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Klabin diz que 2017 será o ano para ganhar dinheiro

Empresa espera colher os frutos dos investimentos feitos em Ortigueira (PR) a partir do ano que vem

Klabin: foco da empresa agora é cortar custos (GERMANO LUDERS/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 14h56.

São Paulo - O ano de 2017 será de retorno para a Klabin e seus acionistas, após fortes investimentos realizados, principalmente no projeto Puma, em Ortigueira (PR), inaugurado em março de 2016.

"2017 será o ano em que vamos ganhar dinheiro. Até 2016, a Klabin investiu pesado e agora está na hora de transformar em retorno para a companhia e acionistas", disse Fabio Schvartsman, diretor geral da Klabin, em reunião com analistas e investidores, em São Paulo.

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O executivo destacou que o foco agora está na redução de custos e citou o trabalho feito pela consultoria Falconi. "Esperamos uma economia de três dígitos em 2017, que vai ajudar na meta de produzir resultados."

Além do corte em gastos, Schvartsman reiterou que a principal fonte de ganhos será do projeto Puma, que em 2016 está em fase de desenvolvimento, mas deve atingir a capacidade máxima de produção nos próximos meses.

Após o Puma, o diretor mencionou o foco total em outros projetos, que devem exigir um investimento de R$ 291 milhões e gerar um retorno de R$ 108 milhões.

"Temos uma sequência de projetos pequenos, de alto retorno, que ficaram de lado nos últimos dois anos, porque estávamos focados no Puma. Agora mudamos a nossa marcha e a intenção é execução de todos os projetos em alta velocidade", comentou o diretor geral da Klabin.

Flexibilidade

Schvartsman disse que a empresa "navega muito bem, apesar das águas revoltas". Segundo ele, a companhia tem flexibilidade de alterar a sua estratégia, para exportação, por exemplo, caso necessário. Assim, sobrevive às turbulências no mercado doméstico causadas pela crise econômica.

Além disso, a empresa atua tanto no setor de papel como de celulose, com o projeto Puma. "A companhia não é dependente de nenhum mercado e tem capacidade de lidar em diferentes cenários", disse.

Sobre a volatilidade causada no negócio de celulose com a oscilação dos preços e do câmbio, Schvartsman declarou que não houve perdas financeiras, assim como o observado nos concorrentes (Fibria e Suzano).

"Se por um lado, o câmbio e o preço (da celulose) levantaram preocupações para outros produtores de celulose, a Klabin é diferente, pois não tinha venda antes e não houve perda de nenhum centavo. Tudo o que vem é mais e além, pois é uma produção nova, de alta competitividade, e estamos agregando alto resultado com a celulose", ressaltou o executivo, que ainda complementou: "Nosso objetivo não é apresentar saltos, mas crescimento resiliente e evolução sem parar nos próximos trimestres. Trabalhamos para entregar mais um trimestre (quarto de 2016) de crescimento".

No negócio de papel, Schvartsman destacou a diversificação de produtos, com 40% do mercado de kraftliner no Brasil, 50% de papel cartão, 18% de caixas e 50% de sacos industriais.

Liderança

A fábrica de celulose da Klabin, o Projeto Puma, iniciou suas operações em março deste ano e a meta é atingir 50% do mercado de celulose fluff em 2017. "Queremos atingir a liderança do mercado de fluff no Brasil já em 2017, o que não é nada mal para o primeiro ano de operação integral", revelou Fabio Schvartsman.

O Puma tem capacidade anual de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose, dos quais 1,1 milhão de toneladas de celulose branqueada de fibra curta (eucalipto) e 400 mil toneladas de celulose branqueada de fibra longa (pínus), parte convertida em celulose fluff. Vale destacar que o Brasil não tinha produção de fluff antes da Klabin ou do eucafluff da Suzano, sendo o material importado.

José Soares, diretor comercial de celulose da Klabin, revelou que 26 mil toneladas de celulose fluff foram vendidas até setembro de 2016, com 85% dos clientes já homologados, como Kimberly Clark, Hypermarcas, Capricho, Ever Green, Santher, Mili, Unicharm, CMPM (Melhoramentos). Em negociação, Soares mencionou Johnson & Johnson e Procter & Gamble.

No total da fibra longa, 210 mil toneladas foram vendidas no segundo e terceiro trimestre de 2016. "No longo prazo, a gente quer o máximo da fibra longa transformada em fluff", contou o diretor.

Já da fibra curta, a Klabin vendeu 570 mil toneladas, sendo 330 mil toneladas no acordo com a Fibria e 45 mil toneladas para outros clientes.

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