Negócios

Gol corta 1,1 mil vagas para reduzir custos

Além da redução de funcionários, número de aposentados e cargos fechados diminuíram o quadro da empresa

Pelo balanço da empresa, o primeiro trimestre deste ano registrou perdas de R$ 4,4 milhões (Divulgação/EXAME)

Pelo balanço da empresa, o primeiro trimestre deste ano registrou perdas de R$ 4,4 milhões (Divulgação/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2011 às 10h10.

São Paulo - A Gol eliminou cerca de 1.100 vagas no primeiro trimestre deste ano, com o objetivo de reduzir custos. O vice-presidente financeiro da empresa, Leonardo Pereira, disse ontem que, desse total, entre 200 e 250 vagas resultaram em demissões. Os outros cerca de 850 a 900 postos de trabalho referem-se a pessoas que se aposentaram e não foram substituídas ou vagas que estavam em aberto e foram fechadas.

"Isso deve gerar uma economia com pessoal entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões por ano", afirmou Pereira. As despesas da Gol com pessoal somam cerca de R$ 1,4 bilhão por ano. A companhia aérea possui hoje cerca de 18 mil funcionários. De acordo com Pereira, não estão previstas novas demissões em 2011.

A companhia aérea também informou ter ampliado suas posições de hedge (proteção) relativas a despesas de combustível na semana passada. Segundo Pereira, a empresa tem hoje operações financeiras de hedge equivalentes a quase 40% dos gastos estimados com combustível para os próximos 12 meses. Antes, esse porcentual girava em torno de 20%. O contrato foi feito considerando o preço do barril a US$ 95.

"Temos também a possibilidade de ampliar essas operações para os gastos estimados nos próximos 36 meses", afirmou o executivo. Pereira explicou que isso deve acontecer caso o preço do petróleo caia. "Seria uma oportunidade para ampliar nossas posições de hedge".

De acordo com o balanço da empresa, no primeiro trimestre deste ano a companhia registrou perdas de R$ 4,4 milhões com as operações de hedge, que têm por objetivo proteger as despesas estimadas com combustível feitas por meio de contratos de derivativos de petróleo cru.

Leonardo Pereira disse também, em teleconferência com analistas, que a companhia não vai participar de "guerra de tarifas". "As promoções que estamos fazendo são as que sempre fizemos. Não vamos fazer promoções que prejudiquem a nossa margem", afirmou. Ele citou como exemplo do foco da empresa na rentabilidade o fato de, no primeiro trimestre deste ano, a Gol ter ampliado sua oferta em 5%, enquanto no mercado como um todo o aumento foi de 14%.

Ao ser questionado sobre a perspectiva dos yields (tarifa média), Pereira disse que o segundo trimestre do ano é, historicamente, o mais fraco para o setor. "Devemos registrar recuperação no segundo semestre".

Aquisição

Pereira negou que a Gol esteja interessada em participar da privatização da portuguesa TAP ou que esteja negociando algum tipo de participação acionária na companhia aérea regional Passaredo, como chegou a ser veiculado pela imprensa. "Não estamos negociando com nenhuma empresa", afirmou.

A Gol fechou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 110,5 milhões, um aumento de 362% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida ajustada foi de R$ 1,89 bilhão, alta de 9,6% ante o R$ 1,73 bilhão do primeiro trimestre de 2010.

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