São Paulo - Para Francisco Schmitt, diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene, a economia brasileira ainda terá que percorrer um longo caminho até retornar aos patamares de antes da crise.
"Acho que, para voltarmos aos níveis de 2010, levará uns seis anos ou mais", disse em entrevista a EXAME.com, durante o evento EXAME Melhores e Maiores, na noite de quarta-feira (29), em São Paulo.
O executivo argumenta que os clientes não voltarão às compras enquanto o receio de perder o trabalho persistir.
Depois de quatro altas seguidas, a taxa de desemprego ficou estável em 11,2% no trimestre que se encerrou em maio. Mas é o maior índice da série histórica iniciada em 2012 pelo IBGE.
"A gente já começa a enxergar uma 'queda da deterioração', porque as coisas não estão piorando na velocidade em que estavam. Mas o consumidor ainda está travado, seletivo. O que estamos sentindo é que, neste momento, ele está desalavancando: pagando as dívidas, o carnê, o cheque especial", comentou.
Segundo ele, por fabricar produtos de baixo tíquete, que não dependem de crédito, a Grendene deve ver seu faturamento aumentar logo que o cenário macroeconômico voltar a apresentar indicadores positivos.
Do outro lado, empresas de setores como o de automóveis, construção e eletrodomésticos, devem sofrer por mais tempo.
"Nós não tivemos queda significativa. Em 2014, que foi nosso ano de pico, fizemos 215 milhões de pares. No ano passado, fizemos 180 milhões", disse.
Preço em dólar
Neste ano, as vendas brutas da fabricante de calçados recuaram 11,2% de janeiro a março ante os mesmos meses de 2015, somando 566,6 milhões de reais.
Enquanto a receita dos itens comercializados no mercado interno caiu 19,2%, a das exportações cresceu 11,3%, em reais.
Apesar disso, o lucro líquido da companhia subiu 4,2% no período, para 143,6 milhões de reais. A margem líquida também saltou de 25,9% para 30,2%.
Parte da estratégia para atingir esses números consistiu em manter os preços dos produtos em dólar – em vez de baixá-los para exportar mais, aproveitando a desvalorização do real.
"Por experiência e cautela, resolvemos ir devagar, o que hoje se revela acertado, já que o câmbio voltou dos 4,20 reais por dólar para 3,30 reais por dólar. Os concorrentes que precificaram para um câmbio de 4 reais vão ter que renegociar com clientes, ou então assumir perda de margem", disse.
A Grendene é responsável por um terço de todos os sapatos que o Brasil envia para outros países. Para o último trimestre deste ano, que concentra grande parte das exportações, a estratégia de precificação ainda não foi definida.
"É difícil apostar para qual lado vai o dólar. Não há uma tendência. Tudo vai depender de como as modificações de enfrentamento à crise serão feitas e por quem. Tem que decidir como fica o impeachment e qual vai ser a política econômica", afirmou Schmitt.
Ele ressaltou, porém, que a empresa tem robustez para alcançar bons resultados também com o real valorizado.
"Já demonstramos competência para exportar com o dólar a 1,60 reais, em 2011. É claro que as margens são menores e a condição é mais difícil, mas a Grendene é competitiva para fazer isso. Com o dólar a 4,00 reais, melhor ainda", disse.
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1. As premiadas
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São Paulo - Lucro, eficiência, rentabilidade. Esses foram alguns dos critérios analisados na 43ª edição de
Melhores e Maiores de
EXAME, que premia as empresas que tiveram destaque em 20 setores durante 2015. Para chegar à lista final, balanços de 3.000 companhias e 80.000 indicadores financeiros foram minunciosamente checados e avaliados. O trabalho foi feito em parceria com a FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, ligada ao departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo. Nas fotos, veja as empresas que se sobressaíram.
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2. Ipiranga
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2/21 (Divulgação)
Categoria: Atacado Pela sexta vez eleita a melhor empresa do setor de Atacado, a
Ipiranga segue apostando em modelos de lojas de conveniência. Ela também quer aumentar o número de postos na região Nordeste, plano que deve ganhar fôlego caso a compra da rival Ale, assinada em junho, seja aprovada pelo Cade. A transação somou R$ 2,2 bilhões. Com programas de investimento contínuos, a rede aplicou mais de R$ 820 milhões nos seus negócios em 2015 e tem R$ 887 milhões previstos para este ano. No ano passado, a rede faturou US$ 17,5 bilhões, 2% mais que em 2014, em termos reais. O lucro líquido foi de US$ 280 milhões.
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3. Mahle Metal Leve
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3/21 (Divulgação)
Categoria: Autoindústria Fornecedora de peças de motores, a
Mahle Metal Leve precisou focar no mercado externo para não afundar junto com a indústria automotiva do país, cuja produção encolheu 23% em 2015. No ano, as exportações corresponderam a 40% da receita da filial brasileira da empresa alemã, contra 28% em 2014. Por conta da queda de 15% nas vendas no mercado interno em 2015, também teve de fechar uma fábrica e demitiu 2.000 pessoas. Com as medidas, evitou uma queda ainda maior do faturamento, que foi de US$ 518 milhões no ano passado, 7% menor que no anterior. Mesmo assim, teve um lucro de US$ 50 milhões, o que proporcionou uma rentabilidade sobre o patrimônio de 12%, a maior do setor.
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4. Weg
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4/21 (Germano Lüders/EXAME.com)
Categoria: Bens de Capital No meio de uma das maiores crises da indústria brasileira, a
WEG, fabricante de motores elétricos, conseguiu crescer ao olhar para fora. A receita líquida aumentou 24,5% e alcançou R$ 9,76 bilhões. Um dos motivos foi o aumento de 40% em suas operações internacionais, que já representam 57% de seu faturamento. Lá fora, ela comprou empresas estrangeiras, ampliou suas fábricas no México e inaugurou um parque industrial na China. Por aqui, pretende investir em sistemas de energia solar e motores elétricos comerciais, usados para ventilação e ar-condicionado, no intuito de compensar o desaquecimento da economia chinesa.
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5. Natura
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5/21 (Divulgação)
Categoria: Bens de Consumo Como os demais setores da economia, o mercado de beleza e cosméticos está em crise com as dificuldades econômicas do país. Por isso, o faturamento da
Natura caiu 15% no ano passado. Ainda assim, sua rentabilidade, de 28%, é a maior do setor, graças às iniciativas no período. A empresa expandiu as vendas na América Latina em 30%, em moedas locais, abriu sua primeira loja física, planeja vender sua linha SOU em 1.200 lojas da rede RaiaDrogasil até o fim do ano e lançou um canal digital de vendas para mais de 1,5 milhão de revendedoras. Tudo isso propagando uma mensagem de atitude e empoderamento feminino.
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6. Furukawa
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6/21 (Divulgação)
Categoria: Eletrônicos Para crescer mais, a Furukawa focou nos clientes menores. A empresa, que já fornecia fibra óptica para grandes operadoras de telefonia e cabeamento para redes empresariais e datacenters, voltou sua atenção aos pequenos provedores de acesso à internet, que ainda tinham sistemas de rádio. Além disso, ela expandiu na América Latina e conquistou espaço na Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai. Dessa forma, suas exportações aumentaram para 28% de suas receitas em 2015, quando o faturamento foi de R$ 645,5 milhões.
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7. Comerc
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7/21 (Thinkstock/Reprodução)
Categoria: Energia Com a crise econômica, os clientes da Comerc saltaram de 250, em janeiro de 2015, para os atuais 600. Ela opera no mercado livre de
energia e, por negociar diretamente com geradoras, transmissoras e distribuidoras, normalmente consegue ofertar contratos mais vantajosos aos clientes do que o mercado tradicional – o que pode ser bastante atrativo em momentos de desaceleração. Segundo a empresa, as companhias que compraram sua energia economizaram, juntas, R$ 1,6 bilhão no ano passado. Apesar de registrar um faturamento quase 30% menor em 2015, de US$ 338 milhões, e de ter visto o lucro cair de US$ 30 milhões para US$ 8,2 milhões, os novos contratos firmados e a eficiência operacional fizeram dela a melhor do setor. Para sustentar o crescimento, está abrindo sete escritórios. Neste ano, espera um aumento de 10% nas vendas e de 20% no lucro.
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8. Cristália
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8/21 (Germano Lüders/EXAME.com)
Categoria: Farmacêutica Depois de importar a enzima colagenase por 40 anos, os cientistas da farmoquímica Cristália acharam uma maneira de obtê-la a partir de uma proteína vegetal nacional - exemplo do esforço da companhia de depender menos das importações. Graças a uma equipe de 400 pesquisadores, ela produz 53% das suas matérias primas, ao passo que o mercado importa cerca de 90%. Maior produtora de anestésicos da América Latina, é fornecedora do Sistema Único de saúde e de 95% dos hospitais brasileiros. Seu faturamento teve alta de 5,3% no ano passado, para US$ 366 milhões.
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9. Votorantim Cimentos
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9/21 (Divulgação Votorantim)
Categoria: Indústria da Construção Apesar de a indústria da construção sofrer com a crise econômica e com a Operação Lava Jato, que colocou em xeque a credibilidade de grandes empreiteiras do país, a
Votorantim Cimentos tem sustentado sua posição de melhor produtora do setor. A empresa teve queda de quase 20% no faturamento em 2015 (para US$ 1,6 bilhão) mas lucrou US$ 192 milhões e obteve 10% de retorno sobre o patrimônio líquido. Inaugurou duas fábricas no período e uma em 2016. Outras três usinas estão em processo de licenciamento e análise de mercado. Também quer avançar fora do Brasil e visa ter 42% de sua capacidade produtiva no exterior até 2018.
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10. Prodesp
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10/21 (Divulgação)
Categoria: Indústria Digital A companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, principal desenvolvedora de soluções tecnológicas para órgãos públicos, está acostumada a atuar nos bastidores. Imensa, ela coordena os serviços do Poupatempo, que realiza mais de 4 milhões de atendimentos por mês, permite monitorar itinerários do transporte público e acessar os serviços do Departamento Estadual de Trânsito, o Detran-SP. Com US$ 232 milhões em investimentos no ano passado, ela quer automatizar 48 hospitais públicos até 2018 e está desenvolvendo uma tecnologia na nuvem para atender todos os clientes.
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11. Sabesp
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11/21 (Divulgação)
Categoria: Infraestrutura Responsável pelo abastecimento de 365 cidades e 29 milhões de pessoas, a
Sabesp ainda sofre por conta da crise hídrica que ocorreu entre 2014 e 2015. Para se preparar para futuras secas, ela precisou investir R$ 3 bilhões em obras. Das quatro mais importantes, já estão concluídas as interligações entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê e entre a bacia do rio Paraíba do Sul e as represas do Cantareira. O gasto com reparos emergenciais e a política de bônus e ônus (a empresa pagou R$ 1,5 bilhão de bônus desde fevereiro de 2014 e arrecadou R$ 724 milhões com sobretaxas desde o fim daquele ano) provocaram um baque na empresa. A receita caiu 4% em 2015, mas o lucro foi de US$ 403 milhões, o que lhe rendeu o prêmio de melhor do país no ramo de infraestrutura. Esta é a primeira vez que EXAME analisa separadamente as empresas do setor, que antes entravam no segmento de serviços.
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12. Hydro Paragominas
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12/21 (Halvor Molland/Divulgação)
Categoria: Mineração Em Paragominas, no Pará, fica uma das maiores
minas de bauxita do mundo, capaz de produzir mais de 400 milhões de latinhas por dia, depois da transformação do mineral em alumínio. A
unidade, que pertence à empresa norueguesa Hydro, extraiu 14 milhões de toneladas de bauxita bruta no ano passado e faturou US$ 306 milhões, 54% a mais do que no ano anterior. O aumento da produção se deu pela demanda crescente pelo minério, usado para fazer automóveis, aviões, eletrônicos, objetos de decoração e até em projetos arquitetônicos.
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13. Mili
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13/21 (Divulgação/Mili)
Categoria: Papel e Celulose A paranaense Mili, fundada há 33 anos, tem conquistado espaço em um mercado dominado por nomes de peso como Klabin e Suzano. Ela fabrica produtos sanitários, como
papel higiênico, guardanapos e lenços. A companhia prevê um aumento de 50% nas vendas até 2020. Para alcançar esse número, concluiu em 2015 a modernização de uma fábrica de papel em Santa Catarina, um investimento de R$ 250 milhões. Com a nova linha, entrou em um mercado de qualidade superior – antes, o foco estava em produtos populares. Outros R$ 150 milhões devem ser aportados entre 2016 e 2017. No ano passado, suas receitas foram de US$ 228 milhões, uma queda de 6,6%. A rentabilidade sobre o patrimônio ficou em 20%, abaixo dos 26% do ano anterior, mas ainda a maior do setor. O feito foi alcançado com a redução de custos fixos e um corte de 15% nas margens sobre as vendas em relação a 2014.
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14. Oxiteno
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14/21 (Divulgação)
Categoria: Química e Petroquímica Cosméticos, xampus, tintas, vernizes, defensivos agrícolas e fibras têxteis. Essa é a gama de produtos nos quais podem ser encontrados materiais básicos que a Oxiteno fabrica. A empresa de química e petroquímica é um braço do Grupo
Ultra, que também detém a rede de postos Ipiranga. No ano passado, suas receitas cresceram 4% e atingiram US$ 573 milhões. Para depender menos de commodities, ela passou a investir em produtos mais especializados, que têm uma margem de lucro maior.
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15. Cielo
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15/21 (Divulgação)
Categoria: Serviços Pelo décimo ano seguido, a
Cielo é vencedora do prêmio de melhor empresa de serviços de Melhores e Maiores. Com 55% do mercado de operações com cartões, ela tem margem de lucro de impressionantes 41% e faturamento de R$ 7,3 bilhões. Nas compras online, sua presença é ainda maior, sendo responsável por 70% das compras com cartão no país. Para continuar se desenvolvendo, a companhia abriu três lojas desde 2014 e investiu em novos segmentos, como oferecer serviços como programas de fidelidade, pesquisas, gestão e outros produtos. Além disso, ela também está buscando crescer nas áreas de saúde e educação.
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16. Rede DOr São Luiz
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16/21 (Germano Lüders / EXAME)
Categoria: Saúde Com 31 hospitais próprios e outros dois sob sua gestão, além de 34.000 funcionários e 87.000 médicos credenciados, a
Rede D'Or São Luiz começou a se tornar a gigante que é a partir de janeiro de 2015. Foi quando o governo federal abriu o mercado de saúde à participação de estrangeiros. Desde então, ela recebeu aportes de quase R$ 5 bilhões de fundos internacionais. No ano passado, realizou 170.000 cirurgias e faturou R$ 4,9 bilhões, um crescimento de 10,5%, já descontada a inflação. A rentabilidade das vendas foi de 15,9%. Sua meta é aumentar os leitos de atendimento de 4.900 para 8.000 até 2020. O grupo está construindo dois hospitais, mas sua prioridade é capturar sinergias entre os ativos que já adquiriu.
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17. CSN
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17/21 (Divulgação)
Categoria: Siderurgia e Metalurgia
Depois de três anos fora do pódio, a CSN volta a ser eleita a melhor companhia do setor de siderurgia e metalurgia do país. Afetada em cheio pela crise econômica que minou os ganhos do segmento, a empresa precisou queimar caixa para honrar seus compromissos no ano passado. O dinheiro disponível caiu de R$ 12,3 bilhões para R$ 6,5 bilhões nos últimos 12 meses. Apesar disso, graças ao foco nas exportações, ela conseguiu faturar US$ 3,1 bilhões e lucrar US$ 463 milhões em 2015, além de obter 20% de rentabilidade sobre o patrimônio. Seu atual objetivo é reduzir a dívida, que somava R$ 26,6 bilhões no fim de março. Para fazer caixa, reajustou o preço do aço em 10% por três vezes só neste ano.
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18. Telefônica
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18/21 (Dominique Faget/AFP)
Categoria: Telecomunicações Enquanto o setor de telecomunicações encolheu 3,5% em 2015, o Grupo Telefônica alcançou crescimento de 4,8% nas receitas líquidas. Ela também teve a maior margem operacional, de 34% e investiu mais que qualquer outra no setor, R$ 8 bilhões. Entre os negócios que mais se desenvolveram, estão banda larga, TV e dados móveis – a receita de dados contabilizada ultrapassou a de telefonia móvel pela primeira vez. Além disso, cerca de 30% das sinergias previstas para a fusão da Telefônica com a GVT, de R$ 14 bilhões, já foram atingidas.
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19. Grendene
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19/21 (Divulgação/Grendene/Divulgação)
Categoria: Têxtil Líder de mercado, a
Grendene responde por um terço dos calçados que o Brasil exporta. Com a desvalorização do real, ela poderia baixar o preço dos produtos em dólar para vender mais lá fora, mas optou por mantê-los para continuar ganhando margem. Funcionou. As vendas no exterior recuaram 12% no ano e, ainda assim, as receitas com exportações cresceram 14% em reais. O faturamento total encolheu 8% ante 2014, mas a margem nas vendas foi de 18,3%, a maior do setor. Sua estratégia é lançar coleções a cada três meses – só no ano passado, foram 1.100 novos produtos. No período, ela expandiu o Clube Melissa, rede de franquias de sua principal marca, e descontinuou o negócio TOG, que visava vender móveis de plástico mundialmente.
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20. JSL
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20/21 (Divulgação)
Categoria: Transportes Com flexibilidade e muita negociação, a
JSL conseguiu manter seus clientes que, por conta da crise, buscavam renegociar os preços da maior operadora logística rodoviária do país. O esforço para ajudar os clientes foi recompensado: ela passou a fornecer ainda mais serviços para empresas como a General Motors e a Mercedes-Benz e conseguiu novos clientes, como a Renault e a Nissan. A companhia ainda terceirizou mais de 1.080 veículos de carga e diminuiu seus custos fixos.
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21. Renner
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21/21 (Kiko Ferrite)
Categoria: Varejo Enquanto as vendas no varejo encolheram 4,3% em 2015, o pior resultado em 15 anos, a
Renner teve uma receita de R$ 5,8 bilhões, um salto de 7%. Em todo o setor, ela foi a empresa que mais gerou riqueza por empregado, US$ 59.200 por pessoa, e a que teve a maior margem nas vendas, de 9,5%. O bom desempenho vem de um plano contra crises traçado há três anos. Para melhorar sua eficiência, inaugurou um centro de distribuição, reduziu a importação de produtos e alocou 12 engenheiros para ajudar os fornecedores na gestão. Neste ano, quer abrir 60 lojas e, até 2020, dobrar a quantidade de pontos de vendas – hoje, são 408. Também visa explorar o mercado externo, com a inauguração de duas lojas no Uruguai até 2017. Seu lucro caiu 10,5% no primeiro trimestre, mas as ações subiram 12% de lá para cá, um sinal de confiança dos investidores.