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Fiat e Renault: quem perde mais com a retirada da proposta de fusão?

As montadoras enfrentam crescente pressão para investir em novas tecnologias que devem pautar a indústria automotiva nos próximos anos

PAINEL DO FIAT MOBI: venda de carros elétricos cresceu 64% em 2018, e deve continuar ganhando terreno / Quatro Rodas
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2019 às 06h33.

Última atualização em 6 de junho de 2019 às 07h39.

Quem perde mais? A julgar pela reação dos investidores, a montadora francesa Renault é quem tem desafios pela frente após sua concorrente italiana Fiat Chrysler ter retirado, na noite de ontem, proposta de fusão entre as duas empresas. As ações da Renault estavam em queda de 7% por volta das 6h30 desta quinta-feira, enquanto as da Fiat caíam 0,3%.

A Fiat disse que continua “firmemente convencida” da racionalidade da proposta, mas que “as condições políticas na França não existem atualmente” para que a ideia seja bem-sucedida. O governo da França, dono de 15% da Renault, disse na quarta-feira que não aprovaria a proposta de fusão caso a japonesa Nissan não garantisse que a aliança de décadas com a Renault seguiria em vigor. A Nissan afirmou que se absteria de votar a proposta numa reunião de conselho da Renault. Os investidores da montadora japonesa não gostaram muito — as ações caíram 1,7% nesta quinta-feira.

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O acordo criaria a terceira maior montadora do planeta, com 19 marcas, 400.000 funcionários e 8,7 milhões de carros vendidos por ano, atrás apenas de Volkswagen e Toyota. A união, apesar de complexa, fazia sentido na visão de analistas. Fiat Chrysler e Renault enfrentam crescente pressão para investir em novas tecnologias que devem pautar a indústria automotiva nos próximos, como os carros autônomos e elétricos, como mostra reportagem da revista EXAME de hoje.

Como mostra a reportagem, em 2018, a estimativa é que as vendas de veículos elétricos tenham atingido 2,1 milhões de unidades globalmente, alta de 64% sobre o ano anterior. É um mercado em que as montadoras tradicionais disputam espaço com as novatas, como a Tesla, do empreendedor americano Elon Musk, e a chinesa BYD, uma fabricante de baterias. Neste contexto, a Ford e a Volkswagen anunciaram parceria em janeiro. A Hyundai e a Audi colaboram para desenvolver carros movidos a hidrogênio. BMW e Mercedes, rivais históricas, pesquisas veículos autônomos.

Sozinhas, Renault e Fiat Chrysler tendem a ficar mais para trás nessa corrida — mais a Renault que a Fiat, a julgar pela reação inicial dos investidores.

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