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Indústria e varejo brigam pelo lucro com corte do IPI

Perto do aumento do imposto, varejistas informam atrasos de até 20 dias no recebimento de itens e indústria trabalha em plena carga

Venda de fogão em rede varejista (TAMIRES KOPP/PRINT MAKER)

Venda de fogão em rede varejista (TAMIRES KOPP/PRINT MAKER)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2012 às 09h12.

Última atualização em 19 de setembro de 2016 às 21h53.

São Paulo - Indústria e comércio batem cabeça para manter o abastecimento de geladeiras, fogões e lavadoras de roupa, na contagem regressiva do aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para esses produtos. Grandes varejistas informam atrasos de até 20 dias no recebimento desses itens, especialmente no caso de máquinas de lavar, e pressão por aumentos de preços de até 4%. A indústria, por sua vez, tenta tirar o atraso nas entregas e trabalha hoje a plena carga, mas com um olho no dia seguinte da volta do IPI. O temor é que as vendas para o comércio desabem em abril.

Uma parte do aumento do consumo de eletrodomésticos da linha branca se deve ao próprio crescimento das vendas por causa da queda do imposto. Em dezembro 2011, por exemplo, houve uma expansão de 35% nas vendas de eletrodomésticos da linha branca em relação ao mesmo mês de 2010, com volumes recordes nas três categorias de produtos - geladeiras, fogões e máquinas de lavar -, segundo dados da consultoria GFK. Números preliminares do comércio varejista indicam que o ritmo de vendas continuou forte no começo do ano, com aumento de 25% nas vendas em janeiro em relação ao mesmo mês de 2011.

Outra parcela do crescimento da demanda reflete a formação de estoques preventivos das lojas, interessadas em bancar as promoções depois do dia 31 de março, quanto a alíquota do IPI deve voltar para os níveis normais. De olho no fim da redução do IPI, uma grande empresa do varejo de eletrodomésticos revela que ampliou em 40% as encomendas de geladeiras, em 30% os pedidos de lavadoras e 20% os volumes de fogões para serem entregues em março, na comparação com o mesmo mês de 2011. Essa combinação de vendas aceleradas com estoques preventivos agrava a situação de escassez de produtos no mercado e abre caminho para aumentos de preços.

"Hoje o comércio trava uma queda de braço com a indústria", resume um executivo de uma grande rede varejista que prefere o anonimato. Ele conta que o atraso médio nas entregas varia entre 10 e 15 dias, mas, no caso das lavadoras de maior capacidade, de 8 a 12 quilos, chega a 20 dias. A direção de outra grande rede varejista, que prefere não ser identificada, informa que as entregas de refrigeradores, mais caros, que não necessitam descongelamento, também estão atrasadas em 20 dias. De acordo com a empresa, os fabricantes reajustaram os preços dos refrigeradores e das lavadoras entre 0,8% e 1,5% em janeiro, dependendo do tipo de produto. A rede varejista conta que as fábricas dizem que as entregas devem voltar a ser feitas nos prazos normais só a partir do fim deste mês. As informações são do jornal o Estado de S.Paulo

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