordo com dados divulgados pela matriz espanhola nesta terça-feira.

O porcentual é o mesmo já verificado nos primeiros três meses do ano. Com a manutenção da marca, o Brasil segue como a maior fonte de ganhos para o conglomerado espanhol. Ao longo de todo o ano passado, a fatia de lucro gerada no Brasil para o Santander havia sido de 26%.

Inadimplência

O índice de inadimplência do Santander Brasil, considerando atrasos acima de 90 dias, apresentou melhora de 0,1 ponto porcentual (p.p.) no segundo trimestre frente ao primeiro, encerrando junho a 3,0%. Em um ano, o desempenho do indicador foi na direção oposta, com piora de 0,2 p.p. Neste caso, quanto menor, melhor.

A melhora dos calotes no Santander no segundo trimestre do ano foi possível com a ajuda das empresas, cujo índice de inadimplência acima de 90 dias melhorou 0,1 p.p.

Na pessoa física, o indicador ficou estável no período. "Os indicadores de qualidade da carteira se mantêm sob controle em função da assertividade de nossos modelos e a nossa eficaz gestão de risco", justifica o Santander, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

No comparativo anual, conforme explica o banco, o aumento da inadimplência ocorre, principalmente, por conta do crescimento da carteira de crédito do varejo, em linha com sua estratégia.

O índice de inadimplência do Santander no curto prazo, ou seja, que compreende atrasos entre 15 e 90 dias, teve piora de 0,1 p.p. no segundo trimestre ante o primeiro, para 4,2%. Tanto o segmento de pessoa física como o de jurídica apresentaram indicadores mais elevados no período.

O custo de crédito do Santander alcançou 3,1% no primeiro semestre de 2019, redução de 0,2 p.p. em 12 meses. Em três meses o indicador aumentou 0,2 p.p. Na comparação com o mesmo período do ano passado, ficou estável.

Já o índice de cobertura do Santander alcançou 191% em junho de 2019, queda de 28,2 p.p. em 12 meses e 4,2 p.p. em três meses.

Índice de Basileia

O índice de Basileia do Santander Brasil, que mede o quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi de 16 19% no segundo trimestre, com melhora de 1,4 ponto porcentual (p.p.) em um ano. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, foi identificado aumento de 0,8 p.p. Neste caso, quanto maior, melhor.

De acordo com o Santander, o indicador permaneceu em patamar confortável e suficiente para suportar o seu ritmo de crescimento. Apesar disso, o banco desacelerou a oferta de crédito no segundo trimestre como já havia sinalizado ao mercado anteriormente.

"O índice de Basileia supera em 4,7 p.p. a soma dos requerimentos mínimos do patrimônio de referência e adicionais de capital principal", acrescenta o Santander, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Despesas

As despesas gerais do Santander Brasil tiveram aumento de 2,2% no segundo trimestre ante o primeiro, totalizando R$ 5,214 bilhões. Nesse ritmo, os gastos cresceram menos que as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias no período, que tiveram alta de 2,8% de abril a junho, para R$ 4,655 bilhões, na mesma base de comparação.

No segundo trimestre, o aumento dos gastos, conforme o banco, foi impulsionado por maiores despesas administrativas, que foram 4,3% maiores ante os três meses anteriores, totalizando R$ 2,902 bilhões. Já os gastos com pessoal do Santander diminuíram em 0 3% no período, para R$ 2,312 bilhões.

O Santander Brasil encerrou junho com 2.302 agências, sendo 16 a mais frente a março. Em um ano, o banco adicionou 40 novas unidades físicas. A quantidade de funcionários também aumentou. Foi a 48.912 pessoas no segundo trimestre, com a inserção de 680 colaboradores na comparação com o primeiro e 904 pessoas em um ano.

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