Washington - O ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, voltará à direção da empresa de informação financeira que fundou há mais de 30 anos e que o transformou em um dos homens mais ricos e influentes do mundo.
A seus 72 anos de idade, e nove meses após deixar a prefeitura de Nova York, o magnata decidiu retomar o comando da empresa que leva seu sobrenome, da qual tem 88% do controle do capital, anunciou a companhia.
Até agora Bloomberg tinha dito que após 12 anos como prefeito dedicaria seu tempo e sua fortuna a ações filantrópicas, mas nos últimos meses aumentou sua presença na empresa e, com ela, seu interesse por tomar as rédeas novamente.
"Nunca tive a intenção de voltar a Bloomberg LP após 12 anos como prefeito. No entanto, quanto mais tempo passava na empresa, mais emocionante e interessante a achava, em boa medida graças aos esforços de Dan", explicou o magnata nova-iorquino em comunicado.
"Dan" é Daniel Doctoroff, diretor-executivo da companhia desde julho de 2011 e que hoje anunciou que dava um passo atrás para ceder a direção ao fundador e sócio majoritário da empresa, com quem trabalhou na área de desenvolvimento econômico na Prefeitura de Nova York.
"Por que decido sair agora? Após deixar a prefeitura, Mike (Bloomberg) redescobriu o quão emocionante e incrível é este lugar. Portanto, é normal que queira estar mais envolvido. Eu sempre me vi como o delegado de Mike na empresa. Sempre foi a sua empresa e dado seu renovado interesse, é natural que reassuma a liderança da companhia", explicou Doctoroff em carta aos funcionários.
Bloomberg disse que este é um dia "triste" para ele e para sua empresa. "Realmente queria que Dan ficasse e continuasse em seu papel de liderança. Mas entendo sua decisão", assinalou.
A empresa de notícias e informação financeira que transformou Bloomberg em uma das pessoas mais poderosas e influentes do mundo controla um terço do mercado e tem como principal concorrente a Thomson Reuters.
Bloomberg amealhou uma fortuna de US$ 33 bilhões, segundo a revista "Forbes", o que o colocou ano passado em 13º na lista das pessoas mais ricas do mundo.
Nos próximos quatro meses, até final de ano, Doctoroff continuará na empresa para garantir uma transição "suave". Depois, dedicará seu tempo a atividades não lucrativas e permanecerá vinculado à companhia através do departamento dedicado a atividades filantrópicas.
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1. As vitórias e derrotas de Michael Bloomberg na prefeitura de Nova York
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1/14 (Eduardo Munoz/Reuters)
São Paulo - A cidade de
Nova York pode dizer que teve, por 12 anos, um prefeito bilionário. Poderia ter sido apenas quatro anos. Mas
Michael Bloomberg, o "pai dos nova-iorquinos", se reelegeu e ainda conseguiu, posteriormente, mudar a lei e aprovar um terceiro mandato. O empresário dono do império de comunicação que leva seu nome chegou à prefeitura em 2002. Encontrou uma cidade abalada com os atentados terroristas de 11 de setembro e com diversar dívidas. Era preciso economizar e recuperar a autoestima dos moradores. A popularidade de Bloomberg nunca foi das maiores, mas, mesmo assim, ele acumulou muito mais acertos que erros nos últimos 12 anos. Agora, no dia 5 de novembro, os nova-iorquinos vão às urnas para eleger o sucessor de Bloomberg.
Após 12 anos, entenda o que Michael Bloomberg fez por Nova York Veja a seguir as principais vitórias e derrotas de Bloomberg, o 108º prefeito de Nova York.
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2. High Line Park
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2/14 (Scott Eells/Getty Images)
Vitória 1 - A criação do High Line Park Entre 1929 e 1934, foi construída uma linha férrea no lado oeste da cidade acima do nível das ruas. Era chamada de “Live Line”, pois transportava animais vivos, carnes, verduras e outros alimentos que abasteciam os armazéns locais. Nos anos 1980, os armazéns fecharam e os trens pararam de circular na linha. Muitos trechos foram destruídos, mas uma parte ficou de pé, esquecida. Em 1999, a prefeitura falava em demolir a parte restante. Contudo, dois moradores da região criaram uma associação de bairro para impedir a destruição. Em 2002,
Michael Bloomberg comprou a ideia e, em 2009, foi inaugurado um parque, o High Line. Virou uma das principais atrações turísticas da cidade e um caso de sucesso no mundo, citado por todos quando se fala em planejamento urbanístico e revitalização.
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3. Cigarros em locais públicos
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3/14 (Spencer Platt/Getty Images)
Vitória 2 - Proibição dos cigarros em locais públicos
A cidade já restringia o fumo em locais públicos, como bares e restaurantes.
Em 2011, o prefeito estendeu a proibição para a parques e praias. Em calçadas, só se distante 4,5 metros de porta de bares e outros estabelecimentos comerciais.
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4. Cigarros só com 21
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4/14 (Andrew Burton/Getty Images)
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5. Contra a gordura trans
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5/14 (James Ambler/Getty Images)
Vitória 5 - Proibição da gordura trans nos restaurantes
Em 2007, Bloomberg aprovou na cidade um regulamento para banir o uso de gordura vegetal hidrogenada em todos os restaurantes. Em 2012, uma pesquisa descobriu que, na dieta do nova-iorquino, a quantidade média por refeição de gordura trans tinha caído de três gramas para 0,5 gramas.
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6. A favor das bicicletas
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6/14 (Mario Tama/Getty Images)
Vitória 6 - Mais bicicletas, menos carros Em 2013,
Nova York inaugurou o maior sistema de aluguel de bicicletas dos
Estados Unidos. Em parceria com o Citi Bank, seis mil veículos em 333 estações foram espalhadas pela cidade. Entre 2008 e 2012, 450 quilômetros de ciclovias foram inaugurados.
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7. Terceiro mandato
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7/14 (STAN HONDA/AFP/Getty Images)
Vitória 7 - De novo, mais quatro anos A manobra em 2009 para convencer os legisladores a mudarem a lei e permitir um terceiro mandato para o cargo de prefeito – quando um referendo já tinha mostrado que a população não concordava com o fato – rendeu a ele o apelido de “
Hugo Chávez”. Venceu as eleições de 2009 por uma margem apertada e gastou incríveis 110 milhões de dólares na campanha.
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8. Menos poluição
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8/14 (Patrick Gruban/Wikimedia Commons)
Vitória 8 - Menos poluição, mais verde A prefeitura investiu em políticas de
sustentabilidade, se preocupando com a qualidade do ar, principalmente. Para diminuir a fuligem, a gestão de Bloomberg converteu o sistema de aquecimento de 2.700 edifícios, trocando a queima de óleo pelo uso de combustíveis mais limpos. A emissão de gases de
efeito estufa na cidade caiu 13% desde 2005. Foi criada ainda o PlaNYC, um plano da prefeitura que pediu para que órgãos municipais identificassem lotes vagos que pudessem ser usados para agricultura urbana.
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9. Nova York fora de Manhattan
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9/14 (Mario Tama/Getty Images)
Vitória 9 - Descentralizando Nova York O incentivo à criação de incubadoras pela cidade e à criação de áreas verdes para agricultura ajudou na revitalização de muitos bairros periféricos, fora da ilha de Manhattan. Williamsburg, por exemplo, no Brooklyn, passou a ser um novo bairro badalado da cidade, atraindo pessoas interessadas em moda e gastronomia. Além disso, a criação de empregos e novos negócios foi essencial para esses bairros. Do começo da década até 2012, a criação de empregos em bairros fora de Manhattan foi quatro vezes mais rápida que em Manhattan, ajudando a valorizar bairros periféricos.
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10. Contra os baldes de refrigerante
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10/14 (Spencer Platt/Getty Images)
Derrota 1 - Contra a venda de refrigerantes gigantes
Em março de 2013, Bloomberg quis proibir as versões gigantes dos refrigerantes e limitou as vendas em 437 mL no máximo.
Empresários da indústria de bebidas caíram em cima do prefeito e um juiz acabou vetando a lei.
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11. Olimpíadas em Nova York
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11/14 (David Cooper/Getty Images)
Derrota 2 - Veto às Olimpíadas em Nova York A decisão de abandonar o sonho olímpico para Nova York deixou os moradores da cidade muito tristes e abalou a popularidade de Bloomberg, apesar de ter ajudado a balancear as contas da cidade. Seu antecessor, Rudolph Giuliani, queria construir um estádio em Manhattan de um bilhão de dólares para colocar a cidade na corrida pelas Olimpíadas de 2012. Bloomberg engavetou o projeto assim que assumiu a prefeitura, que estava muito endividada.
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12. Novo World Trade Center
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12/14 (Craig Warga/Getty Images)
Derrota 3 - Contra o projeto inicial do novo World Trade Center Assim que assumiu o cargo, ele deixou claro que não queria outras torres gigantescas no local onde eram as Torres Gêmeas, destruídas em 11 de setembro de 2001.
Preferia construir algo mais discreto: um memorial às vítimas do atentado e pequenos prédios comerciais. Doze anos depois, a nova paisagem da cidade, com novos e altos prédios no Marco Zero, mostra que ele foi voto vencido.
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13. Críticas à Banksy
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13/14 (Nardus Engelbrecht/Getty Images)
Derrota 4 - Bloomberg contra Banksy
A maioria das pessoas gostaria de andar pelas ruas de sua cidade e topar com um desenho do grafiteiro Banksy, o inglês super cool que não revela nome e rosto e ainda assim é uma celebridade mundial aclamada por artistas. Não Bloomberg.
Quando o artista desembarcou para uma residência na cidade, ele disse que os grafites dele “não se encaixavam em seu conceito de arte”.
A opinião do prefeito não ganhou muitas adesões. Os nova-iorquinos e turistas fizeram fila para posar ao lado dos trabalhos do inglês.
Veja os trabalhos de Banksy em Nova York.
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14. Agora, veja imagens marcantes ao redor do mundo
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