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Heineken em Serra Leoa dispensa funcionários devido ao ebola

A companhia está se somando às crescentes filas de empresas que estão reduzindo as operações nos países atingidos pela epidemia

Heineken: a África e o Oriente Médio foram responsáveis por quase 14% da receita da companhia no primeiro semestre do ano (Heineken/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 14h03.

Freetown - A unidade da Heineken NV em Serra Leoa dispensou funcionários e interrompeu planos de expansão. Ela está se somando às crescentes filas de empresas que estão reduzindo as operações nos países atingidos por um surto de ebola na África Ocidental.

“A doença provocada pelo vírus do ebola afetou gravemente nossas operações em termos de vendas, produção e mão de obra”, disse Aminata Kasim-Carew, porta-voz da Sierra Leone Brewery Ltd. As vendas caíram 70 por cento, disse ela, sem entrar em detalhes. “Demos licença à maioria dos nossos funcionários”.

O surto, que já provocou a morte de 4.400 pessoas, principalmente em Serra Leoa, na Libéria e na Guiné, desde que foi relatado pela primeira vez em dezembro, é o mais letal já registrado.

Companhias aéreas, como a British Airways, suspenderam voos, empresas de mineração e agricultura adiaram a produção e governos recortaram as previsões de crescimento econômico enquanto lutam para conter a doença.

Serra Leoa precisa de até US$ 1 bilhão para cobrir os gastos com o ebola e a perspectiva de crescimento para este ano foi reduzida da previsão anterior de 14 por cento para entre 7 por cento e 8 por cento, disse o ministro das Finanças, Kaifala Marah, em entrevista à Bloomberg TV Africa no dia 11 de outubro.

No dia 7 de agosto, o presidente Ernest Bai Koroma ordenou o fechamento de boates e videolocadoras por causa do ebola.

‘Suspensos’

Embora os trabalhadores da cervejaria que foram dispensados estejam recebendo salário, cerca de 24.000 empregos estão em risco ao considerar-se distribuidores, transportadoras e outros prestadores de serviços, disse Kasim-Carew em entrevista no dia 16 de outubro, em Freetown, capital do país. A companhia também trabalha com 600 produtores de sorgo, disse ela.

A Heineken, com sede em Amsterdam, possui cerca de 83 por cento da cervejaria. A África e o Oriente Médio foram responsáveis por quase 14 por cento da receita da companhia no primeiro semestre do ano, em comparação com 13 por cento no mesmo período no ano anterior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A cervejaria de Serra Leoa, que produz as marcas Star e Heineken, pretendia investir 52,9 bilhões de leones (US$ 12 milhões) nas operações, incluindo máquinas, disse Kasim-Carew. Os projetos que já tinham sido iniciados agora estão suspensos, disse ela.

“Quando começamos a instalar essas fábricas, chegou o ebola e tivemos que suspender todos esses projetos de implementação”, disse ela. No mês passado, a cervejaria doou 633 milhões de leones ao governo para combater a doença, disse ela. “O ebola espanta os investimentos. Esperamos que o país encontre uma solução”.

O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
  • 2. Mohammed Wah, 23

    2 /15(John Moore/Getty Images)

  • Veja também

    O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
  • 3. Varney Taylor, 26

    3 /15(John Moore/Getty Images)

  • Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
  • 4. Benetha Coleman, 24

    4 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
  • 5. Victoria Masah, 28

    5 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
  • 6. Eric Forkpa, 23

    6 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
  • 7. Emanuel Jolo, 19

    7 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
  • 8. James Mulbah, 2

    8 /15(John Moore/Getty Images)

    O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
  • 9. John Massani, 27

    9 /15(John Moore/Getty Images)

    Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
  • 10. Mohammed Bah, 39

    10 /15(John Moore/Getty Images)

    Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
  • 11. Vavila Godoa, 43

    11 /15(John Moore/Getty Images)

    O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
  • 12. Ami Subah, 39

    12 /15(John Moore/Getty Images)

    Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
  • 13. Peters Roberts, 22

    13 /15(John Moore/Getty Images)

    O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
  • 14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34

    14 /15(John Moore/Getty Images)

    Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
  • 15. Moses Lansanah, 30

    15 /15(John Moore/Getty Images)

    O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.
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