Plantio sustentável de cacau, no projeto RestaurAmazônia: incentivo e capacitação de pequenos agricultores (JBS/Divulgação)
Depois de um comitê técnico analisar mais de 50 propostas, o Fundo JBS pela Amazônia anunciou recentemente as primeiras selecionadas para receber investimentos. São seis iniciativas voltadas para as três frentes de trabalho da organização: conservação e preservação da floresta; melhoria da qualidade de vida da população local; e desenvolvimento científico e tecnológico da região.
“Um dos nossos focos foi apoiar projetos que valorizem quem está na sua base das cadeias da floresta, como os extrativistas, indígenas e outras comunidades tradicionais que gerenciam os negócios comunitários”, explicou Andrea Azevedo, diretora de programas e projetos do Fundo.
A associação civil sem fins lucrativos é dedicada a fomentar e financiar ações que contribuam com o desenvolvimento sustentável do bioma Amazônia, o maior do país. Os projetos escolhidos (conheça todos mais abaixo) vão receber da entidade, em conjunto, 50 milhões de reais, com o aporte de 250 milhões de reais da JBS nos primeiros cinco anos, a fim de garantir as atividades.
A JBS se responsabilizou ainda por igualar a sua contribuição às doações recebidas de terceiros até que o subsídio da companhia chegue a 500 milhões de reais. “Acreditamos em uma Amazônia sustentável, pois sabemos que preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico são indissociáveis”, ressalta Joanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo.
O objetivo é que, antes de 2030, os recursos do programa atinjam 1 bilhão com a colaboração de parceiros, que incluem associações da iniciativa privada, terceiro setor e grupos multistakeholders.
Dezenas de projetos passaram pela análise de um comitê especializado, formado por onze integrantes indicados por institutos de pesquisa e organizações do terceiro setor. Todos profissionais reconhecidos no campo ambiental e de desenvolvimento sustentável, com extenso conhecimento sobre a realidade amazônica.
O grupo pré-selecionou nove propostas e, por fim, elegeu as seis que seriam financiadas. Conheça a seguir quais são esses projetos:
Instituições responsáveis: Solidaridad e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
Onde: Pará
O plano é, em cinco anos, implantar sistemas agroflorestais que integram pecuária, agricultura e floresta em 1.500 pequenas propriedades, seguindo um modelo testado e aprovado de desenvolvimento sustentável. O objetivo é que as propriedades mantenham sua viabilidade econômica, garantam o sustento dos produtores e auxiliem na absorção de carbono da atmosfera.
Instituição responsável: Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC)
Onde: Unidades de Conservação, Terra Indígena (Deni do Rio Xeruã) e uma área de Acordo de Pesca
O projeto visa fortalecer a cadeia extrativista do pirarucu, com a aquisição de embarcação certificada e estudo de viabilidade para construção de uma indústria de processamento do pescado. A iniciativa, com duração de dois anos, também prevê capacitação e consultoria técnica para as comunidades. Deve beneficiar 450 famílias, residentes em 55 populações ribeirinhas.
Instituições responsáveis: Atuação conjunta do Instituto InterElos, Amazonbai, Universidade do Estado do Amapá (UEAP), Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (OELA), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e Instituto Terroá.
Onde: Amapá (comunidades de Bailique e Beira Amazonas)
Com extensão de três anos, a ação propõe revigorar a bioeconomia do açaí na região, incluindo a construção de fábrica própria para produção da polpa e o aumento do portfólio de produtos de alto valor agregado. Com isso, 240 famílias locais devem ter a renda ampliada. Está prevista ainda a construção de escolas e qualificação de jovens e mulheres para a atividade.
Instituição responsável: Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (Idesam)
Onde: todo o bioma amazônico
Primeira aceleradora amazônica focada no impacto socioambiental de negócios da floresta, com soluções para as cadeias de biodiversidade. A AMAZ vai fomentar, em cinco anos, a aceleração de 30 startups, com estímulo ao ambiente empreendedor e apoio de investidores, além de garantir capacitação e mentoria nos empreendimentos.
Instituição responsável: Instituto Conexões Sustentáveis
Onde: Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia
A iniciativa vai simplificar, em dois anos, o acesso a contratos de crédito rural do PRONAF para pequenos agricultores das cadeias da castanha, açaí, pescados, madeira, óleos e resinas. Para isso, ativadores locais serão contratados e treinados e as cooperativas também receberão consultoria para se enquadrarem aos financiamentos com condições facilitadas.
Instituição responsável: Embrapa
Onde: toda a Amazônia Legal
A aliança tem como missão o desenvolvimento científico e tecnológico – inovações em matérias-primas, ingredientes, produtos e soluções – para agregar valor às cadeias produtivas regionais. No planejamento, estão também programas para zerar ou reduzir a emissão de carbono nos sistemas agroflorestais, com a integração de lavoura, pecuária e floresta.
Qualquer instituição ou empresa pode apresentar projetos ao Fundo JBS pela Amazônia a fim de solicitar financiamento, desde que tenha CNPJ ativo (ou equivalente para organizações internacionais). Clique aqui para saber mais sobre como se inscrever.
Para ser parceiro de implantação e/ou investimento financeiro, acesse aqui. As colaborações estão abertas a empresas ou instituições brasileiras e internacionais de qualquer segmento e setor, além de pessoas físicas.