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Fundo de pensão canadense CPPIB quer ampliar investimentos no Brasil

Canada Pension Plan Investment Board atualmente investe 12,3 bilhões de dólares canadenses em toda a América Latina, dos quais cerca de 4 bilhões no Brasil

Investimentos: setor de infraestrutura é um dos mais chama a atenção no momento (WEB/Divulgação)

Investimentos: setor de infraestrutura é um dos mais chama a atenção no momento (WEB/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 20 de junho de 2018 às 18h29.

São Paulo - O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) planeja elevar a representatividade do Brasil dentro de seu portfólio de investimentos nos próximos anos, afirmaram executivos do fundo de pensão canadense nesta quarta-feira.

O CPPIB atualmente investe 12,3 bilhões de dólares canadenses em toda a América Latina, dos quais cerca de 4 bilhões no Brasil, onde concentra sua atuação no segmento imobiliário através de parcerias com a Aliansce, a Cyrela Commercial Properties (CCP) e a Global Logistic Properties (GLP). Globalmente, o fundo tem cerca de 356 bilhões de dólares canadenses investidos e tem planos para elevar esse montante para 600 bilhões até 2025 e 800 bilhões até 2030.

Em dezembro, o fundo de pensão canadense que está entre os 10 maiores do mundo ingressou no segmento de energia renovável no Brasil por meio de uma joint venture com a Votorantim Energia, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em março deste ano.

Ainda assim, o total investido no Brasil está aquém do potencial visualizado pelo CPPIB. "Investimos o mesmo montante no Chile e o Brasil é 10 vezes maior, então estamos trabalhando para mudar isso... Vemos potencial, mas não estamos com pressa", comentou Rodolfo Spielmann, diretor para América Latina.

Segundo ele, o setor de infraestrutura é um dos mais chama a atenção no momento, mas o fundo canadense também está disposto a avaliar oportunidades em outros segmentos, incluindo saúde e educação superior ou básica.

"Buscamos operadores fortes como parceiros e interessantes estrategicamente", afirmou o presidente-executivo global do CPPIB, Mark Machin.

Os executivos ressaltaram que a preferência se dá por ativos já existentes (brownfields) ou projetos que exijam um aporte de pelo menos 500 milhões de dólares canadenses. "Tem que ser algo que possamos escalar", acrescentou Spielmann.

Nos últimos anos, o CPPIB teve uma atuação mais tímida no Brasil por causa da falta de oportunidades de investimento grandes o suficiente, um cenário que tende a mudar diante da maior abertura do governo atual a privatizações, de acordo com Machin.

"O número de oportunidades aumentou, mas continuamos tendo dificuldades em termos de valor (preço dos ativos)", disse o presidente global do fundo de pensão canadense.

Questionado se o CPPIB pretende participar do leilão de privatização de seis distribuidoras da Eletrobras, agendado para 26 de julho, Spielmann afirmou que "não comenta ativos específicos", mas que operações de transmissão, distribuição e geração interessam ao fundo.

Ele também não descartou disputar ativos da Petrobras e citou planos de ampliar a joint venture com a Votorantim Energia agora que o acordo entre as empresas foi devidamente concluído depois de aprovações por autoridades antitruste.

Os executivos ainda minimizaram o impacto das incertezas político-econômicas desencadeadas pela corrida eleitoral no Brasil, ressaltando o perfil de longo prazo dos investimentos do fundo no país. "Gostaríamos de ver as reformas continuarem, mas não somos fáceis de assustar... É preciso manter a cabeça fria e investir quando as oportunidades surgirem", disse Machin.

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