Impulso a petróleo contrasta com queda da Petrobras na Bolsa
A escalada da estatal no ranking global de produção de petróleo contrasta com o ritmo descendente de seu valor de mercado
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 13h40.
Rio de Janeiro - A iminente escalada da Petrobras no ranking global de produção de petróleo contrasta com o ritmo descendente de seu valor de mercado, enquanto a piora das finanças do Brasil mina as esperanças dos investidores de um alívio nos subsídios ao combustível pagos pela empresa.
A empresa estatal deverá desafiar a PetroChina Co. como a segunda maior produtora de petróleo de capital aberto após somar seis novas plataformas desde novembro.
A expectativa de acabar com uma queda de dois anos na produção não está acalmando os investidores, que continuam preocupados com a insistência do governo em vender combustível importado com prejuízo, enquanto a companhia investe US$ 237 bilhões para desenvolver as maiores descobertas de petróleo deste século.
A carga de investimento, juntamente com os subsídios ao combustível para combater a inflação, está transformando a Petrobras na produtora de petróleo mais endividada, a que mais queima caixa líquido e uma “venda” para investidores como a Banca Intermobiliare SpA.
A maior queda de três meses desses papéis desde 2008 empurrou a empresa para fora da lista das 10 petroleiras mais valiosas, deixando-a atrás da ConocoPhilipps. Há três anos, a Petrobras era mais valiosa que a General Electric Co.
“Se você possui qualquer ação no setor de petróleo é porque você enfoca dinheiro e a Petrobras está no fim da tabela de fluxo de caixa”, disse Massimo Baggiani, que gerencia cerca de 1 bilhão de euros para a Intermobiliare e vendeu todas as suas ações da Petrobras no final do ano passado, por telefone, de Turim. “Todo CEO faz questão de falar sobre fluxo de caixa, vendas e tudo mais. A Petrobras não pode fazer isso”.
Saída de recursos
Em termos de geração de fluxo de caixa livre, a Petrobras tem o pior desempenho entre 113 produtoras de petróleo e gás monitoradas pela Bloomberg, com uma perda de US$ 15,4 bilhões nos últimos 12 meses, contra um ganho de US$ 12,6 bilhões da Exxon Mobil Corp.
A razão preço/fluxo de caixa da produtora brasileira, de 3,38, é a terceira mais baixa entre 15 pares globais com valor de pelo menos US$ 50 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. Apenas a OAO Rosneft e a OAO Gazprom, ambas da Rússia, têm razões mais baixas. A razão da Exxon é de 8,86 e a da BG Group Plc é de 8,26, mostram os dados.
A Petrobras é uma das maiores investidoras entre as produtoras globais e, com a nova capacidade, espera atingir um fluxo de caixa positivo até 2016, disse a assessoria de imprensa da empresa no Rio de Janeiro, ontem, em resposta a questões, enviada por e-mail.
A empresa atribui a queda em seu valor de mercado à produção fraca dos últimos três anos, à depreciação da moeda brasileira, que anulou os ajustes de preço, e a uma ampla liquidação de ações dos mercados emergentes.
“A Petrobras opera com intensidade para aumentar a produção e para alinhar os preços com seus pares globais no médio prazo, recuperando, assim, valor”, disse a empresa, na resposta enviada por e-mail.
Aceleração da produção
Em 31 de janeiro, a empresa reportou que a produção de petróleo e gás em 2013 atingiu o equivalente a 2,54 milhões de barris por dia, com as operações brasileiras respondendo por 2,3 milhões.
A empresa produziu 1,9 milhão de barris de petróleo por dia no Brasil. Em dezembro, produção de petróleo fora do Brasil atingiu 100.575 barris por dia, segundo o comunicado, que não revela a produção anual de petróleo bruto fora do Brasil.
A empresa adicionará o equivalente a pelo menos 680.000 barris de óleo até o final do ano, já que uma plataforma de produção flutuante, armazenagem e descarga começou a operar no dia 11 de novembro no campo de Papa-Terra, e quatro outras, juntamente com uma plataforma de suporte conhecida como TAD, chegaram aos seus campos ou estão a caminho deles desde 4 de dezembro, segundo a Petrobras.
As novas plataformas impulsionarão a produção progressivamente e a nova capacidade provavelmente não será totalmente usada neste ano, disse a empresa na resposta enviada ontem por e-mail.
“A maioria das plataformas futuras está adiantada em relação à programação e os poços pré-perfurados da Petrobras devem assegurar uma aceleração mais rápida do pré-sal”, onde a maioria das reservas está localizada, disseram os analistas do Citigroup Inc. Pedro Medeiros e Fernando Valle, no dia 21 de janeiro, em nota aos clientes.
“A empresa tem um montante de dívida enorme, de US$ 112 bilhões até 30 de setembro, e o investimento de capital, conforme o programa, continua sendo significativamente mais alto que o fluxo de caixa, o que significa que a dívida ficará ainda maior”, disse Pavel Molchanov, analista da Raymond James Associates Inc., que mantém uma avaliação de “desempenho de mercado” para a ação, por telefone, de Houston.
Rio de Janeiro - A iminente escalada da Petrobras no ranking global de produção de petróleo contrasta com o ritmo descendente de seu valor de mercado, enquanto a piora das finanças do Brasil mina as esperanças dos investidores de um alívio nos subsídios ao combustível pagos pela empresa.
A empresa estatal deverá desafiar a PetroChina Co. como a segunda maior produtora de petróleo de capital aberto após somar seis novas plataformas desde novembro.
A expectativa de acabar com uma queda de dois anos na produção não está acalmando os investidores, que continuam preocupados com a insistência do governo em vender combustível importado com prejuízo, enquanto a companhia investe US$ 237 bilhões para desenvolver as maiores descobertas de petróleo deste século.
A carga de investimento, juntamente com os subsídios ao combustível para combater a inflação, está transformando a Petrobras na produtora de petróleo mais endividada, a que mais queima caixa líquido e uma “venda” para investidores como a Banca Intermobiliare SpA.
A maior queda de três meses desses papéis desde 2008 empurrou a empresa para fora da lista das 10 petroleiras mais valiosas, deixando-a atrás da ConocoPhilipps. Há três anos, a Petrobras era mais valiosa que a General Electric Co.
“Se você possui qualquer ação no setor de petróleo é porque você enfoca dinheiro e a Petrobras está no fim da tabela de fluxo de caixa”, disse Massimo Baggiani, que gerencia cerca de 1 bilhão de euros para a Intermobiliare e vendeu todas as suas ações da Petrobras no final do ano passado, por telefone, de Turim. “Todo CEO faz questão de falar sobre fluxo de caixa, vendas e tudo mais. A Petrobras não pode fazer isso”.
Saída de recursos
Em termos de geração de fluxo de caixa livre, a Petrobras tem o pior desempenho entre 113 produtoras de petróleo e gás monitoradas pela Bloomberg, com uma perda de US$ 15,4 bilhões nos últimos 12 meses, contra um ganho de US$ 12,6 bilhões da Exxon Mobil Corp.
A razão preço/fluxo de caixa da produtora brasileira, de 3,38, é a terceira mais baixa entre 15 pares globais com valor de pelo menos US$ 50 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. Apenas a OAO Rosneft e a OAO Gazprom, ambas da Rússia, têm razões mais baixas. A razão da Exxon é de 8,86 e a da BG Group Plc é de 8,26, mostram os dados.
A Petrobras é uma das maiores investidoras entre as produtoras globais e, com a nova capacidade, espera atingir um fluxo de caixa positivo até 2016, disse a assessoria de imprensa da empresa no Rio de Janeiro, ontem, em resposta a questões, enviada por e-mail.
A empresa atribui a queda em seu valor de mercado à produção fraca dos últimos três anos, à depreciação da moeda brasileira, que anulou os ajustes de preço, e a uma ampla liquidação de ações dos mercados emergentes.
“A Petrobras opera com intensidade para aumentar a produção e para alinhar os preços com seus pares globais no médio prazo, recuperando, assim, valor”, disse a empresa, na resposta enviada por e-mail.
Aceleração da produção
Em 31 de janeiro, a empresa reportou que a produção de petróleo e gás em 2013 atingiu o equivalente a 2,54 milhões de barris por dia, com as operações brasileiras respondendo por 2,3 milhões.
A empresa produziu 1,9 milhão de barris de petróleo por dia no Brasil. Em dezembro, produção de petróleo fora do Brasil atingiu 100.575 barris por dia, segundo o comunicado, que não revela a produção anual de petróleo bruto fora do Brasil.
A empresa adicionará o equivalente a pelo menos 680.000 barris de óleo até o final do ano, já que uma plataforma de produção flutuante, armazenagem e descarga começou a operar no dia 11 de novembro no campo de Papa-Terra, e quatro outras, juntamente com uma plataforma de suporte conhecida como TAD, chegaram aos seus campos ou estão a caminho deles desde 4 de dezembro, segundo a Petrobras.
As novas plataformas impulsionarão a produção progressivamente e a nova capacidade provavelmente não será totalmente usada neste ano, disse a empresa na resposta enviada ontem por e-mail.
“A maioria das plataformas futuras está adiantada em relação à programação e os poços pré-perfurados da Petrobras devem assegurar uma aceleração mais rápida do pré-sal”, onde a maioria das reservas está localizada, disseram os analistas do Citigroup Inc. Pedro Medeiros e Fernando Valle, no dia 21 de janeiro, em nota aos clientes.
“A empresa tem um montante de dívida enorme, de US$ 112 bilhões até 30 de setembro, e o investimento de capital, conforme o programa, continua sendo significativamente mais alto que o fluxo de caixa, o que significa que a dívida ficará ainda maior”, disse Pavel Molchanov, analista da Raymond James Associates Inc., que mantém uma avaliação de “desempenho de mercado” para a ação, por telefone, de Houston.