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Gávea tem interesse em ativos da Petrobras, diz Amaury Bier

O CEO da Gávea Investimentos, administradora de recursos controlada pelo JPMorgan Chase, afirma que há interesse em ativos colocados à venda pela estatal

Petrobras: empresas em que a Gávea tem uma participação, como a Comgás, também poderiam ter interesse nos ativos, segundo CEO (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2015 às 16h04.

São Paulo - A Gávea Investimentos Ltda ., administradora de recursos controlada pelo JPMorgan Chase Co., tem interesse em ativos colocados à venda pela Petróleo Brasileiro SA, ou Petrobras .

A Gávea, fundada pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga , avalia parcerias com outros investidores para comprar os ativos, disse o CEO Amaury Bier.

Empresas em que a Gávea tem uma participação, como a Cia. de Gás de São Paulo, ou Comgás, também poderiam ter interesse nos ativos, disse ele. Bier não quis dizer quais ativos despertaram o interesse da Gávea, que administra recursos de US$ 5,5 bilhões.

“A nova diretoria da Petrobras está fazendo um bom trabalho, com o foco na exploração e na venda de ativos que não são estratégicos”, disse Bier em uma entrevista no dia 2 de julho, em São Paulo.

A Petrobras está cortando investimentos e vendendo ativos para se concentrar em exploração e produção em meio ao maior escândalo de corrupção do país e à queda nos preços do petróleo.

A petrolífera mais endividada do mundo pretende vender US$ 15,1 bilhões em ativos neste ano e no próximo. Na semana passada, a Petrobras anunciou a possível abertura de capital da BR Distribuidora.

Esse IPO “com certeza” chamaria a atenção dos investidores, embora o sucesso dependa do preço, disse Bier, sem revelar se a Gávea quer participar da operação.

A Gávea tem uma participação indireta na Comgás. A administradora detém 13 por cento da Cosan Ltd., que controla a Cosan SA Indústria e Comércio, maior acionista da Comgás.

“A Cosan está sempre atenta às oportunidades do mercado, mas no momento não há nada determinado. Com relação à Comgás, especificamente, não existe nenhuma negociação para compra de ativos da Petrobras”, disse a Comgás em um comunicado enviado por e-mail.

A Petrobras não quis comentar.

Oportunidades de compra

A “delicada” situação brasileira, com a queda da confiança empresarial e o “esfacelamento” da base aliada da presidente Dilma Rousseff, está criando oportunidades de compra, disse Bier. Entre essas, estão as empresas listadas na bolsa.

As companhias de capital aberto “têm preços mais realistas do que as de capital fechado”, disse Bier.

Segundo ele, está no “DNA” da Gávea comprar participações minoritárias, participar do conselho de administração e ajudar a empresa a evoluir.

A situação econômica brasileira continua “muito delicada”, disse Bier, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda de 1999 a 2002, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Embora o governo tenha um plano ambicioso de corte de gastos para ajustar as contas públicas, isso não é suficiente para restaurar a credibilidade e talvez nem seja factível, disse ele.

“A recuperação econômica depende de um ambiente de confiança e os empresários estão muito insatisfeitos agora”, disse Bier. “Estamos quase precisando adicionar antidepressivo na água de torneira”.

São Paulo - Na última sexta-feira (15), a Petrobras apresentou ao mercado seus resultados do primeiro trimestre deste ano. Foi o primeiro anúncio contábil da empresa após a divulgação das perdas bilionárias com a corrupção em 2014, feita no mês passado. De janeiro a março de 2015, contrariando os resultados dos dois trimestres anteriores, a estatal voltou ficar no azul. Mas tanto o lucro quanto a receita caíram em comparação ao mesmo período do ano anterior. As vendas menores podem ser explicadas pela desaceleração da demanda doméstica por combustíveis e pela retração do preço internacional do barril de petróleo. Nas fotos, veja 10 números relevantes do balanço.
  • 2. Agora, veja os números do balanço anual de 2014

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    A Gávea, fundada pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga , avalia parcerias com outros investidores para comprar os ativos, disse o CEO Amaury Bier.

    Empresas em que a Gávea tem uma participação, como a Cia. de Gás de São Paulo, ou Comgás, também poderiam ter interesse nos ativos, disse ele. Bier não quis dizer quais ativos despertaram o interesse da Gávea, que administra recursos de US$ 5,5 bilhões.

    “A nova diretoria da Petrobras está fazendo um bom trabalho, com o foco na exploração e na venda de ativos que não são estratégicos”, disse Bier em uma entrevista no dia 2 de julho, em São Paulo.

    A Petrobras está cortando investimentos e vendendo ativos para se concentrar em exploração e produção em meio ao maior escândalo de corrupção do país e à queda nos preços do petróleo.

    A petrolífera mais endividada do mundo pretende vender US$ 15,1 bilhões em ativos neste ano e no próximo. Na semana passada, a Petrobras anunciou a possível abertura de capital da BR Distribuidora.

    Esse IPO “com certeza” chamaria a atenção dos investidores, embora o sucesso dependa do preço, disse Bier, sem revelar se a Gávea quer participar da operação.

    A Gávea tem uma participação indireta na Comgás. A administradora detém 13 por cento da Cosan Ltd., que controla a Cosan SA Indústria e Comércio, maior acionista da Comgás.

    “A Cosan está sempre atenta às oportunidades do mercado, mas no momento não há nada determinado. Com relação à Comgás, especificamente, não existe nenhuma negociação para compra de ativos da Petrobras”, disse a Comgás em um comunicado enviado por e-mail.

    A Petrobras não quis comentar.

    Oportunidades de compra

    A “delicada” situação brasileira, com a queda da confiança empresarial e o “esfacelamento” da base aliada da presidente Dilma Rousseff, está criando oportunidades de compra, disse Bier. Entre essas, estão as empresas listadas na bolsa.

    As companhias de capital aberto “têm preços mais realistas do que as de capital fechado”, disse Bier.

    Segundo ele, está no “DNA” da Gávea comprar participações minoritárias, participar do conselho de administração e ajudar a empresa a evoluir.

    A situação econômica brasileira continua “muito delicada”, disse Bier, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda de 1999 a 2002, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

    Embora o governo tenha um plano ambicioso de corte de gastos para ajustar as contas públicas, isso não é suficiente para restaurar a credibilidade e talvez nem seja factível, disse ele.

    “A recuperação econômica depende de um ambiente de confiança e os empresários estão muito insatisfeitos agora”, disse Bier. “Estamos quase precisando adicionar antidepressivo na água de torneira”.

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