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Icahn aborda Xerox e evidencia problema para mulheres CEOs

A CEO da Xerox disse no fim de outubro que iniciaria uma ampla avaliação da empresa com o objetivo de melhorar sua rentabilidade


	Ursula Burns, CEO da Xerox: presença das Mulheres no alto escalão também tornou suas companhias mais vulneráveis aos investidores-ativistas
 (Getty Images)

Ursula Burns, CEO da Xerox: presença das Mulheres no alto escalão também tornou suas companhias mais vulneráveis aos investidores-ativistas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 20h11.

Um número menor de mulheres CEOs conta com as armas normalmente utilizadas pelas corporações para se defender de aquisições hostis em relação aos seus pares do sexo masculino.

Apesar de as mulheres garantirem às suas empresas a aprovação dos observatórios da boa governança, a presença delas no alto escalão também tornou suas companhias mais vulneráveis aos investidores-ativistas.

Das 27 empresas do Standard Poor’s 500 lideradas por mulheres no fim do último ano financeiro, apenas uma, ou 3,7 por cento, havia adotado alguma das três defesas mais comuns às aquisições, segundo uma análise da Bloomberg Intelligence.

Em contrapartida, 23 por cento das empresas lideradas por homens têm provisões para as chamadas pílulas de veneno, para a eleição alternada de membros do conselho ou para os direitos de voto desequilibrado.

“É possível que o tipo de empresa que seria progressista a ponto de nomear mulheres como CEO também adote as melhores práticas em termos de governança corporativa”, disse Carol Bowie, diretor-executivo da Institutional Shareholder Services (ISS), que tem sede em Washington e classifica as empresas com base em seus registros de governança corporativa.

Os ativistas miraram muitas empresas lideradas por mulheres neste ano. A mais recente é a Xerox Corp. e a CEO Ursula Burns disse no fim de outubro que iniciaria uma ampla avaliação da empresa com o objetivo de melhorar sua rentabilidade.

Na semana passada, o ativista bilionário Carl Icahn disse que havia acumulado uma participação de 7,13 por cento na firma e que iniciaria negociações com o conselho.

Ellen Kullman deixou a empresa DuPont Co. em outubro após resistir durante meses às críticas da Trian Fund Management, do ativista Nelson Peltz, que queria dividir a empresa.

Em janeiro, a PepsiCo Inc., cuja CEO é Indra Nooyi, elegeu um integrante da Trian para o seu conselho após uma ameaça de Peltz de uma luta por procuração.

A Pershing Square Capital de Bill Ackman acumulou em agosto uma participação de 7,5 por cento na Mondelez International Inc., liderada por Irene Rosenfeld. E em março Mary Barra, da General Motors Co., anunciou uma recompra de US$ 5 bilhões em ações após reuniões com um grupo de fundos hedge e com o investidor-ativista Harry J. Wilson. Em troca, Wilson desistiu de seu pedido por um assento no conselho.

Empresas subavaliadas

“O sexo do CEO não tem nada a ver com” qual empresa vira alvo dos ativistas, disse Charles Elson, diretor do Centro John L. Weinberg para Governança Corporativa da Universidade de Delaware.

“Os ativistas escolhem empresas que estão subavaliadas e nas quais há questionamentos em relação ao desempenho”.

Contudo, tantas mulheres CEOs têm enfrentado a agressão de ativistas que os pesquisadores Michelle Ryan e Alex Haslam, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, cunharam um termo para as mulheres que ocupam os principais cargos das empresas e passam por dificuldades: “o penhasco de vidro”.

“Muitas mulheres CEOs estão liderando empresas que passam por transformações, algo em que elas são boas e que leva tempo, mas isso também desperta o interesse dos ativistas”, disse Maggie Wilderotter, presidente do conselho e ex-CEO da Frontier Communications Corp. e também diretora da Costco Wholesale Corp. e da DreamWorks Animation SKG Inc., entre outras empresas.

As pílulas de veneno desencorajam as aquisições hostis ao tornarem as ações de uma empresa menos atraentes para os compradores. Os mandatos alternados para os diretores tornam mais difícil para um ativista conquistar o controle de um conselho porque nem todo diretor consegue se reeleger a cada ano.

Reynolds American

Única empresa administrada por uma mulher com uma defesa a uma aquisição, a gigante da indústria de cigarros Reynolds American Inc. adota mandatos alternados no conselho desde 1999, segundo Jane Seccombe, uma porta-voz da empresa. Ou seja, muito antes de Susan M. Cameron se tornar CEO, em 2004.

Existem vantagens para as empresas que rejeitam os mecanismos contra aquisições.

“As empresas com direitos de acionistas mais fracos entregam menos valor ao longo do tempo”, disse Bowie.

Ela acrescentou que as empresas lideradas por mulheres tendem a se sair melhor que a média na pontuação de governança corporativa da ISS, que mede a remuneração e a composição dos conselhos, assim como os direitos dos acionistas. Uma exceção foi a Reynolds, que em uma escala de 1 a 10, sendo 10 a classificação mais baixa, ganhou um 9.

“Qualquer dispositivo de aquisição isola a gestão do mercado”, disse Elson.

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