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Granado: do sabonete clássico aos sonhos internacionais

Velha conhecida do público mais adulto, o grande trunfo da Granado foi se aproximar da geração mais jovem

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2016 às 17h01.

São Paulo – Com quase 150 anos, a Granado se renovou e tem planos ambiciosos para se expandir internacionalmente. Com lançamentos de linhas de produtos, embalagens mais arrojadas e um visual mais jovem, a empresa conquistou novos públicos – e compradores.

A Puig, empresa espanhola de moda e perfumes, anunciou ontem a compra de uma fatia de 35% da empresa por R$ 500 milhões. A companhia é dona de marcas como Carolina Herrera, Nina Ricci, Jean Paul Gaultier e faz os perfumes das marcas de perfumes da Prada e Valentino.

Ela pretende levar os produtos cariocas para o mundo. “A Granado tem muito potencial de internacionalização e a melhor estratégia para isso é ganhar um parceiro de fora, que já tem canais de distribuição e relacionamento com o cliente final”, afirmou a Ana Paula Tozzi, presidente da consultoria GS&AGR.

O controle da brasileira continuará nas mãos de Christopher Freeman, empresário americano, ex-executivo do Citibank, que comprou a companhia em 1994 e, dez anos depois, adquiriu a Phebo.

Hoje, o negócio como um todo fatura cerca de R$ 400 milhões ao ano.

Rejuvenescida

Velha conhecida do público mais adulto, o grande trunfo da Granado foi se aproximar da geração mais jovem, afirmou Tozzi, com novas linhas de produtos e embalagens mais coloridas.

Além disso, ampliou o contato com seus clientes. Com presença forte nas redes de drogarias, passou a abrir lojas conceito para se aproximar do público mais jovem. A primeira foi a transformação da primeira unidade da empresa em uma loja conceito, em 2005.

Segundo a consultora, a história e expansão internacional da companhia são semelhantes à da marca L’Occitane.

Empresa familiar e tradicional, a companhia que nasceu na região da Provença, na França, conseguiu tornar sua origem parte indispensável da marca.

É o mesmo caminho que a Granado está trilhando. Criada por um farmacêutico da cidade do Rio de Janeiro, a empresa carioca está retomando suas origens em novas embalagens e produtos.

Parceiro de fora

Com a venda de 35% de participação na companhia, a Granado ganha força para ir para fora. A compradora, a espanhola Puig, vende produtos para mais de 150 países.

Apenas 14% de suas receitas vieram do país de origem e os mercados emergentes, fora dos Estados Unidos e Europa, são responsáveis por 47% do negócio.

No ano passado, a Puig atingiu receitas de 1,64 bilhão de euros, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. O lucro da companhia foi de 126 milhões de euros.

Antonio Puig fundou a empresa em 1914 e hoje a terceira geração comanda o negócio, com tem 4.483 funcionários em todo o mundo, em subsidiárias em 22 países.

A internacionalização começou quando um estudante espanhol, que estava estudando nos Estados Unidos, pediu para importar uma pequena quantidade de Agua Lavanda Puig para vender em uma loja no campus.

Em pouco tempo, a colônia era vendida em lojas de departamentos como a americana Saks.

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