Negócios

Faturamento das PMEs cresce 5,2% no segundo trimestre

Índice IODE-PMEs indica alta puxada pela Indústria e pela retomada do Comércio

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 24 de julho de 2024 às 07h55.

O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) registrou aumento de 5,2% no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). A alta acumulada no primeiro semestre foi de 4,3%.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, monitorando 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

De acordo com Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, as PMEs se beneficiaram da evolução da renda das famílias – com o desempenho do mercado de trabalho e das políticas governamentais de expansão de renda –, e dos impactos do ciclo de queda das taxas de juros promovido pelo Banco Central, entre agosto do ano anterior e maio de 2024.

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Quais PMEs mais cresceram?

A análise setorial mostra que as PMEs da Indústria continuam como o principal contribuinte da melhora do mercado, com avanço de 11,9% no período.

Entre as 22 atividades do setor, 18  tiveram crescimento. Entre eles, ‘Óleos lubrificantes’, ‘Metalurgia’, ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos’ registraram alta.

“O aumento da demanda doméstica e redução das pressões de custos impactam positivamente a pequena indústria. Assim, parte da recuperação do faturamento real do segmento reflete o alívio da inflação ao produtor (IPA-FGV), que registrava deflação até maio de 1,7%”, diz Beraldi.

O economista aponta que outro destaque no último trimestre foi a recuperação das PMEs do Comércio, que registraram expansão de 4,6% na comparação com o segundo trimestre de 2023.

Os resultados são positivos no atacado de 7,5% – com destaque para ‘Livros, jornais e outras publicações’, ‘Cimento’ e ‘Produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar’ –, e no varejo de 3,0%, sendo ‘Produtos farmacêuticos com manipulação de fórmulas’, ‘Vidros’, e ‘Artigos de armarinho’ as atividades de melhor atuação.

Em Serviços, apesar do resultado ainda positivo no segundo trimestre, com alta de 0,6%, começam a aparecer sinais de desaceleração.

“Ainda que o avanço da renda sustente o setor, a perda de confiança recente dos agentes econômicos pode ter prejudicado o faturamento de algumas áreas”, diz Beraldi.

Entre as atividades de maior destaque, estão ‘Atividades financeiras e de seguros’, ‘Alojamento e Alimentação’ e ‘Educação’. Por outro lado, ‘Atividades administrativas e serviços complementares’, que apresentava boa atuação no início do ano, encerrou o segundo trimestre em queda.

Queda das PMEs de infraestrutura

No segmento de Infraestrutura, por sua vez, as PMEs destoam do comportamento do restante do mercado e registraram retração de 4,6% no segundo trimestre de 2024.

O resultado negativo reflete a fraca performance em alguns segmentos da construção civil, como ‘Obras de infraestrutura’ e ‘Construção de edifícios’.

O avanço das atividades de ‘Serviços especializados para a construção’, ‘Captação, tratamento e distribuição de água’ e ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’, no entanto, impediram quedas mais abruptas.

Crescimento regional

Na divisão por regiões, o IODE-PMEs mostra também que o avanço no último trimestre foi puxado pela performance das PMEs das regiões Sudeste, com alta de 2,2%, seguido por Nordeste, com alta de 9,5% e Sul com 5,6%.

Nas regiões Centro-Oeste e Norte, o IODE-PMEs apontou retração das PMEs no período de 2,2% e 9,5%, respectivamente.

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