Daniel Cambraia, João Victor De Moura Beze e Tiago Benevites, do Grupo Voga: meta de R$5 bilhões sob custódia nos próximos 3 anos (Divulgação/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 5 de abril de 2023 às 10h26.
A diferença entre a realidade do mercado financeiro em Brasília, capital federal, e de como os negócios eram tratados em torno da avenida Faria Lima, em São Paulo, levou os três sócios do Grupo Voga a fundarem a empresa ainda em julho de 2017, de olho em uma demanda não atendida com grande potencial de crescimento.
“Na época, apenas os bancos mais tradicionais dominavam esse setor na região. O mercado de capitais praticamente não existia”, diz João Victor De Moura Beze, um dos três sócios do Grupo.
A realidade do início, na qual os três sócios se revezavam em todas as funções — “do atendimento ao cafezinho das reuniões”, diz Beze — não demoraria muito para mudar.
Novidade na região centro-oeste, o escritório de investimentos autônomo atraiu mais de R$100 milhões logo ao final do primeiro ano de existência.
“À época, era muito dinheiro. Superou as expectativas mais otimistas para o período”, diz Beze. A partir daí, o Grupo Voga fixou outras duas bases pelo país, primeiro em Goiânia (GO) e, logo depois, em São Paulo (SP).
A ampliação não parou com os novos escritórios: atualmente com mais de R$2,5 bilhões sob custódia, 150 funcionários e cerca de 4.000 clientes, o Grupo Voga foi além da assessoria de investimentos e criou:
“Com isso, conseguimos levar todo um conjunto de serviços para pessoas físicas quanto jurídicas que, até então, ficavam restritos a empresas de São Paulo e Rio de Janeiro”, diz o sócio.
A BlueBridge, boutique de fusões e aquisições e consultoria empresarial, por exemplo, é focada em captação de recursos para empresas do middle market. Essas empresas de médio porte acabaram se tornando, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para o modelo de negócio do Grupo.
“Quando levávamos os casos dessas empresas a São Paulo para captar recursos, diziam que eram muito pequenas e que ficavam muito longe, apesar de Brasília ser a capital do país”, diz Beze.
“As empresas que estão fora do eixo Rio-São Paulo até hoje sabem muito pouco sobre as oportunidades que podem ter no mercado de capitais ou de captar recursos fora dos modelos tradicionais”.
Desbravar territórios e demandas não atendidas não foi só um “oceano azul de oportunidades”, como diz Beze. “Tivemos muito espaço para crescer, mas algumas dificuldades específicas, já que as pessoas não sabiam direito sobre o serviço que estávamos prestando”.
Para o sócio, entretanto, levar a Faria Lima onde ela não alcança continua sendo um bom negócio. “Ainda é uma oportunidade. Entendemos, por exemplo, que os temas ‘educação financeira’ e ‘investimentos’ se tornaram mais populares, mas vemos uma oportunidade enorme principalmente na área de negócios e empresas”, diz.
Criado esse ano, em parceria com um grande player de educação nacional, o Voga Educa oferece pós-graduações e seus modelos in Company de educação financeira.
Trata-se de um dos serviços do ecossistema Voga, do qual fazem parte:
Crescer é bom, mas manter a proximidade com o que mais importa em um negócio ainda é fundamental. “Se você não consegue estar próximo de seus clientes, talvez você esteja com clientes demais”, diz Beze.
“Ao longo de nossos 5 anos de jornada, montamos todo um ecossistema onde você conversa com o ‘dono’ e sabe quem são as pessoas. Acredito que boa parte do nosso sucesso vem disso”.
Para o sócio, os planos de carreira, política de bônus e uma remuneração variável acabam engajando o time de funcionários e gerando o equilíbrio necessário para o desenvolvimento da equipe.
“Todos no Grupo Voga podem ser ‘donos’. A cultura de partnership e crescimento dentro da sociedade está enraizada”, completa.
O Grupo Voga foi adquirido pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) ainda em 2022. Um dos maiores grupos de investimentos do centro-oeste brasileiro conta agora com o suporte e a estrutura do maior banco de investimentos da América Latina como sócio estratégico
Até por isso, não quer parar por aí: com a parceria, a meta é chegar aos R$5 bilhões sob custódia nos próximos 3 anos. "Sem dúvida que o ‘powered by BTG Pactual’ nos coloca em um outro patamar”, diz Beze.