Fim de patentes rende R$ 615 mi a fabricantes de genéricos
Em 2015, caíram as patentes de 35 medicamentos, o que significa uma renda extra de até R$ 615 milhões por ano para fabricantes de genéricos, segundo organização
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2016 às 11h25.
São Paulo - As farmacêuticas que produzem genéricos estão concentrando seus esforços para produzir medicamentos que perderam a patente no ano passado ou tinham apenas versões similares no mercado.
Levantamento feito pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) mostra que, em 2015, foi autorizada a reprodução de cópias de 35 medicamentos.
A expectativa das indústrias do setor é de uma receita extra de R$ 615 milhões por ano.
Empresas como a EMS, NeoQuímica (da Hypermarcas ) e Medley (da francesa Sanofi ) já começaram a colocar no mercado alguns dos medicamentos mais vendidos da lista dos produtos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ), apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
A lista de princípios ativos que poderão ser transformados em genéricos deverá engrossar ao longo dos próximos anos. A Pró Genéricos estima receita extra de R$ 1,7 bilhão até 2025.
Com uma expectativa de crescimento menor para este ano, o setor farmacêutico, até então blindado pela crise econômica, começou a ficar em alerta.
Os altos custos de produção estão espremendo ainda mais as margens das indústrias, que já começaram a reduzir os descontos nos medicamentos no varejo, segundo fontes.
Como boa parte dos insumos farmacêuticos é importada - a valorização do dólar afeta o setor -, os custos com mão de obra e energia, além do reajuste abaixo da inflação para os remédios controlados pelo governo, as indústrias já projetam um crescimento entre 5% e 7% em 2016, frente a 10% no passado, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.
As indústrias de genéricos, que sempre cresceram acima de dois dígitos desde o início dos anos 2000, quando a Lei dos Genéricos entrou em vigor, afirmam que avançaram "apenas" 8% no acumulado dos 12 meses, até fevereiro.
"As incertezas sobre a crise política e econômica não nos permitem fazer uma projeção para o ano. A nosso favor conta o fato de os medicamentos genéricos serem mais baratos que os de referência (com patente). Com a crise, os consumidores estão substituindo produtos de referência pelos sem marca", diz Telma Salles, presidente da Pró Genéricos.
Em unidades, a fatia dos genéricos respondeu por 29,2% do total dos medicamentos vendidos no País, nos 12 meses encerrados em fevereiro.
Estratégia
A Neo Química tem sido uma das mais agressivas nesse mercado. A empresa já colocou no mercado o Torsilax, versão similar - também conhecida como "genérico de marca" - do anti-inflamatório Tandrilax, um dos carros-chefes do laboratório nacional Aché. A estimativa é de que a versão genérica do Tandrilax movimente, sozinha, quase R$ 80 milhões dos R$ 615 milhões de faturamento estimados para a lista dos 35 medicamentos.
O laboratório da Hypermarcas informou que planeja lançar em 2016 ao menos três produtos entre os que tiveram queda de patente recentemente: tadalafila, celecoxibe e cloridrato de olopatadina. Todos devem chegar às farmácias no segundo semestre.
Líder no segmento de genéricos, a EMS, de Hortolândia (SP), informou que já tem a aprovação da Anvisa para produzir até dez medicamentos, que serão lançados nos próximos três meses. Entre eles, está a versão genérica do antidepressivo Donaren, que movimentou cerca de R$ 50 milhões e é o segundo mais vendido no segmento, atrás do Tandrilax, na lista dos liberados pela Anvisa em 2015.
Outra aposta da EMS é a versão genérica do Ezetimiba+Sinvastatina, que combate o colesterol e deve ser a responsável por uma das maiores receitas dessas novas safras, com um mercado de R$ 150 milhões.
Carlos Aguiar, diretor de negócios do Medley, informou que ao longo de 2015 a empresa lançou dois genéricos: a tadalafila (versão do Cialis), para disfunção erétil, e o antidepressivo escitalopram (Lexapro). Para este ano estão previstos quatro lançamentos - dois deles já feitos no primeiro trimestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - As farmacêuticas que produzem genéricos estão concentrando seus esforços para produzir medicamentos que perderam a patente no ano passado ou tinham apenas versões similares no mercado.
Levantamento feito pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos) mostra que, em 2015, foi autorizada a reprodução de cópias de 35 medicamentos.
A expectativa das indústrias do setor é de uma receita extra de R$ 615 milhões por ano.
Empresas como a EMS, NeoQuímica (da Hypermarcas ) e Medley (da francesa Sanofi ) já começaram a colocar no mercado alguns dos medicamentos mais vendidos da lista dos produtos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ), apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
A lista de princípios ativos que poderão ser transformados em genéricos deverá engrossar ao longo dos próximos anos. A Pró Genéricos estima receita extra de R$ 1,7 bilhão até 2025.
Com uma expectativa de crescimento menor para este ano, o setor farmacêutico, até então blindado pela crise econômica, começou a ficar em alerta.
Os altos custos de produção estão espremendo ainda mais as margens das indústrias, que já começaram a reduzir os descontos nos medicamentos no varejo, segundo fontes.
Como boa parte dos insumos farmacêuticos é importada - a valorização do dólar afeta o setor -, os custos com mão de obra e energia, além do reajuste abaixo da inflação para os remédios controlados pelo governo, as indústrias já projetam um crescimento entre 5% e 7% em 2016, frente a 10% no passado, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.
As indústrias de genéricos, que sempre cresceram acima de dois dígitos desde o início dos anos 2000, quando a Lei dos Genéricos entrou em vigor, afirmam que avançaram "apenas" 8% no acumulado dos 12 meses, até fevereiro.
"As incertezas sobre a crise política e econômica não nos permitem fazer uma projeção para o ano. A nosso favor conta o fato de os medicamentos genéricos serem mais baratos que os de referência (com patente). Com a crise, os consumidores estão substituindo produtos de referência pelos sem marca", diz Telma Salles, presidente da Pró Genéricos.
Em unidades, a fatia dos genéricos respondeu por 29,2% do total dos medicamentos vendidos no País, nos 12 meses encerrados em fevereiro.
Estratégia
A Neo Química tem sido uma das mais agressivas nesse mercado. A empresa já colocou no mercado o Torsilax, versão similar - também conhecida como "genérico de marca" - do anti-inflamatório Tandrilax, um dos carros-chefes do laboratório nacional Aché. A estimativa é de que a versão genérica do Tandrilax movimente, sozinha, quase R$ 80 milhões dos R$ 615 milhões de faturamento estimados para a lista dos 35 medicamentos.
O laboratório da Hypermarcas informou que planeja lançar em 2016 ao menos três produtos entre os que tiveram queda de patente recentemente: tadalafila, celecoxibe e cloridrato de olopatadina. Todos devem chegar às farmácias no segundo semestre.
Líder no segmento de genéricos, a EMS, de Hortolândia (SP), informou que já tem a aprovação da Anvisa para produzir até dez medicamentos, que serão lançados nos próximos três meses. Entre eles, está a versão genérica do antidepressivo Donaren, que movimentou cerca de R$ 50 milhões e é o segundo mais vendido no segmento, atrás do Tandrilax, na lista dos liberados pela Anvisa em 2015.
Outra aposta da EMS é a versão genérica do Ezetimiba+Sinvastatina, que combate o colesterol e deve ser a responsável por uma das maiores receitas dessas novas safras, com um mercado de R$ 150 milhões.
Carlos Aguiar, diretor de negócios do Medley, informou que ao longo de 2015 a empresa lançou dois genéricos: a tadalafila (versão do Cialis), para disfunção erétil, e o antidepressivo escitalopram (Lexapro). Para este ano estão previstos quatro lançamentos - dois deles já feitos no primeiro trimestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.