Uma unidade produtiva da Heineken global: empresa terá sua 16ª fábrica no Brasil (Andrey Rudakov/Bloomberg/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 30 de junho de 2021 às 11h35.
Última atualização em 30 de junho de 2021 às 11h45.
Os próximos três anos devem ser de alta competição no mercado brasileiro de cervejas, com riscos de a Ambev perder participação, de acordo com um relatório recente do Bank Of America.
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A cervejaria hoje tem 60% do mercado, mas o Grupo Petrópolis - que produz cervejas como a Itaipava - e a Heineken devem ter um crescimento de 30% até 2022.
Esse crescimento deve reduzir o tamanho da Ambev no mercado porque o banco visualiza um aumento leve na demanda no país, abaixo desse ritmo.
Ou seja, o tamanho do bolo continua o mesmo, mas Petropólis e Heineken vão ficar com uma fatia maior. Isso significa maior competição e, possivelmente, menor lucratividade para todos os participantes.
A Ambev chegou a ter um presença caindo a 56% do mercado em 2018, mas conseguiu voltar aos 60% depois de lançar produtos novos e diferenciados como a Brahma Duplo Malte, de acordo com o relatório. Em 2005, a cervejaria dominava 69% do mercado nacional.
O Bank Of America destaca investimentos do Grupo Petrópolis e do Grupo Heineken como sinais da expansão da cervejaria.
O Grupo Petrópolis anunciou um desenvolvimento em duas fases de sua planta de Uberaba, o que deve permitir que a empresa aumente a capacidade para 4,7 bilhões, contra a capacidade instalada de 3,6 bilhões de litros em 2020.
Já o Grupo Heineken anunciou o investimento de uma nova fábrica na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, com um investimento de R$ 1,8 bilhão, com conclusão prevista para o final de 2022.
Em 2012, o consumo per capita de cerveja atingiu o pico de 270ml por dia. Em 2020, ele totalizou 250ml, 6% abaixo do pico. A demanda só deve voltar ao tamanho inicial à medida em que o PIB do país se recupera. Para os próximos três anos, o Bank Of America prevê um crescimento que ela chegará a 15,9 bilhões de litros.
A análise feita pelo banco precificou as ações da companhia em "underperform", a R$15 por ação.