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Fabricantes de celular investem e acreditam em aquecimento do mercado

O mercado de aparelhos celulares brasileiro é a grande promessa para os fabricantes do setor em 2003. A Nokia promete lançar 24 novos modelos até o final do ano e a Siemens -uma novata no segmento no Brasil- vai investir 70 milhões de dólares na produção local nos próximos dois anos. A Motorola também anunciou […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O mercado de aparelhos celulares brasileiro é a grande promessa para os fabricantes do setor em 2003. A Nokia promete lançar 24 novos modelos até o final do ano e a Siemens -uma novata no segmento no Brasil- vai investir 70 milhões de dólares na produção local nos próximos dois anos. A Motorola também anunciou no inicio do ano que vai investir 4 milhões de dólares a mais do que havia sido planejado na linha de produção local.

O Brasil tem cerca de 35 milhões de usuários de celular -5 milhões a mais que o registrado em 2001. As operadoras continuam a expandir a base de clientes, mas o crescimento do ano passado e as boas expectativas para 2003 são impulsionados pela chegada de duas novas competidoras no mercado: a Oi -que entrou em operação em julho passado, esperava 500 mil assinantes até o final do ano e conseguiu o dobro disso- e a TIM, que estreou no mercado em outubro e ainda não divulgou o número de usuários.

Além das novas operações, o aquecimento do mercado também se deve à migração das operadoras da tecnologia TDMA para a GSM. Como as redes vão mudar de tecnologia, os usuários terão de, gradativamente, trocar também os aparelhos. "A maior parte dos usuários TDMA deverá migrar para o GSM até o 2008", afirma Mario Baumgarten, consultor geral da Siemens. Os primeiros contratos de fornecimento de aparelhos para essas operadoras, entretanto, são aguardados para este ano.

"Quanto maior a base de usuários, mais cresce o mercado de reposição de aparelhos", diz Baumgarten. Um exemplo: a base de usuários brasileiros aumentou em 5 milhões de pessoas em 2002, mas os aparelhos vendidos foram 10 milhões. Isso significa que metade dos aparelhos foi comprada por quem já tinha um.

O setor de telecomunicações deverá crescer cerca de 15% este ano em relação a 2002 (no ano passado, a queda nos negócios foi de 48% ante 2001), segundo projeções da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). De acordo com a entidade, a telefonia móvel deverá responder pela maior parte do crescimento. A migração das redes para GSM é apontada como principal motivo.

No final do ano passado, alguns fabricantes já começaram a sentir o efeito da chegada de novos competidores ao mercado nacional. A Siemens, que começou a fabricação de aparelhos no Brasil em maio de 2002, vendeu 1 milhão de celulares GSM só no último trimestre do ano. A fabricante, que também fornece equipamentos de rede para Oi e TIM, deve lançar quatro novos modelos de celular nos primeiros três meses do ano. Os resultados positivos de 2002 devem se refletir na linha de produção, que passará a fabricar aparelhos destinados à exportação para a América Latina.

A Motorola -segunda maior fabricante de aparelhos do mundo, atrás da Nokia- também foi surpreendida pelo bom desempenho do final do ano e superou em 30% as expectativas de vendas em 2002. Fabricante de aparelhos TDMA, CDMA e GSM, a empresa refez as contas e decidiu somar 4 milhões de dólares aos investimentos em linha de produção local- em novembro de 2002, ela havia anunciado que investiria 9 milhões de dólares.

Os fabricantes de aparelhos GSM, como Siemens e Nokia, têm a seu favor o baixo custo de produção. O GSM é a tecnologia mais utilizada no mundo inteiro -cerca de 70% do 1 bilhão de usuários do mundo têm um celular GSM. Isso proporciona aos fabricantes uma economia de escala que se reflete tanto na aquisição de aparelhos pelas operadoras, quanto pelos usuários. As primeiras ganham porque, como pagam mais barato pelos aparelhos, se livraram da obrigação do subsídio para o consumidor -uma operadora chegava a subsidiar para seu cliente até 60% do preço do aparelho.

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