Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 08h08.
No novo episódio do Choque de Gestão, reality show da EXAME com patrocínio de Santander Empresas e Claro Empresas, o empresário Flávio Augusto entrega um diagnóstico que vai além do caso específico de uma escola de DJs.
A história começa há dez anos, quando a paulistana Tatiana Aguiar comprou a escola falida, reformulou processos, mudou a marca e colocou a empresa de pé. Hoje, instalada na Rua Augusta, em São Paulo, a operação parou de crescer.
A equipe é enxuta, a inadimplência é alta e o posicionamento digital, segundo a própria empreendedora, não reflete o potencial do negócio.
As recomendações do empresário no episódio tocam em dores comuns a milhares de pequenas e médias empresas brasileiras: falta de foco, inadimplência elevada, vendas pouco estruturadas e dependência excessiva de marketing.
A primeira lição é: todo negócio precisa escolher um público prioritário. Para Flávio, tentar atender todos os perfis leva à perda de margem, confusão estratégica e sobrecarga do empreendedor.
“Quem quer fazer tudo, não faz nada”, afirma no episódio. O crescimento sustentável, segundo ele, começa quando a empresa decide para quem vale a pena vender e aprende a dizer não.
A segunda lição passa pelas finanças. Inadimplência alta não é azar, é modelo mal desenhado. Flávio critica o uso de boleto, defende meios de pagamento que tragam previsibilidade e propõe repensar preços e formatos. Cursos mais curtos, tickets mais altos e entregas mais intensivas, por exemplo, reduzem risco e aumentam rentabilidade.
“Não é sobre vender barato para mais gente. É sobre gerar mais valor em menos tempo”, diz.
Flávio Augusto ajuda uma escola de DJs em novo episódio do Choque de Gestão (Leandro Fonseca/EXAME) (Leandro Fonseca /Exame)
O terceiro aprendizado está nas vendas. Para Flávio, muitas empresas confundem marketing com crescimento. Leads ajudam, mas não substituem processo comercial.
Venda ativa, com método e indicação estruturada, é o que garante escala. No episódio, ele mostra como captar indicações no momento da compra e transformar alunos satisfeitos em canal de aquisição.
Por fim, há uma lição transversal: o papel do fundador muda conforme o negócio cresce. Centralizar tudo funciona no começo, mas vira gargalo na escala. Delegar a operação, assumir o comercial e liderar vendas é, muitas vezes, o passo que separa empresas estáveis de empresas escaláveis.
As recomendações de Flávio Augusto mostram que crescer não é fazer mais do mesmo. É mudar decisões, processos e mentalidade, aprendizado que vale para qualquer empreendedor que busca o próximo nível.