Negócios

Funcef suspende aporte no grupo OAS

O fundo de pensão dos funcionários da Caixa suspendeu o aporte de R$ 200 milhões que deveria ter feito até março na construtora


	Funcionários da OAS: o atraso no aporte complica ainda mais a situação financeira do grupo
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Funcionários da OAS: o atraso no aporte complica ainda mais a situação financeira do grupo (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2015 às 14h52.

São Paulo - O fundo de pensão dos funcionários da Caixa (Funcef) suspendeu o aporte de R$ 200 milhões que deveria ter feito até março na OAS Empreendimentos, empresa do ramo imobiliário do grupo OAS.

O atraso no aporte complica ainda mais a situação financeira do grupo, que está sem crédito nos bancos e em via de pedir recuperação judicial para tentar evitar a falência.

O grupo deve ao todo R$ 8 bilhões. Segundo o último balanço publicado, de setembro do ano passado, somente a OAS Empreendimentos tem aproximadamente R$ 1 bilhão em dívidas e pelo menos desde 2013 vem registrando prejuízos trimestrais.

A Funcef já tem uma exposição de R$ 200 milhões na empresa por meio de um fundo de participações que controla a OAS Empreendimentos.

O primeiro aporte foi feito no início do ano passado e a fundação se comprometeu contratualmente a aplicar outros R$ 200 milhões, em janeiro deste ano, prazo que foi estendido até 18 de março.

O fundo de pensão, entretanto, não fez o investimento. Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, informou que o aporte da segunda parcela está sob análise "em vista de alterações na conjuntura que impactaram o plano de negócios do empreendimento".

"A Funcef está envidando esforços para que a questão seja solucionada de forma que preserve seus interesses, bem como os do empreendimento", termina a nota.

A OAS informou, também em nota, que está em negociações com a fundação.

Segundo uma fonte próxima ao grupo, a decisão foi tomada por causa das investigações da Operação Lava Jato e o temor da administração em como os investimentos feitos pelo fundo poderiam ser questionados.

Além da OAS Empreendimentos, a Funcef tem exposição direta à Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a contratação de sondas do pré-sal para a Petrobrás e que foi implicada na operação.

Somente a Funcef tem cerca de R$ 1,2 bilhão aportados no fundo Sondas, que é o principal acionista da Sete.

Negócios

A OAS Empreendimentos atua em quatro Estados e no Distrito Federal, segundo o último informe anual publicado pela empresa, que é datado de 2013. De 2007 a 2013, a empresa lançou cerca de 12 mil unidades com valor geral de vendas de quase R$ 4 bilhões.

No Rio de Janeiro está à frente de empreendimentos no Porto Maravilha, que busca revitalizar a área portuária da capital fluminense.

O principal sócio da empresa é o Fundo de Investimento em Participações OAS Empreendimentos, com um patrimônio de R$ 1,7 bilhão. Boa parte dos recursos é da própria OAS.

É neste fundo que está a participação da Funcef de R$ 200 milhões feita no ano passado quando a fundação se comprometeu a investir R$ 500 milhões.

A OAS Empreendimentos tem hoje uma série de processos de mutuários da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), cujas obras foram assumidas pela OAS.

O caso Bancoop ficou famoso quando investigações do Ministério Público levaram à denúncia de prejuízos de R$ 70 milhões aos cooperados.

Um dos principais envolvidos no escândalo é o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que hoje, assim como a OAS, também é investigado na Operação Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasConstrutorasEmpresas brasileirasFundos de investimentoFundos de pensãoOASOperação Lava Jato

Mais de Negócios

Uma vaquinha de empresas do RS soma R$ 39 milhões para salvar 30.000 empregos afetados pela enchente

Ele fatura R$ 80 milhões ao transformar gente como a gente em palestrante com agenda cheia

A nova estratégia deste grupo baiano para crescer R$ 1 bilhão em um ano com frotas

Experiente investidor-anjo aponta o que considera 'alerta vermelho' ao analisar uma startup