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Júlio Simões estuda primeiros passos fora do Brasil

A maior operadora de logística rodoviária do país recebeu convites para a realização de estudos, entre eles da chilena Arauco

Julio Simões Logística (Divulgação)

Julio Simões Logística (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 15h15.

Mogi das Cruzes - Mesmo com possibilidades de crescimento no mercado brasileiro, a Júlio Simões Logística (JSL) está fazendo estudos para chegar ao mercado internacional.

A maior operadora de logística rodoviária do país recebeu convites para a realização de estudos, entre eles da chilena Arauco, que está construindo no Uruguai uma fábrica de celulose em parceria com a Stora Enso, segundo o presidente da JSL, Fernando Simões.

"A Arauco mesmo nos convidou para ir lá, olhar... Estamos conversando", afirmou o executivo em entrevista à Reuters. "Estamos elaborando um projeto."

De acordo com Simões --filho do fundador da empresa, que iniciou suas atividades há 55 anos realizando serviços de transporte para a Suzano Papel e Celulose--, a JSL só investirá fora do Brasil "se estiver ancorada com alguém", ou seja, com uma empresa que já seja cliente e necessite de serviços de logística.

Além da fábrica de celulose no Uruguai, Simões disse que a empresa fez estudos para atuar na África. "São estudos que em algum momento podem virar negócios."

O Brasil, contudo, ainda oferece grandes oportunidades para a companhia, que na última década registrou crescimento médio anual da receita de 27,5 por cento.

Atualmente, a JSL tem cerca de 250 clientes. A empresa presta serviços como aluguel de frotas, transporte de passageiros e carga geral.

Com serviços dedicados, a companhia também atua em colheita e carregamento de madeira para a indústria de papel e celulose, carregamento e transporte de minério e gerenciamento de resíduos para a indústria de mineração e digitação de notas e emissão de faturas para a indústria automobilística.


"Os 50 maiores (clientes) representam menos de 60 por cento do nosso faturamento. Nenhum cliente representa mais de 6 por cento... Nós dependemos de todo mundo, mas não dependemos de nenhum cliente específico", disse Simões, que vê o atendimento de vários segmentos da economia como um "hedge".

Folga financeira

O endividamento de curto prazo da JSL é inferior ao caixa atual da companhia, e a relação entre dívida líquida e Ebitda adicionado --que inclui a venda de ativos, como caminhões e automóveis-- está em duas vezes, quando o "aceitável" para a empresa é até três vezes, segundo Simões.

"O endividamento líquido é de 1,4 bilhão de reais. É baixo se você imaginar que é uma companhia que investiu 800 milhões de reais no ano passado em equipamentos, e está previsto investir em 2011 mais 710 milhões de reais", afirmou Simões.

A JSL abriu seu capital no início de 2010, e, de acordo com o presidente, o motivo para ir à bolsa passa longe da necessidade de capitalização.

"Foi principalmente porque, tendo um selo de governança do Novo Mercado, nos posicionamos de maneira diferenciada dos nossos concorrentes. E oferecemos com isso uma maior segurança com os nossos clientes, que colocam operações tão estratégicas em cima da nossa operação."

Crescimento orgânico

O presidente da JSL garante que a operadora está sempre atenta a oportunidades de aquisição. "Mas o nosso foco de desenvolvimento é no crescimento orgânico... Ele depende de nós. O crescimento por meio de aquisição depende de encontrar um negócio que seja justo... Tem que ser um ativo que valha a pena."

Atualmente, pouco mais de metade do faturamento da JSL vem de serviços dedicados à cadeia de suprimentos, 23 por cento de gestão e terceirização de frota e equipamentos, 13 por cento de transporte de passageiros e 11 por cento de transporte de carga geral, que foi a primeira área de atuação da empresa.

Além da Suzano Papel e Celulose, a JSL tem na carteira de clientes empresas como Volkswagen, Ford, Usiminas, Vale, Bunge e Braskem.

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