Fábrica da General Motors: o diretor afirmou que a linha da caminhonete S10 opera hoje em três turnos em São José e a unidade de motores também está em plena carga (Aaron Josefczyk/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2012 às 15h16.
São Paulo - A General Motors do Brasil deve esperar o comportamento do mercado nacional de veículos nas próximas duas semanas antes de decidir sobre a produção e o destino de parte de funcionários da unidade da montadora em São José dos Campos (SP). O diretor de Assuntos Institucionais da GM do Brasil, Luiz Moan, afirmou nesta quinta-feira que a montadora teve uma conversa pela manhã com sindicalistas do setor, intermediada pelo Ministério do Trabalho. No encontro, ficou acordado que as conversas serão mantidas e não há prazo para eventuais demissões.
Segundo ele, os sindicalistas se mostraram mais flexíveis nas reivindicações, mas, na avaliação do executivo, esse comportamento veio um pouco tarde. "Uma pena que essa flexibilidade se dê neste momento em que não tenho nada novo para colocar na fábrica", disse.
De acordo com o executivo, qualquer iniciativa da empresa vai depender do desempenho do mercado consumidor, especialmente as vendas do modelo Zafira, cuja produção foi suspensa hoje. Moan diz que um novo encontro para discutir o comportamento das vendas e, possivelmente, uma decisão sobre a unidade e seus trabalhadores pode ocorrer no dia 20 ou 25 deste mês. Demissões não estão descartadas, mas, por enquanto, segundo ele, não haverá dispensas.
"Colocamos na reunião que, com o insucesso das negociações com sindicatos desde 2009, não conseguimos investir em novos modelos em São José dos Campos", disse Moan, acrescentando que em outras unidades do País foi possível ampliar investimentos.
O diretor afirmou que a linha da caminhonete S10 opera hoje em três turnos em São José e a unidade de motores também está em plena carga, enquanto a de automóveis tem apenas um turno em operação. Nos últimos meses, a GM realocou trabalhadores para São José por causa das boas vendas da S10.
Moan disse que, se as vendas caírem ou os estoques não se regularizarem, a montadora terá de tomar uma decisão. Ele diz ter avisado o sindicato que, se houver algum plano para fazer um novo modelo no Brasil, a fábrica de São José será considerada o destino desse investimento.