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Itaú reduz custos e calotes no 4o tri e ações sobem

Apesar de o lucro recorrente do banco ter caído, seu resultado correspondeu às expectativas de analistas


	Agência do Itaú: a carteira de empréstimos do banco avançou 7,45 por cento em 2012
 (Sergio Moraes/Reuters)

Agência do Itaú: a carteira de empréstimos do banco avançou 7,45 por cento em 2012 (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 15h24.

São Paulo - O Itaú Unibanco agradou o mercado com o resultado do quarto trimestre, que mostrou redução dos calotes e controle de custos, levando as suas ações a ter destaque na Bovespa nesta terça-feira.

Mesmo com queda de 6,5 por cento no lucro recorrente, a 3,5 bilhões de reais, no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2011, o resultado do maior banco privado do país veio em linha com as previsões de analista. Mas o que chamou a atenção foi a melhorada da qualidade dos ativos, diferentemente do que mostraram seus concorrentes privados.

O lucro líquido do Itaú no período, de 3,492 bilhões de reais, recuou 5,1 por cento na comparação anual, refletindo em parte o baixo crescimento do crédito, em um ano em que os bancos privados preferiram a moderação por conta do cenário de calotes elevados. No ano, o lucro do Itaú caiu 4,1 por cento em relação a 2011, a 14,04 bilhões de reais.

A carteira de empréstimos do Itaú, incluindo avais e fianças, fechou o ano em 426,6 bilhões de reais, expansão anual de 7,45 por cento. O número ficou abaixo da faixa estimativa do próprio banco para o ano, de alta de 9 a 10 por cento.

Foi um movimento semelhante ao realizado por seus concorrentes privados diretos, o Bradesco e o Santander Brasil, que exibiram crescimento abaixo do esperado de 11,5 por cento e 7,6 por cento de suas carteiras em 2012, respectivamente.

Mas ao contrário de seus concorrentes, o Itaú viu seu índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, recuar a 4,8 por cento no quarto trimestre, uma queda de 0,3 ponto ante o trimestre anterior e de 0,1 ponto ante o quarto trimestre de 2011.

Ao enxergar nova melhora nesse item à frente, o Itaú também reduziu a provisão para perdas com crédito, a 5,68 bilhões de reais, abaixo dos 5,94 bilhões nos três meses anteriores, ainda que acima dos 5,45 bilhões registrados no mesmo período de 2011.


"A qualidade do crédito melhorou significativamente e o controle de despesas foi novamente bom", comentaram os analistas do JP Morgan, em relatório.

Esse movimento influenciou o retorno sobre patrimônio líquido médio anualizado, indicador de rentabilidade dos bancos, de 18,4 por cento, ante os 17,5 por cento do trimestre anterior, embora abaixo dos 21,4 por cento de um ano antes. A rentabilidade do Bradesco no período foi de 19,2 por cento e a do Santander Brasil, de 12,2 por cento.

Outro desempenho elogiado por analistas foi a expansão de 8,2 por cento nas receitas com tarifas e serviços, na comparação anual, para 5,5 bilhões de reais no quarto trimestre.

Um ponto negativo do resultado foi a queda de 3,5 por cento na margem financeira com clientes ante o trimestre imediatamente anterior, a 11,55 bilhões de reais, influenciada pela redução do caixa devido à compra de ações dos minoritários da Redecard e a queda da taxa Selic.

Por outro lado, o banco conseguiu controlar suas despesas não decorrentes de juros, que caíram 0,65 por cento ante o quarto trimestre de 2011, para 8,46 bilhões de reais. Com isso, o índice de eficiência no final de 2012 foi de 46,6 por cento, ante 47 por cento um ano antes. O indicador mede o total de receitas sobre despesas e quanto menor, melhor o desempenho.

"A melhora da qualidade dos ativos foi melhor que a esperada, assim como as receitas e as despesas, a despeito da margem fraca", disse a equipe de analistas liderada por Carlos Macedo, do Goldman Sachs, em relatório.

Às 14h30, as ações do Itaú subiam 1,83 por cento, a 33,95 reais, depois de avançarem 3,6 por cento e liderarem os ganhos na Bovespa no dia. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,16 por cento.


CRÉDITO

Depois de um ano de fraca expansão do crédito, o banco previu que em 2013 seu estoque de empréstimos crescerá de 11 a 14 por cento. No ano passado, os empréstimos para pessoas físicas cresceram apenas 0,7 por cento, influenciados pela carteira de veículos, que encolheu 14,8 por cento.

Já os financiamentos para empresas avançaram 8,7 por cento, liderados pelas operações para grandes corporações, que cresceram 15,5 por cento. As concessões para micro, pequenas e médias firmas recuaram 1,6 por cento.

A instituição, que em 2012 se tornou o primeiro banco privado do país a alcançar a marca de 1 trilhão de reais em ativos totais, crescimento de 19 por cento em relação a 2011, também fez previsões animadoras para qualidade dos ativos e receitas neste ano.

Sua estimativa é que as despesas com provisões fiquem entre 19 bilhões e 22 bilhões de reais, após 23,64 bilhões em 2012. Para as receitas com serviços e resultado com seguros e previdência, a expectativa é de avanço de 11 a 14 por cento, ante expansão de 8,5 por cento no ano passado.

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