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Faturamento do e-commerce tem queda de 46% no Rio Grande do Sul após tragédia das chuvas

Na capital, Porto Alegre, as receitas do e-commerce caíram mais do que a metade de uma semana para a outra

Enchentes no RS: mais de 500 mil pessoas ficaram fora de casa (Carlos Macedo/Bloomberg /Getty Images)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 3 de junho de 2024 às 12h28.

Última atualização em 6 de junho de 2024 às 11h36.

O faturamento de empresas via e-commerce caiu quase pela metade no Rio Grande do Sul desde o início das chuvas que causaram enchentes e alagamentos pelo estado. Com problemas de logística, centros de distribuição alagados, estradas bloqueadas e ainda receio sobre o futuro, as receitas via e-commerce caíram 46,7% de uma semana para a outra. É o que aponta uma pesquisa do projeto de fomento ao e-commerce E-Commerce Brasil com a empresa de inteligência de dados Neotrust Confi.

Na capital, Porto Alegre, a retração do faturamento do e-commerce alcançou 58,9%. No interior do estado, o declínio foi de até 43,4%.

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O Rio Grande do Sul nos quatro primeiros meses do ano de 2024 representou 4,9% de participação no faturamento do e-commerce brasileiro. Neste período, as vendas no estado apresentaram 3,8% de queda em comparação com o mesmo período de 2023.

O estudo indica que a retração do mercado começou em 3 de maio, com queda de 16,2% em relação à semana anterior. Foi neste dia que o Guaíba começou a subir em Porto Alegre e na região metropolitana, local com muitos centros de distribuição. Até então, os piores impactos tinham acontecido na Serra e na região dos Vales.

No dia 4, o declínio aumentou para 26,7% e, em 5 de maio, a queda atingiu 46,7% em relação à semana anterior.

Segundo Léo Bicalho, especialista da Neotrust, a perda de bens duráveis pela população, que possuem grande relevância para as vendas no e-commerce, indica a possibilidade de represamento de demanda enquanto o estado se mantiver em estado de urgência.

“Categorias como móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e eletroportáteis, com cerca de 30% de representatividade nas vendas online, tendem a sofrer alta procura nos próximos meses, o que causará reflexos nos preços e impactando, possivelmente, os preços em todo o país", afirma Bicalho. "A questão logística também será afetada. Com a infraestrutura das estradas muito danificada, principalmente no interior do estado, ainda faltam informações para estimar em quanto tempo será possível a retomada de entrega de pedidos a localidades de importante concentração populacional”.

Na visão de Samuel Gonsales, diretor comercial da E-Commerce Brasil, a previsão é que os próximos meses serão de impacto no e-commerce nacional como um todo.

"Muitas categorias, como móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, eletroportáteis, moda e acessórios dos varejistas do RS devem demorar um bom tempo para se reestabelecer e nos próximos meses ainda gerarão impactos aos resultados do e-commerce", afirma.

Qual foi o impacto das chuvas em cada categoria do e-commerce

Todas as categorias do e-commerce sofreram impactos. A categoria Moda foi a mais atingida, com queda de 64,6% no faturamento, seguida por Beleza e Perfumaria, com 63%, e Eletrônicos, com 59%. Em contrapartida, Pet Shop teve a menor queda, de 10,7%, e Saúde, de 14,6%.

CategoriaVariação no faturamento
Alimentos e Bebidas-26.20%
Beleza e Perfumaria-63%
Casa e Construção-29.10%
Eletrodomésticos-25.30%
Eletrônicos-59%
Eletroportáteis-49.50%
Informática-45.50%
Moda e Acessórios-64.60%
Móveis-47.90%
Pet Shop-10.70%
Saúde-14.60%
Telefonia-44.10%
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