Negócios

As empresas que foram destaque em Melhores e Maiores 2016

Nesta noite, EXAME premiou as melhores companhias do ano em 20 setores, além da melhor do Agronegócio e Empresa do Ano. Confira


	43ª edição: Telefônica foi premiada como a Empresa do Ano e a Laticínios Bela Vista, como melhor do Agronegócio
 (Divulgação EXAME)

43ª edição: Telefônica foi premiada como a Empresa do Ano e a Laticínios Bela Vista, como melhor do Agronegócio (Divulgação EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2016 às 18h06.

São Paulo – Para as 500 maiores e melhores companhias do país, bem como para todos brasileiros, o ano de 2015 foi desafiador.

A economia brasileira encolheu 3,8% no período e, depois de cinco anos de crescimento, as empresas tiveram uma queda de receita de 4,6%, enquanto suas dívidas subiram 12%.

Nesse cenário, os negócios melhor preparados, com visão estratégica de longo prazo e rápida adaptação às novas exigências do mercado foram os que conseguiram passar quase ilesos – e até melhores – pela crise. . 

Nesta noite, a 43ª edição do Melhores e Maiores de EXAME premiou as 20 empresas que foram destaques no segmento em que atuam, além do Agronegócio, em um evento no Teatro Santander, São Paulo.

O evento foi aberto pelo presidente executivo do Grupo Abril, Walter Longo, e contou com o discurso do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

O grande destaque da premiação ficou com a Telefônica, a Empresa do Ano, graças aos bons resultados de performance, operação e gestão de pessoas que ela atingiu no ano.

A empresa começou a operar no mercado brasileiro em 1996 e hoje é a maior do setor com quase 100 milhões de clientes e presença em 3.800 cidades.

“O ano foi extraordinário para a Vivo porque consolidamos a empresa como líder no setor, a partir da combinação com a GVT, e avançamos na transformação digital com projetos que geram eficiência e simplificação em produtos, serviços e atendimento”, disse Amos Genish, presidente da Telefônica.

Caminho internacional

A crise foi uma oportunidade para que boa parte das grandes companhias pensassem melhor em como operar e gerir seu negócio.

Com o mercado interno abalado pela retração de consumo, algumas optaram por expandir operações fora do país. Foi o caso da fabricante de motores WEG e da siderúrgica CSN.

Ganhadora do setor de Bens de Capital, a WEG aumentou em 40% suas operações internacionais, que já representam 57% de seu faturamento. Com isso, ampliou suas fábricas no México e inaugurou um parque industrial na China.

"Continuaremos investindo no mercado internacional e vemos em todos os mercados, maduros e emergentes, oportunidades de crescimento", disse Harry Schmelzer Jr, presidente da empresa.

Já a CSN, vencedora na categoria Siderurgia e Metalurgia, queimou caixa para honrar seus compromissos, mas aumentou a rentabilidade em 20%, além de ajustar o preço do aço em 10% por três vezes só neste ano.

"Temos confiança de que o Brasil voltará logo a crescer. Estamos preparados para retomar juntos esse crescimento", afirmou Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da companhia.

O foco no mercado externo foi o que evitou que a fornecedora de peças e motores Mahle Metal Leve afundasse com a indústria automotiva do país, que encolheu 23%. Enquanto as vendas no país caíram 15%, a fatia das exportações no faturamento aumentou de 28% para 40%.

“O setor automotivo foi muito prejudicado com a crise e isso nos ajudou a sofrer menos”,disse Claus Hoppen, presidente da empresa. 

Com a desvalorização do real, a Grendene poderia baixar os preços dos produtos em dólar para vender mais lá fora, mas optou por mantê-los para preservar margem. Funcionou: as vendas no exterior recuaram 12% no ano, mas as receitas com exportações cresceram 14% em reais.

“Vendemos produtos de baixo tíquete, então vamos recuperar as vendas tão logo a economia retome”, comentou Francisco Schmitt, diretor financeiro e de RI da Grendene. “Acredito que a economia deve levar cinco ou seis anos para voltar ao nível de consumo que vimos em 2010”.

Novos horizontes

A diversificação do negócio também foi uma das estratégias adotadas por muitas das premiadas como melhores negócios em 2015.

Para crescer mais, a Furukawa, que atende grandes empresas e operadoras, passou a focar em pequenos provedores de acesso à internet, além de expandir para a América Latina.

“Para este ano, a expectativa é crescer 10% na região, dando continuidade aos projetos de diversificação e internacionalização dos últimos anos”, afirmou Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa.

A Cielo, a melhor do segmento de Serviços pelo décimo ano consecutivo, abriu três lojas desde 2014 e investiu em novas áreas, como venda de softwares de gestão financeira, saúde e educação. 

“Ainda pretendemos investir R$ 450 milhões neste ano, especialmente em inovação”, disse Rômulo Dias, presidente da Cielo.

Mas a empresa tem consciência de que deverá levar um tempo para crescer no mesmo ritmo de antes.“Primeiro, a indústria vai voltar a crescer, depois o consumo, então a Cielo ainda vai levar um tempo para voltar a crescer como antes”, comentou Dias.

Destaque da categoria Química e Petroquímica, a Oxiteno, braço do Grupo Ultra, passou a investir em produtos mais especializados, que têm uma margem de lucro maior.

“Temos boas expectativas com a nova fábrica que estamos construindo nos Estados Unidos, com um investimento de US$ 113 milhões”, afirmou João Parolin, diretor da Oxiteno. “No Brasil, este ano ainda será difícil para a economia e para as empresas em geral”.

A Natura abriu sua primeira loja física e espera vender a linha SOU em 1.200 lojas da rede RaiaDrogasil até o fim do ano. 

Antes com foco em produtos populares, a paranaense Mili investiu na modernização de uma fábrica para produzir produtos sanitários de qualidade (e preço) superior.

“Estamos preparando a Mili para 2020”, disse Valdemar Lissoni, sócio-fundador e presidente da premiada como a melhor de Papel e Celulose. “Queremos chegar lá como uma empresa bem mais estruturada, com um mercado maior e faturamento maior”.

Tesoura e conversa

Em um ambiente inseguro, flexibilidade foi o mantra das grandes empresas para negociar melhores condições com fornecedores e criar uma relação propícia à retenção de clientes.

Para a JSL, o esforço de ajudar os clientes que precisavam renegociar preços foi recompensado com novos contratos de serviços para grandes clientes, como Renault e Nissan.

Além de muita conversa, saiu na frente quem conseguiu melhorar a eficiência operacional, com cortes de custos e melhorias de gestão, como os casos da Renner e da Cristália.

A empresa destacada como a melhor do Varejo traçou um plano há três anos para reduzir os custos de operação. Para tanto, inaugurou um centro de distribuição, reduziu a importação de produtos e alocou 12 engenheiros para ajudar os fornecedores.

Já a Cristália se prepara há anos para depender menos das importações. Conclusão: produz 53% das suas matérias primas, ao passo que o mercado importa cerca de 90%.

“Estamos aptos até para começar a exportação do produto”, comenta Ogari de Castro Pachecho, presidente e fundador da Cristália.

A Votorantim Cimentos, destaque da categoria Indústria da Construção, foi outra que se antecipou à crise para manter a solidez financeira e a excelência operacional.

A empresa teve queda de quase 20% no faturamento em 2015 (para US$ 1,6 bilhão) mas lucrou US$ 192 milhões e obteve 10% de retorno sobre o patrimônio líquido.

“Fizemos ajustes na estrutura organizacional, com a implementação de orçamento base-zero, suspensão de produção, venda de ativos não estratégicos e alongamento da dívida”, afirmou Walter Dissinger, diretor-presidente da Votorantim Cimentos.

Daqui para frente

Ainda que o país esteja passando por momentos políticos conturbados, a expectativa das companhias é de que e o crescimento retome até o final deste ano.

“A economia não vai bem, mas a expectativa é de que a classe média volte a consumir e isso impulsione os negócios”, disse Cesar Helou, diretor da Piracanjuba marca do Laticínios Bela Vista, premiada como a melhor do Agronegócio

Muitas, no entanto, não desistiram de planos de investimentos que já haviam sido anunciados, nem se sentem intimidadas a criar boas perspectivas para o médio prazo.

“É muito difícil apostar em uma retomada da economia agora, mas o Brasil é forte, tomando as medidas certas, vamos chegar lá”, acredita Silvio Porto, diretor-presidente da Hydro Paragominas.

Com programas de aportes contínuos, a Ipiranga, destaque do setor de Atacado, aplicou mais de R$ 820 milhões nos negócios em 2015 e tem R$ 887 milhões previstos para este ano.

"Seguiremos investindo em expansão, por meio de aquisições, novos negócios e embandeiramentos de postos de bandeira branca", afirmou Leocadio Antunes, diretor-superintendente da Ipiranga.

Na Rede D'Or São Luiz, a meta é aumentar os leitos de atendimento de 4.900 para 8.000 até 2020. Já a Prodesp quer automatizar 48 hospitais públicos até 2018 e está desenvolvendo uma tecnologia na nuvem para atender todos os clientes.

"Para este ano, o controle financeiro está mais apertado e estamos ainda mais de olho em investimentos, contas a receber e contratos com fornecedores", comentou Célio Fernando Bozola, presidente da empresa.

Mesmo tendo faturado 30% menos em 2015, a Comerc prevê aumento de 10% nas vendas e de 20% no lucro com o negócio no mercado livre de energia. 

“Esperamos melhora no consumo ainda neste ano porque a equipe econômica atual é muito boa e entende o que o mercado precisa para melhorar”, Cristopher Alexandre Vlavianos, presidente da Comerc Energia.

O otimismo com a melhora do consumo também baliza os planos da Renner. 

"Em 2016, investiremos R$ 550 milhões, o que incluirá a inauguração de 25 lojas da Renner, 15 da Camicado e 20 da Youcom, além da remodelação de algumas unidades", afirma Fábio Faccio, diretor de operações da Lojas Renner.

A piora da economia também não abalou os projetos da Votorantim Cimentos, que anunciou em 2015 um plano de expansão de cerca de R$ 5 bilhões até 2018.

“Dentre esses investimentos vale destacar expansões nos Estados Unidos, na Turquia e uma nova operação na Bolívia, para aumentar nossa capacidade instalada e em linha com o plano de diversificação geográfica”, afirmou Dissinger.

A Telefônica também manteve seus investimentos previstos de mais de R$ 8 bilhões voltados a qualidade e expansão. E sabe que o desafio da empresa é imenso.

“O mundo é cada vez mais digital e as pessoas precisam de conectividade”, afirma Genish. “Nosso foco é entregar a melhor conectividade tanto móvel como fixa, com uma infraestrutura de rede robusta e de alta qualidade”.

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