Apresentação: qual o nível de naturalidade da sua fala? (yuri arcurs/iStockphoto)
Líderes capazes de ouvir e cativar seus colaboradores. Comitês e conselhos de gestão comprometidos com os princípios da companhia e preparados para tomar decisões de forma ágil. Ações de rentabilidade valorizadas. Em um mundo marcado pela transformação do ambiente corporativo, essas três medidas podem garantir o sucesso das empresas no longo prazo.
“A era da informação instaurou a necessidade de respostas absurdamente mais rápidas. E essa agilidade não acontece apenas com a desenvoltura de um líder. Ele não conseguirá atender às demandas sozinho”, afirma o especialista em qualidade total Joel Gerson Lopes Filho, docente do Centro Universitário Toledo.
O novo cenário tem impactado tanto o mundo dos negócios que a figura do CEO viciado em trabalho está desaparecendo de muitas companhias. As novas lideranças também precisam encontrar um tempo para cuidar de si mesmas. Quando não fazem isso, passam para o corpo de funcionários a mensagem de que não se importam com as pessoas.
Só assim, conquistando com exemplos, os gestores contribuirão para que a empresa como um todo acompanhe uma grande transformação global: se antes ofertavam mercadorias, hoje lidam com ativos intangíveis, como valores e necessidades. Não mais atendem a necessidades, agora geram demandas.
Essa lógica não funciona apenas para conquistar parceiros e clientes, mas também para mantê-los estimulados e capazes de trabalhar em equipe, sempre em coerência com os padrões internacionais de compliance. “A tomada de decisão agora é compartilhada. Os líderes reúnem pessoas com formações diferentes. Elas se complementam e municiam o CEO com informações e análises, o que diminui o risco de erros”, afirma a doutora em administração Claudia Mara Vicentine, especialista em gestão de projetos.
O processo, porém, não é simples. De acordo com o estudo Capitalizando na Complexidade – Insights dos CEOs, realizado pela IBM com 1 500 CEOs, de 60 países e 33 setores, 79% dos líderes de companhias acreditam em um aumento de complexidade e que devem incorporar hábitos de liderança criativa, reinventar o relacionamento com os clientes e formar destreza operacional.
Se os novos líderes precisam aprender a delegar, é natural que as instâncias de tomada de decisão também sejam alteradas. Em um contexto de grande volatilidade e crises, as equipes gestoras têm que estar alinhadas.
Assembleias, conselhos e comitês formados por profissionais experientes podem trabalhar de maneira articulada para dar conta das demandas que caracterizam a rotina das companhias. “Decisões participativas significam o gerenciamento dividido das ações da organização. Logo, as responsabilidades também são compartilhadas”, diz o especialista em gestão empreendedora Luiz Claudio Tonchis.
Há também outro ponto que impacta no novo modelo de gestão. Mais do que nunca, as empresas estão se tornando globais. E isso reflete nos modelos de rentabilidade. Desse modo, tornouse essencial encontrar formas coerentes de estabelecer preços, considerando não apenas os custos físicos, mas a concorrência com agentes de mercado espalhados por todo o planeta.
Muitas vezes, o preço estabelecido não precisa ser o mais baixo. Mas ele deve ser acompanhado de uma infraestrutura que garanta ao consumidor a qualidade do produto e a logística para entregá-lo.
A complexidade do cenário global obriga as empresas a revisar periodicamente os critérios utilizados para estabelecer preços. A quantidade de fatores a levar em consideração é tão grande que vai ser necessário aderir às tecnologias de interpretação de dados para municiar corretamente todas as instâncias de decisão.
Criar um comitê especializado nesse tema, capaz de lidar com essas informações, pode ajudar. E é assim, com capacidade de liderança, agilidade para tomar decisões e participar do novo cenário de tecnologia e dos novos mercados, que as companhias que estarão no mercado nas próximas décadas vão crescer de maneira sustentável.