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Fiat planeja 20 lançamentos em 2011

Entre eles, haverá modelos com variações de acordo com as regiões do país e relançamentos de veículos tradicionais

Cledorvino Bellini: estudo do consumidor de cada região do país para manter a liderança (Germano Lüders/EXAME.com)

Cledorvino Bellini: estudo do consumidor de cada região do país para manter a liderança (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2010 às 08h42.

São Paulo - Manter a liderança no mercado automotivo brasileiro não é tarefa fácil para a Fiat. Um exemplo de como a disputas está acirrada é a inesperada ultrapassagem da Volkswagen na primeira quinzena de outubro, ao emplacar pouco mais de 600 unidades que a sua rival de origem italiana. Desde 2004, a filial brasileira da Fiat mantinha a liderança do setor e, por isso, ganhou cada vez mais importância para o grupo. Prova disso são os investimentos para os próximos 5 anos, que vão somar 10 bilhões de dólares -- o maior já feito pela empresa no país.

Desse montante, cerca de 7 bilhões serão destinados ao segmento de automóveis, e o restante será dividido em tecnologia e novos processos de produção. Em 2008, a capacidade produtiva da única fábrica da montadora no país, em Betim (MG), era de 600.000 veículos por ano. Agora, o número está em 800.000. A planta mineira já é a maior do grupo.

O Brasil é hoje o mercado mais importante para a Fiat, com vendas correspondentes a um terço do total do grupo. Para reforçar a liderança no país, a montadora prepara 20 lançamentos para o próximo ano, entre novos modelos e relançamentos de veículos tradicionais da marca. Um dos exemplos é o Fiat Bravo, que será apresentado no Salão do Automóvel, neste mês, e chegará às concessionárias até o final do ano.

Os novos produtos são reflexo de uma segmentação dos consumidores. "Estamos estudando detalhadamente o comportamento do mercado brasileiro, que mostra mudanças devido à transformação da pirâmide social do país. É um novo fator que merece atenção e muda nossa estratégia", disse Cledorvino Bellini, presidente da Fiat no Brasil, a EXAME.com. "Até agora, nós olhávamos crescimento do PIB, taxas de juros, índice de confiança do consumidor, inadimplência e outros fatores macroeconômicos. Agora temos que levar em conta a segmentação da população."

Regionalização

Por enquanto, a empresa está detalhando as novas características dos consumidores de cada região, por isso ainda é cedo para falar sobre as diferenças de cada modelo. A Fiat continuará com a estratégia de lançar carros nacionalmente, com alterações nos modelos de acordo com a região e público. "O que pode caracterizar mais um mercado do que outro são conteúdos do veículo", afirma Bellini. "No nordeste, por exemplo, é preciso mandar carros com ar-condicionado. Em certas regiões do sul, o consumidor prefere apenas a caixa de ar, porque raramente se usa ar-condicionado." A montadora também foca em faixas etárias específicas, com o Fiat Strada e o novo Uno, por exemplo, destinados ao público jovem. Esses modelos, aliás, são os responsáveis por aumentar as vendas da montadora.

O presidente mundial do grupo, Sérgio Marchionne, afirmou recentemente que pretende "preservar e desenvolver a preciosa contribuição do Brasil ao Grupo Fiat". A unidade brasileira envia recursos à matriz, como dividendos e royalties, proporcionais ao lucro obtido. Os valores não são divulgados. A unidade brasileira vem apresentando lucro desde 2005, um ano depois de Bellini assumir o comando da empresa no país. Com novos lançamentos previstos e um estudo aprofundado para entender o que o consumidor deseja, a Fiat do Brasil pretende consolidar sua liderança de mercado e ainda ajudar a manter as contas do grupo no azul.

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