Hering tem nova linha de básicos para recuperar vendas
Produtos como camisetas sem estampa, que são os de preço mais baixo na loja, ganham cara nova
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2014 às 14h08.
São Paulo - A Companhia Hering fez no fim do primeiro semestre uma verdadeira limpeza nos estoques de toda da rede de lojas da sua principal marca. Apesar do impacto negativo nos resultados, o movimento abriu espaço para que entrasse em ação um plano que mexeu com o coração da empresa: as peças básicas.
A companhia começa a vender nas lojas uma nova coleção de básicos, definida como mais "sofisticada" pelo diretor da marca Hering e Hering for you, Luís Bueno. Ele afirma que a expectativa é de que a inovação seja mais frequente neste nicho de produtos.
A renovação da linha de básicos é parte de um plano para resgatar as vendas da Hering Store, a principal bandeira de varejo da empresa, que ainda é dona da PUC e da dzarm.
Produtos como camisetas sem estampa, que são os de preço mais baixo na loja, ganham cara nova. Ao mesmo tempo, a coleção de verão aumentou a oferta de outros produtos de preço mais alto e com informação de moda.
De acordo com Bueno, a nova coleção já foi bem recebida por franqueados e lojistas multimarcas. A renovação aumentou e 54% dos produtos femininos e 35% dos masculinos são itens novos.
"Há muito tempo nossos básicos estavam sem reformulação", diz Bueno, "mas a modelagem evolui com a moda e a regata de hoje não é a regata de dez anos atrás", completa.
A expectativa da Cia Hering é de que a nova coleção ajude a melhorar os resultados de vendas daqui para a frente. Nos dez últimos trimestres, a companhia reportou sete vezes queda nas vendas da Hering Store no critério mesmas lojas, que considera apenas unidades abertas há mais de um ano.
"O cenário econômico ainda é desafiador e, olhando para a frente, ainda devemos ter pressão nos resultados operacionais, mas esperamos ver uma melhora gradual nos próximos trimestres", disse durante teleconferência no último mês o diretor de Relações com Investidores, Frederico Oldani.
Para recriar os básicos, a Cia Hering aumentou a oferta de modelagens diferentes de camisetas, passou a ofertar novos tecidos, lavagens e malhas e também criou novas peças, como regatas femininas com renda.
"Viajamos para ver o que as pessoas usam nas metrópoles brasileiras e pesquisamos tendências internacionais; o básico não é sinônimo de simplicidade", diz o diretor da marca Hering.
A estratégia da Cia Hering de tentar tornar mais atraentes os produtos que estão nos chamados "preços de entrada" está em linha com outros movimentos no varejo de vestuário. Com o consumidor mais cauteloso e sensível a preço, as companhias trabalham para conquistar o cliente que busca produtos mais baratos.
Em sua teleconferência de resultados na última semana, a Riachuelo considerou que há espaço para aumentar a oferta de peças com tendência de moda também nos níveis de preço mais baixo.
"Repassar custo a preço vai ser algo cada vez mais difícil e o que vamos procurar fazer é mudar o mix, trazer produto com mais moda e preço competitivo para melhorar a margem", comentou o diretor Financeiro da Guararapes, Tulio Queiroz.
Em um movimento diferente do da Cia Hering, mas também justificado pela maior sensibilidade do consumidor, a Marisa Lojas afirmou que pode aumentar a oferta de produtos de preço menor.
As mudanças trazidas na coleção de verão da Cia Hering tem sido aguardadas pelo mercado. "Será crucial monitorar a performance da coleção (...) mas continuamos a acreditar que a visibilidade é baixa e que medidas mais drásticas podem ser necessárias", afirmou em relatório sobre o resultado do segundo trimestre da empresa o Credit Suisse.
"Olhando para a frente, continuamos a acreditar que a administração ainda tem um desafio enorme para recuperar as vendas mesmas lojas e isso vai exigir muito tempo e uma execução muito forte", disse relatório da Brasil Plural.